A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


quarta-feira, fevereiro 28, 2007

 

As águas do mar!...






As águas do mar levam com elas
Os segredos das nossas vidas,
Podemos descansar, que ele não vai falar
Nem sequer aos peixes vai contar
O que acabamos de lhe relatar…

Porque o mar, é o mar que eu sempre soube amar…

Ele conhece os sonhos de muita gente
Pois tem quem vai falar com ele
Como fala com um amigo qualquer,
E dentro deles sentem e ouvem, a voz do mar
Do mar que os ouve desabafar…

Porque o mar, é o mar que eu sempre soube amar…

Sempre que por ele passo, aperto o passo
Tenho que parar, ficar a olhar a sua imensidão
Tenho que falar, e ouvir o que tem para me dizer,
Nunca posso esquecer, porque ele responde sempre
Quando me sento junto dele, ao amanhecer…

Porque o mar, é o mar que eu sempre soube amar…

Tem quem vive perto dele, em frente, até.
Tem quem o veja a trazer e a levar a maré.
Tem quem nem sinta algo dentro de si ao vê-lo.
Tem quem vê o mar como outra coisa qualquer.
Tem quem diz que nem gosta dele, sequer.

Porque o mar, é o mar que eu sempre soube amar…

Etiquetas:








terça-feira, fevereiro 27, 2007

 

Momentos inesquecíveis da minha adolescência!..




Já lá vai o tempo em que viver feliz era a coisa mais natural do mundo.
Meus 18 anos cheios de vida e paz, de muita inocência (agora considerada burrice). Os tempos eram outros e ser romântica sempre fez parte de mim. Eis a história real, linda, e só não corri mundos à procura dele, porque a vida é mesmo assim!..

Fomos convidados para uma festa de anos do filho de um amigo do meu pai, no Bairro da Cuca, onde morámos quando chegamos lá pela primeira vez em 1962. Como não ouvia, mantinha-me afastada dos jovens, e, pouco a pouco lá ia um falar, depois apresentava-me a outros e daqui a nada era como se nos conhecêssemos todos. Os jovens estavam no lado de lá da casa, com o grupo deles mais à vontade, eu na minha timidez, deixei-me estar sentada ao pé da coluna enorme da musica e sentia-me no céu… já que podia sentir a musica bem alta, reparei num moço lindo, alto, talvez o seu metro e oitenta e tal, moreno, cabelo preto, azeviche, enfim, um verdadeiro borracho, e reparei que as raparigas do grupo do lado de lá da casa, vinham sempre puxá-lo para ir dançar com elas, ele escusava-se e eu fazia de conta que nem via. O moço não tirava os olhos de mim, eu, encantada, claro estava a adorar aquele namorico à distância. Meu pai era severo, mas eu fazia de conta que nem reparava. Fui comer pudim. Nisto o dono da casa chega-se a mim e diz: - Laurinha, acabe lá de comer isso que o meu primo quer dançar consigo.

Pediu licença ao meu pai… pois. Xiça, fiquei tão atrapalhada, que demorei mais de nem sei quanto tempo, a comer colherzinhas cada vez mais pequenas do dito, para que o instante demorasse ehhh, claro que já sabia que eu não ouvia, e tinha tanta moça a vir buscá-lo e elas ouviam, talvez gostasse mais do meu tipo ehhh, mas que “jeitosona” na altura, magrinha, cabelos ao vento, bronzeada e um palminho de cara, bom... lá fomos dançar, e que pena tenho de não saber que musica tocava naquele momento, só sei que era bem romântica, a mão dele nas minhas costas, debaixo dos meus cabelos compridos, quando ficávamos virados para o lado oposto ao dos meus pais, ele apertava-me contra ele, docemente, com tanta ternura, tremia… e eu sentia-me tão bem, (para os que conhecem a história do porta chaves... não, não foi ali que aconteceu, aliás nem senti ehhhh) nunca tinha estado assim nos braços de um moço. Adorei estar ali, e senti que queria que fosse um momento único, que durasse para sempre...enfim... A musica parava, ele mal me largava, e um moço do mesmo grupo veio buscar-me para dançar, para não dar nas vistas lá fui, e ele contrariado a olhar, e as moças a quererem levá-lo ainda consegui ler nos lábios de uma «olha pra ela, chegou e já nos leva o nosso rapaz»!!! Fiz de conta. Quando a musica acabava, eles os dois estavam em posição de se atirarem a mim, como se estivessem a iniciar uma corrida de cem metros. A minha mãe chamou-me a atenção para que não dançasse sempre com o mesmo para não dar nas vistas ehhhhh, mas eu queria aquele, e fingia que não reparava no outro, mesmo que estivesse mais à frente em relação ao que eu queria. Bom, como tudo o que acaba, como pedra rolando e uma fraga, como fumo subindo no ar (uma canção qualquer). Lá fomos embora, era meia-noite e ele, ele sim, ficou ali encostado ao muro, mãos na cabeça, a ver-se desaparecer no horizonte...

Ao outro dia, acordei na expectativa de poder vê-lo, meus pais insistiram que fosse com eles à Funda, comer cacusso grelhadinho a casa dos nossos compadres ao pé da lagoa. Lá fui, e nem pisava o chão, andava nas nuvens. Regressamos pelas 18 h. Tinha contado à minha tia que vivia connosco o que se tinha passado. Quando chegamos diz-me ela… Olha que andou aqui um rapaz de mota todo o dia pra cá pra lá, moreninho cabelo curto, preto, e olhava para aqui para as varandas, e pensei que fosse ele. Passados dias vamos a casa de uma amiga dos meus pais que estavam nessa festa. Diz-me a senhora.: - Laurinha, o Luis (não confundir com o rapaz do anel, não tem nada a ver) andou à sua procura todo o Domingo, pediu uma mota emprestada ao primo, perguntou onde morava, e andou por lá, ele estava apaixonado, todos o gozamos quando vocês saíram da festa, mas ele não se importou. Ficou ali encostado ao muro e não foi dançar com mais ninguém. Depois como era da Força Aérea e ia para o mato no dia a seguir, lá foi, destroçado e depois? Nunca mais será que voltou? Será que por lá ficou? Nunca mais vi as pessoas do seu entorno e a vida corre sempre, novos amores novas paixões e!...

Anos mais tarde, perguntei ao meu pai de onde era o senhor Armando, o que nos convidou para os anos do filho..... Da tua terra responde ele, de Valença ehhhhhhhhhhhhhhh.. e ele ali à mão de semear. A verdade é que nunca vou à minha terra, não tenho lá ninguém, nasci ali porque o trabalho do meu pai mudava de percurso de anos a anos, passado um anito nem tanto, fomos viver para outro lado. E quem diria? Só precisava de saber se ele andava por lá, e quem sabe...








domingo, fevereiro 25, 2007

 

Saudade que nos há-de acompanhar ...



Como sempre, a saudade da minha terra de antes, me há-de acompanhar e a tantos que como eu tiveram de a deixar, e seus bens que não trouxeram, suas casas, seus amores, suas dores! Enfim, lá ficou a minha terra amada. Nada que se lhe possa comparar (na altura, agora já não é a mesma) Por isso, hei-de cantar sempre, meu canto silencioso, canto apenas com Alma, porque Ela sente quando eu a chamo, e quando me lamento de tanta saudade...
Mais um versinho dedicado à minha terra mãe...



Mãe terra, que saudade de ti
Desde que vivi em ti e regressei
A outro mundo, tão diferente
Diferente de tudo em ti.

Mãe África.
Mãe da minha loucura sã
Dos meus devaneios saudosos
Dos meus quereres do antes, e,
Da vida tão intensa que vivi em ti.

Mãe África, mãe minha.
Terra onde vivi a contento
Tantos e tantos anos, feliz,
Feliz por que me deste tudo de ti
Me deste tudo quanto tinhas em teu ventre
Me ajudaste a criar, saudávelmente
Porque a terra produzia
Apenas com a tua semente
Me deste todos os peixes do mar
Me deixaste andar em ti,
Já que quando a ti cheguei
Nem sequer te perguntei
Se acolher-me poderias.

Nem foi preciso perguntar-te
Nem foi preciso escutar-te
O teu receber-me assim
Sem sequer quereres saber
Quem era eu!...

Mãe terra, mãe amiga
Que sempre de mãos estendidas
Me recebeste em teu seio
Olhaste a que nada me faltasse
Deixaste-me andar em ti
Como se de uma filha se tratasse
E eu, ingrata, nunca te agradeci
A felicidade sempre certa
Que tive ao viver em ti
Perdoa a minha ingratidão,
O lembrar-me de te agradecer, já tarde
Mas não me deixes partir
Sem me aconchegar ao coração.

Etiquetas:








 

Bombos da minha saudade !!!





Pois é, nem é altura de musicas na rua, fui com a minha amiga dar uma volta pela cidade. Tínhamos tanta treta para por em dia, fomos andando, sentamos ali perto da fonte e de repente vejo muita gente junta, e penso logo (sem ouvir claro) lá andam as politiquices e os ajuntamentos. Até parece ... nada resolvem! Nisto, vejo a cara da Sãozita a alegrar-se e a olhar-me fixamente a rir-se para dentro e eu que já conheço aquela carinha matreira, e diz ela:

- Não, não são politiquices, antes pelo contrário, são musiquices, e eu sem entender.
- Ó pariga, são os Bombos que tu tanto gostas! Vamos ligeiras e lá os vejo, furo aqui e ali, discretamente e, ó maravilha das maravilhas, a única musica que aconsigo ouvir (ao natural ahhhh) que êxtase, que tonteira, que alegria cá dentro da alma, e mesmo sendo assim, sem ouvir, ainda digo: - Obriga Senhor, por poder ouvir assim e esqueço as dores, as coisas da vida que me trazem tão distante de tudo, as zangas, os amuos, e fico ali. Vejo a minha amiga a afastar-se e chamo-a para junto de mim e exclama ela de longe: -Não posso, se não fico como tu, ainda tenho os ouvidos a funcionar, e estar perto disso muito tempo, faz-me mal!!!
Foi uma coisa boa, como se tivesse direito a um prémio. Caiu-me que nem melaço e ajudou-me a ficar melhor com tudo e todos.
Por isso agradeço a todos os que andam pelas ruas a tocar bombos, pois fazem-me ficar arrepiada de todo ao ve-los passar e sentir aquela musica que me entra pelos ouvidos adentro e me chega e alegra também a alma !!!

Etiquetas:








sexta-feira, fevereiro 23, 2007

 

Caminhos de neve…




              Dei comigo num caminho de neve
              Que nem sei onde me levaria,
              Se ao paraíso sonhado
              Ou a um lugar que me assustaria!

              Receosa, continuei pelo meio da estrada,
              Rodeada de neve, que não derretia,
              Apesar do sol que fazia.
              E do vento que uivava e eu nem o sentia.

              Mas uma luz chamava-me, eu não me detinha
              Segui sempre em frente, sozinha, sem parar
              Fui dar a um trilho que não conhecia.
              Imaginem apenas, o que fui encontrar…

              Vi asas esvoaçantes, Seres dançantes,
              Que rodopiavam mais depressa que a própria luz
              Estavam envoltos na cor da neve e do sol, juntos,
              E riam, falavam, discutiam como nós…

              Perguntei a um deles que me olhou,
              Onde estava? que caminho era aquele,
              E como retornava, respondeu-me a sorrir
              Que por onde entrei, por lá voltava...
              E não é que acordei e ao meu lugar voltei!...








segunda-feira, fevereiro 19, 2007

 

Ao Gil, dilecto amigo da alma!...



Para ti Gil, este versito simples, mas profundo, escrito a pensar em ti, no bom amigo que és desde que nos conhecemos, por aqui, e já lá vão quase 5 anos a diário, também. Já falámos ao telefone, ou antes falaste tu com a minha filha que me transmitia o que dizias, e falei eu e tu ouviste-me e, choraste do outro lado ao ouvir a minha voz que não conhecias, e sendo eu surda, claro que deve ser diferente de todas as vozes que conheces.
Obrigada por me chamares a tua princesinha. Adoro o nome, sei que sou apenas a tua princesinha e isso faz-me feliz.
Um beijo enorme, cheio de carinho de quem anseia que chegue o dia de te abraçar e, realmente já faltou mais ... agora é apenas uma questão de mais ano, menos ano.



Amigo, que vieste ter comigo
Em horas de tão grande dor.
Tu não sabes o bem que me fizeste
Com tua presença amiga
Mesmo de longe ...

Amigo, que nem sequer conheço,
Que encheste minha vida de paz.
Soubeste tocar-me o coração
Onde muitos não conseguiram
Mesmo estando de mim, perto.

Amigo, a quem amo tanto ...
Que por vezes deixo correr meu pranto,
Só por lembrar que houve alguém
Que sem me conhecer, me deu tanto,
E transformou meu pranto em amor.

Amigo, que nunca vi na vida ...
Que espero abraçar algum dia
E possamos ir para junto do mar,
E, das nossas vidas falar ...
E nossas vidas recordar.








domingo, fevereiro 18, 2007

 

Vou correr mundo ...



É hoje mesmo que vou saír de casa. Já nada me fará voltar atrás. Estou cheia de tudo, do rame rame de sempre, de ver sempre as mesmas caras, as mesmas gentes. Juro que tenho aguentado quanto posso, para fazer uma cara feliz, aparentar uma felicidade que, ao fim e ao cabo, nem existe. Não me venham com a treta de que se tivesse montes de euros já não pensava assim. Isso já é secundário. Basta-me o suficiente para o pão de cada dia, a manteiguinha, os ovinhos, uma carnita, um peixinho, uns trapos decentes, as despesas da casa (malditas despesas de àguas, luzes (eu bem mandava cortar a luz e voltava ao antigamente, comprava um ferrito daqueles de enfiar brasas lá dentro e até aproveitava para acender a braseira, que bem falta nos tem feito. Depois ia pela rua a apanhar os malditos maços de tabaco, para aproveitar as pratas, que a minha mãe também as punha na braseira e dizia que conservava as brasas acesas e não a deixava apagar... sei lá se era verdade isso, mas quando um burro começa a andar, não sei se já repararam, os outros vão atrás. O que um vê o outro fazer, raramente não faz também, a não ser que já tenha mais cabeça. Já me estou a afastar do meu propósito de ir correr mundo e nem me esqueço que se desligasse a luz de vez, onde andariam os meus escritos! Como passaria sem a minha paixão de falar com todos, partilhar minhas coisas com todos. Mau, a luz fica e pronto!
Dependem de mim cá em casa, que na rua não precisam de mim para nada. Assim, piro-me e quando derem pela minha falta já vai ser tarde. Quero ver a roupa para lavar, estender, passar a ferro, chegar a casa ter a comida feita, quentinha, a mesa posta e a companhia da mãe que faz sempre por estar bem disposta, embora a vida nem ande para bem dispostiçes (acho que esta palavra nem existe no dicionário, mas que querem? inventei-a e pronto! A mãe vai às compras, a mãe carrega tudo para casa, vá lá que é num primeiro andar... bem, como ia dizendo, vou correr mundo. Saio já daqui a nada. Nem vou dizer nada, se não vai tudo atrás de mim, eo que eu quero é desligar-me deles, da dependência que tenho deles, e eles de mim. É marcar consultas no Centro de saúde, eles não vão marcar coisíssima nenhuma, fico ali horas e depois lá me dizem.. não há estão esgotadas até nem sei quantos de Julho...vá passando por cá..... a mãe vai à farmácia buscar de tudo, eles não têm tempo, mas quando saem para as noitadas têm todo o tempo do mundo.

Depois, quando chegam, também têm a manhã toda para dormir, pois coitados, trabalham a semana toda (tu estás em casa e nem fazes nada a não ser a comida, dizem) e quando vêm mal dispostos e com a comidinha feita ainda lançam o tal do palavreado ... xiça, nem tem sal, nem sabe a nada, vou comer cereais, etc etc..
Pronto, fartei-me! enchi, gastei-me, isso mesmo, gastei-me e pronto! Vou já daqui a nada, meto-me no carro, atesto o depósito e vou por ali fora. Para onde, logo se verá. A mala está feita, só falta mesmo ver o crédito do cartão das massas, que sem elas a vida não rende. Por isso, por via das dúvidas, primeiro vou ao multibanco... já fui e já vim... (e?) Acho melhor ficar por aqui. O dia está frio, nem sequer saberia para onde ir. Credo, e depois quem cuidava dos meus meninos? Quem lavava a roupinha deles? Quem ia marcar as consultas e quem levaria o cão à rua enquanto eles estão fora, a trabalhar? Bom, bom, o melhor mesmo ir dar um passeiozito pelas redondezas e a pé. O depósito está em baixo, e a conta também nem tinha lá grande coisa, de maneira que, ir por ir, mais vale ser para longe. Assim, fico por aqui e vou apanhar maços de cigarros para que a fogueira que tenho em mim, não se apague...










sexta-feira, fevereiro 16, 2007

 

Vieste ter comigo!...





Apareceste na minha vida,
Num dia como outro qualquer.
E o que depois se seguiu ...
Nem sei como aconteceu.

Vieste até mim, num papel qualquer
Escreveste como eu, noutro papel.
E o que se seguiu, nem sei dizer ...
Se foi o acaso ou por já te conhecer.

Só sei que apareceste na hora certa,
Que já me sentia pela vida, abandonada.
E como nada acontece por acaso ...
Pensei que pela sorte fui bafejada.

E, não é que nem me enganei?
Trouxeste tanto alento à minha vida,
Deste-me coisas tão belas,
Mil anos que passem nunca esquecerei.

O valor de tudo o que vi em ti,
O que tudo valeu para mim,
E o que de ti aprendi ...
E como agora gosto mais de mim.








quinta-feira, fevereiro 15, 2007

 

Tenho um sonho...





Tenho um sonho,
Que só se realizará,
Quando atravessar o mar ...
Para o lado de lá.

Mas entre tanto mar,
Nem todos vão dar ...
Àquele onde quero ir.
E onde meu sonho se vai realizar.

Vou esperar pelo barqueiro,
Que ao meu mar me vai levar.
E quando a hora chegar ...
É lá que o vou encontrar.

E vou realizar o meu sonho ...
Que ficou inacabado.
Por não ter lá voltado,
Depois de regressar.

Mas que importa já ser tarde,
Que importa que façam alarde,
Da vida que vou levar, e ...
Do sonho que vou realizar?

Se ele lá está à minha espera ...
E todos estes anos foram uma quimera.
E ele mesmo me disse que sempre ficaria,
E nunca de lá saiu ... à minha espera.









quarta-feira, fevereiro 14, 2007

 

Vamos fundar o club da gritaria?


Vamos ou não vamos?
Ora nem mais. Tou cansada de ter amigas à perna todos os fins de semana, íncluindo eu! Eu mais porque como não ouço, mais custa estar em casa sempre a olhar para o mesmo pessoal, mas não arredo daqui. Claro que por vezes saio, Graças a Deus ainda tenho carrito (quando os outros não precisam ahhh) mas vou-me habituando a ficar por aqui, ou vou buscar a raparigada toda (as que cabem) e vamos pó monte berrar ou gritar acho que vai tudo dar ao mesmo....Só que eu como não ouço, sou mais espectadora, e olho-as a tentar respirar depois da berraria e das lágrimas que se seguem.. E digo para elas à laia de consolação -: Chora que mijas menos, depois acabamos a rir, e voltamos frescas que nem alface e sentamos aos pés da estátua de um padre qualquer (só tarde demais reparei que era o papa falecido recentemente, Paulo nem sei quantos numeros..) e um querido Papa, isso sim.. Umas falam dos namoricos que têm..algumas são mais novas que eu..choram baba e ranho, mas ficam boas..depois vem a outra a contar as peripécias dos gatos que se atiram a ela, e ainda misturam as quecas do passado e uma pessoa só pode rir já que não dá para mais, ahhh o que me rio, falamos dos filhos do rai"s dos maridos que querem tudo feito e despachado a horas, enquanto vão para o café..e chegam tarde e a más horas e ainda querem treta baratucha..O meu até nem sai coitado, e porque não lhe apetece, já eu, podendo...porta fora que se faz tarde, para onde ir, tenho sempre..
Bom, lá vou eu por outro caminho e desviei-me do assunto..
Aqui fica este pequenino espaço para virem gritar no fim de semana, só que nem gritem muito, nem se esforçem, sou surda lembram-se? por isso não vieram bater à porta errada.... gritem, enxovalhem (delicadamente percebem?) escrevam tudo o que vai por aí, que prometo responder a todas, não precisam de nomes verdadeiros..anónimos podem entrar..Já tou a ver a rapaziada a vir cuscar a ver o que práqui vai ahhhhh.
Raparigaças vamos a isso, gritem, dividam a dor encoberta ou descoberta..e vão ver que nos sentimos melhor..Isto é apenas para que lá para sexta já saibam que o club tá aberto pelo menos esta semana, depois se verá se enche senão...
Um abraço da moça que quer ver a gritaria imaginária, dar bons frutos..
E já agora feliz dia dos namorados para todos, com prendas ou sem elas, divirtam-se....

.






terça-feira, fevereiro 13, 2007

 

Preciso de um abraço ...





Preciso de um abraço,
Urgentemente!
Preciso daquele abraço ...
Que me aperte fortemente
Me faça sentir,
Que ainda sou gente.

De onde virá ele?
De que braços sairá,
O abraço que espero ...
De onde virá?
Aquele ser que aguardo
Há milhentos de anos?

Quem sabe anda por aqui,
Neste mundo.
Lado a lado comigo
E, ansiosa, nem reparo
Que ele vive aqui ...
A passos de mim.

Moço de quem gosto tanto,
A quem sempre amei na vida
Que tornas tudo num encanto.
Anda! abraçar-me, então.
E aperta-me bem, junto ao teu coração.








segunda-feira, fevereiro 12, 2007

 

Que relaxante...que cheirosinha fiquei





Que cheirosa fiquei hoje, depois do meu banho, refastelada na banheira.. Deixei-me estar ali na àgua quentinha, tinha acrescentado uns sais de banho bem relaxantes. Deixei-me ficar ali até quase sornar. Mau grado os sais de banho fizeram-me arder a vista, ainda me faltava lavar a cabeça, às cegas lá a lavei, os olhos ardiam-me, e mal chegava à toalha que costumo pendurar em cima da armação da divisória que protege a banheira. Saí, sequei-me, e reparei no meu cabelo tão sedoso, nem costuma ficar assim, sequei-o dei um geito e lá me fui vestir. Quando vou a abrir o chuveiro para deixar a banheira limpa, reparo no frasco do shampoo, como costumam estar lá dois, o meu anti caspa, e o outro que só se usa de vez em quando.. O anti caspa não estava lá. Adivinhem com que shampoo lavei o cabelo? Espero que o shaka não faça barulho por eu usar os produtos dele..... Claro...Mas que ideia...Nunca vos aconteceu?








domingo, fevereiro 11, 2007

 

"És uma joia rara" ...



Mestre Splinter recordou-me os meus 18 anos ...

No último comentário escreveu... és uma jóia rara.. Isso despoletou em mim um regresso ao passado. Aos meus 18 anos, quando fui para as profundezas de Angola, mesmo nas matas, só quem lá foi é que sabe o que é viver ali... numa terra linda e entre os muitos amigos que fiz, destaca-se este que por ser já muito mais velho que eu, sempre foi muito importante na minha vida como amigo.
Ele fez-me este verso que vê, e lá tem as mesmas palavras naquele bocadinho ... és uma jóia rara... acho que dá para entender, mas transcrevo-o.




Nas terras áridas do "fim do mundo"
Apareceu um dia, um diamante.
És uma jóia rara, de encanto profundo,
Suave, sensivel, sem semelhante.

Que Deus te guarde....

Com amizade...


Como fiquei feliz por voltar ao passado, por lembrar os meus 18 anos, tão puros, tão meus.
Onde isso já lá vai! Acho que continuo a mesma, mais velha, mas a mesma moça (moça?) ahhhhhh

Beijinho para si.








sábado, fevereiro 10, 2007

 

Para quem sofre!!!


.
Encontrei-te na rua hoje. Senti que estavas triste, tinhas olhos de chorar. Perguntei o porquê das lágrmas que teimavam em não querer saír. Abanaste a cabeça e encolheste os ombros enquanto dizias a sorrir... Não é nada laura. O pranto soltou-se ali mesmo no meio da rua, e deste vazão à tristeza que te ia na alma. É sempre a mesma coisa dizias. Fins de semana para mim são um horror, detesto estar só, e detesto quando encontro alguém, seja amigo ou conhecido que me diga às sextas feiras, bom fim de semana.. (eles nem imaginam os meus menos bons fins de semana..) Detesto laura, ó como detesto..detesto estar só, claro que o João está lá sempre a ver tv claro..até me pede um copo de àgua uma cerveja..tá cansado de trabalhar toda a semana numa empresa onde nem faz quase nada.... mas mais valia só, se me entendes...Os filhos abalam logo de manhã, e sinto-me só e pronto. e ali entre quatro paredes, sinto-me com vontade de saír dali e ir nem sei para onde.
Então dei-te o conselho que dou a mim própria quase todos os fins de semana (já reparaste que aqui também nos trucidam com os bons fins de semana que nos desejam, a nós que mal saímos de casa?)...
Se não podes sair, fecha os olhos, imagina a paisagem mais bela que possas ter dentro de ti.. (a minha é o mar, sempre o mar) relaxa, entra devagarinho nele, que nem está de ondas turbulentas..banha-te nele, aspira, aspira sempre.. Não sentes o cheiro da maresia? Bendito cheiro que entra por nós e nos faz sentir melhor.. Abandona-te a ele, que te leva em seus braços, a viajar, teu corpo não gela, ele não deixa...
Se queres ir para o campo, pois segue embrenha-te na floresta de verdes e mais verdes, recosta-te num velho carvalho, e sente a energia que dele emana, respira e inspira fundo, vais ver que daqui a nada te esqueceste porque estás ali.. Vai mais abaixo até ao rio, senta-te nas suas marges e conversa com ele, o sábio rio que muito ouve por onde passa, e não conta nada do que ouve....Diz-lhe das tuas lutas dos teus anseios, e escuta, escuta sim que ele responde-te.. Relaxa, passa pelas brasas e quando regressares a casa, terás vontade de fazer de tudo e sentirás teu corpo e tua alma banhadas da mais pura energia... Faz isso amiga, se não podes saír de casa, então tenta sonhar, e faz o teu sonho à tua maneira.... Para ti querida amiga, ou antes para todas as amigas que sofrem neste momento o estar em casa, as canseiras das lidas que durante a semana não podem fazer..enfim..dêm descanso à vassoura e companhia limitada..e recostem-se e sonhem..Quem sabe os dez anõezinhos da Tia verde àgua irão ajudar....






sexta-feira, fevereiro 09, 2007

 

Não chores por mim, terra amada...





Não chores por mim, terra amada
Não me sinto por ti, abandonada
E tudo o que deixei em ti
Foi o mais profundo amor
Que alguma vez senti..

Não penses que te abandonei
Que jamais a ti voltarei
Não penses isso, ó minha amada..
Porque a ti regressarei
Numa canoa engalanada
De flores exóticas
Que nascem em ti
E mais ninguém tem…

Não duvides nunca do meu amor
Sabes bem que ele é sincero
E tudo o que eu quero
É viver junto a ti

Para já não é possível
Mas... quando estiver do lado de lá!!!
Sabes bem que é isso que vai acontecer
Ó minha pátria amada.
E, então não precisarei mais
De sonhar contigo
Mesmo acordada…








quinta-feira, fevereiro 08, 2007

 

As músicas e os sons de silêncio...


.


Olá, a propósito de me perguntarem porque tinha estas músicas aqui.. Bom, quem não ouve não sabe ouvir nem é ninguém para dar um parecer sobre uma determinada música ou canção..
Adoro sim, sentir nas colunas com o som bem alto...E tenho predileção por algumas, cujos sons me ficaram no ouvido..Estas, o Adamo, foram as que mais gostei lá nos anos 60,70 e tinha uma amiga que cantava a letra e eu encostava o ouvido à coluna, soava-me que nem sei explicar..Depois pedi a uma amiga que colocou lá, e mais tarde quando postei sobre o meu pai, nos anos dele, e falei na guitarra toca baixinho, que ele cantava para mim, escrevia as letras a andar com os discos para cá, pára, anda, pára, anda...para conseguir apanhar a letra certa..E a minha amiga de novo teve a gentileza de pôr lá.. Por isso, aqui quase que é uma casinha silenciosa, mas apenas silenciosa pelo que é, porque a dona recebe a todos com o seu abraço cheio de ternura, que valerá por muitas músicas..Acho eu..
Gosto de sentir a música quando pode ser mais alta....Gosto que cantem para mim, para que dos vossos lábios eu tire a letra, mesmo em Inglês, os meus filhos vão cantando já traduzido..Habituaram-se, e ainda bem, para mim, que pude disfrutar de muitas músicas muitas canções lindas..Como hei-de explicar, ouço a voz, mas não a entendo..sinto a vibração das vozes, a música não sei de que é feita, mas sinto-a... Não me queixo, apenas tento explicar-vos como a entendo e ela me soa.
E como já disse, eu faço as minhas músicas cá dentro da alma, acrescento os sons, e se vos pudesse mostrar esses sons..Mas não posso..Adoro Saxafone, trombone, bem alto..uau que bom. O meu filho toca guitarra desde novinho, o outro toca bateria e percussão...Esse da guitarra canta para mim (às vezes) a Lady Laura do R. Carlos, eu ponho a mão na guitarra e leio na boca dele..Que bom.. O outro quando o levava aos ensaios da banda e levava com que tocar (não me lembro do nome daquilo agora), fechavamos os vidros da carrinha, ele tocava para mim com toda a força, que bem aquele bater me soava..E ao chegar ao lugar onde ia ensaiar, dava-lhe dinheiro pa pagar o bilhete (este começou cedo a receber cachet dos concertos inter carro..) para comprar uma coca e um bolo..e lá ia feliz e eu regressava também, por poder disfrutar das batidas dele...
Assim, de mim não tenham dó..Por vezes até é melhor não ouvir o palavreado sem sentido de muita gente.... O marido quer discutir? Força, eu olho para o lado, menos para a boca dele ahh já aconteceu muitas vezes..é a maior.. Os filhos querem reclamar? Podem fazê-lo à vontade, eu nem olho para a boca deles ahh que gostosura..é caso para dizer que ouço apenas o que quero.. As barulheiras dos carros e a música alta dos vizinhos..Enfim, isso não me afecta...

.






segunda-feira, fevereiro 05, 2007

 

Ao Leão verde...



Dedico-te este versinho despretensioso, porque sei que tal como eu, amas a nossa terra, onde trocamos passos, calcorreamos caminhos, lutamos pela vida, e viemos embora sozinhos… sozinhos apenas na alma, e mesmo assim, ainda nos encontramos, e eu, grata pela tua amizade de agora, encho-te o coração de mimos…





                             Coração verde ao peito
                             Cheio de amor pela Terra Mãe
                             Que nos acolheu
                             Cheio de brio e coragem
                             Que o seu solo, defendeu.

                                Entraste na guerra inglória,
                                Lutaste para preservar as vidas
                                Que sentias dever, defender
                                Sabias de antemão
                                Que era uma guerra que não iria vencer….

                             Coração de Leão
                             Que atravessaste a savana,
                             Correste descalço pela terra vermelha
                             E sofres dentro do peito a dor
                             De te sentir longe dos seus braços…

                                E tal como eu…
                                Vives a sonhar
                                Que um dia possamos lá voltar
                                E ainda não perdemos a esperança
                                De a Mãe Terra, voltar a beijar!!!!

Beijinho da garota de S. Paulo...








domingo, fevereiro 04, 2007

 

Uma prova de amor!!





                   Uma prova de amor que me deste….
                   Dás-me tantas, mas esqueces….
                   Que o amor precisa de florir,
                   De se abrir em flor,
                   Sem ser na Primavera..
                   De murchar quando é preciso,
                   Mas também, de renascer!!!!
                   Ele precisa de cuidados
                   De ser podado todos os anos…..
                   Como as flores do nosso jardim..
                   Eu preciso de ti e de amor….
                   Sei que não é fácil para ti..
                   Nem para mim,
                   Mas porque não tentamos
                   Voltar a ser os namorados
                   Que fomos no passado
                   Onde a paixão existiu,
                   E a rotina tudo destruíu….
                   Voltemos a sonhar
                   Que no amor tudo é possível….
                   E, quem sabe um dia
                   Voltaremos a amar-nos
                   Com loucura….
                   E esse amor será o que perdura!!!!!








sexta-feira, fevereiro 02, 2007

 

Olho no vazio....


-


Olho no vazio, naquela parede em frente de mim, branca de azulejo brilhante.. Tento ver-me do lado de lá, de saber quem sou, e o que faço aqui.. Ela não me responde simplesmente porque é estática.. Pensei que talvez, olhando-me através dela, pudesse tirar dali alguma imagem, algo que me indicasse que não estava só. Mas não..É apenas uma parede, feita de material inerte, não tem vida, e não me pode responder….
Eu referia-me a tentar ver naquele azulejo brilhante, alguém que do lado de lá me falasse, me fizesse dar um sorriso mesmo apenas esboçado…E como isso não acontecia, fui tentando inventar um diálogo mudo..(se tinha gente ao lado mais muda ainda!!) E sem mudar minha expressão, consegui falar com uma parede, ouvi as respostas dela ( nem vos conto o que prá li foi de treta..imaginem se quiserem ahhhh) e tive que me levantar para que não ouvissem o meu gargalhar de louca, porque não me podia rir!!..pois ali ninguém falou comigo.. e me fez rir…) e aguentar a permanência à mesa, sem ser mal educada, e saír antes de acabarmos de tomar o pequeno almoço…Como acontece muitas vezes…. E até pedi delicadamente..Com licença!!

-