A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


quinta-feira, maio 31, 2007

 

Às mulheres guerreiras de hoje e sempre!...


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Mulheres guerreiras, mas da Paz, do amor e de tudo quanto é belo
Mulheres que amam o bem e não querem ver o mal, nem pintado.
Elas são aos montes, elas existem por aí no nosso quotidiano
e nós vêmo-las, sentimo-las e, claro amamos as maravilhosas
mulheres que além de mães, são amigas, companheiras e lutadoras
para que todos tenhamos direito a um mundo melhor.
Elas vestem a pele de qualquer mulher que se preze. Conheço muitas, e cada
vez vão aparecendo mais de todos os lados. Uma Ode às mulheres
de temperança, de mudança e que sabem sentir aquilo que toda
a mulher deve sentir dentro de si.
Homens, erguei a taça dos mais belos licores em honra das mulheres
que conheceis, refiro-me apenas às verdadeiras mulheres que
vivem lado a lado convosco, e sabem tocar vosso coração.
Mulheres!... Força que a verdadeira luta é a do coração
que do resto tratarão eles, os verdadeiros Homens.
Ai vai minha poesia escrita naquelas horas em que nossos corações
por vezes parecem clamar por vingança, mas não é a vingança
nem as armas que queremos, queremos apenas o amor a governar
o MUNDO!...


Somos mulheres de armas
Que brandimos pelos ares,
As armas seculares
Que atacam a dor.

Somos mulheres de armas
Que em vez de cravarmos
O desamor,
Apenas brandimos pelos ares,
Não as espadas da dor
Mas, corações cheios de amor.

Juntem-se a nós
Mulheres que, como nós,
Apenas queremos plantar flores
Na ponta das armas.

Não à guerra, não às armas
Todos os que para lá vão
São irmãos do coração
Não. Não, para a guerra, não irão.

Assim, levantemos nossas bandeiras
Nestas horas derradeiras.

E lutemos com o coração,
Para que vença a união
E a força da razão…


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quarta-feira, maio 30, 2007

 

Tenho andado larachas e assim...


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É escrevendo e contando as minhas dores,
As dores que na minha alma moram
Que vou deixando para trás as mágoas
E encontrando da vida as coisas boas.

É a escrever que relembro
As dores que me marcaram tanto
E as canseiras que a vida acabou
Por transformar em pranto.

É do meu viver sofrido que vou tirando
Da vida lições bem proveitosas
E se algo profundo em mim vai ficando,
É que meus caminhos nem sempre foram rosas.

Assim vou escrevendo e a dor devagarinho vai saindo
Como um regato cristalino que vai levando
Todas as minhas dores, de mansinho…


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segunda-feira, maio 28, 2007

 

O dia de ontem!...


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Belissimo dia em casa da Sãozita, reunimos 3 casais, um de noivos, ela de cá e ele Alemão, excelente exemplar de homem com quase dois metros de altura, ele e a moça vão casar e um casamento à Celtas... Estava mais um amigo e a treta ia por ali fora desanuviada.
De tarde eu a noiva e noivo (ele trabalha com peles, artefactos , ferro cobre, etc, será ele a fazer o traje de noiva tipo Xena a guerreira) fomos a minha casa, fiz-lhe os moldes para ele cortar as peles,e regressamos ao convivio dos anteriores.

Depois de bem comidos e melhor bebidos ehhhh, a conversa girava em torno das mulheres, o da sãozita teimava que para ele as mulheres que vestem melhor são as Brasileiras...blá blá, e nós discordávamos, porque as espanholas são lindas (algumas claro) e vestem-se bem, podem nem ter com que comer, mas o vestir é sagrado...

E a coisa ia por aí fora, já enjoavam mais as muiés e digo eu para elas, ó meninas e nós vamos acabar a noite a falar de mulheres? Então e os nossos gostos prendem-se com quê? vai a Sãozita, eu gosto dos Italianos mas com a cabeça dos Franceses...
E eu..xi, Italianos é que é (nunca conheci nenhum na vida ehhhh, mas queriamos chatear o pessoal) continuo... Italianissimos daqueles de (abracei-me a mim própria e disse mama mia que buonos machos) e o meu espantado, incrédulo..ai é?

o da Sãozita já falava entredentes e ai não entendo nada de bocas fechadas ehhhhh , o Zé discordava, bons são os Portugueses e eu, ehhh a rir perdida e a apontar para eles, credo, olha o que temos aqui há frente ehhh que grande coisa!... Já nem se entendiam!, Acabamos por ali que o namorado da Sãozita já deitava fumo pelas órelhas, e digo eu a todos!

Pois é, pois é,se falarmos de mulheres a coisa vai bem, porque é o que vocês gostam de falar, e nós temos que ouvir, mas se vira o disco já é assim? Então aguentem como homens, e ouçam, claro que os Italianos são buenissimos pelo menos é o que elas dizem ehhhh.. o Português tem a mania que é macho e é um safado de primeira, falso, fingido, traiçoeiro e não aceita modernices nem é de mente aberta (poucos o são), o meu até é! Que remédio ele tem ehhhhhhh,
mas o Alemão, o Francês, ajuda em casa, cozinha, trabalha, a muié pode sair com amigas, (eu saio também, ó pois se saio e não perco meu valor como mulher por causa disso).. A Caessa a noiva ainda ralhava e chamava machão ao Óscar o da Sãozita, e que balburdia aquilo foi..

Acredito que para a próxima junto de nós já não se metem a falar de muiés ehhhhhhhhhhhhh... Já que se eles podem falar, nós também devemos falar na mesma! Ou há moralidade ou comem todos...Enfim, a coisa ficou por ali, porque discordavam, e assim ficamos a conhecer os nossos machos latinos que são assim como o que está ai na imagem!!! e burras somos nós se vamos na treta deles nesse aspecto!...

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sexta-feira, maio 25, 2007

 

Quando é que homem amadurece?


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Estava eu a falar das minhas dores de pescoço, referindo-me que não era por me voltar na rua a olhar um qualquer espécime geitoso que passasse por mim na rua, porque acho que em toda a minha vida, poucas vezes me voltei nesse sentido, porque nunca vi nada que merecesse olhar tanto...
Tem dias em que vou andando por aí e vejo cada homem mais embasbacado com uma mulher que nem é bonitinha sequer... Eles são todos perdidinhos, e eu adoraria que me disessem o que sentem (estou a falar a sério, jura mêmo palavra de laurinha) quando olham para qualquer mulher, nós sabemos que há mulheres lindas e outras o oposto, sim senhora, mas agora a pararem, a ficarem com cara de tótós no meio da rua, não vos favorece em nada. Antes pelo contrário... Eu até chego a olhar para eles e a querer que me vejam quando estão a mirar para outros lados que diga-se a verdade, tenho olhos, e aquilo nem vale nada!...
Tudo isto a propósito porque apanho os melhores maridos a fazer isso... incluindo o meu claro... e pergunto-me, aliás devo ter seguidoras aqui e agora que também se perguntam o que é que faz os homens olharem tanto que costumam ficar com um torcicolo que os leva a ter de andar de colarinho branco, sem serem padres claro, que isso é outra história!...

Mas há quem diga que quando nascem, já gatinham pela estrada a aprender o caminho para as muiés, e assim...expliquem lá alguma coisa a ver se vos entendemos e se entendemos o que querem dizer...
Cada um fale por si, mas... a curiosidade mata-nos e há dias em conversa com uma amiga já mais velha que eu, o tema era esse e prometi que ia fazer um inquérito aos meus amigos do blog e que lhe diria tudo tal e qual. Por isso amigos. A verdade acima de tudo.. O que vos provoca, se são as roupas lindas e uma cara feia, se é o traseiro, ou o resto!...


Ainda estamos a aprender a conhecer
Os homens que temos em casa.
Só que na rua mudam de feitio,
E olham a torto e a direito
Para tanta “vela sem pavio”

E ficamos a pensar
De onde lhes vem tanto brio,
Que em casa não olham nada
Como fazem lá na calçada,
Ao reparar nas “deslavadas.

E nós tão admiradas de tantas deslavadas,
Lhes provocarem um sorriso tão matreiro
Uns murmurares entre dentes uns galanteios
E nós que nem sabíamos que eles tinham tanto paleio,
Para gastar com tanta vela sem pavio.

Até aí tudo bem, cada um olha para onde quer,
Mas quando a personagem muda
E somos nós as observadas,
A coisa já corre mal para o nosso lado
E passamos a ser nós, as deslavadas.

Que devíamos ter ficado em casa
A lavar e passajar as meias deles,
Mas eu cá nem me ralo, e fiquei toda airosa,
Quando um sujeito por mim passou
E me disse que eu era fresca como uma rosa…



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quinta-feira, maio 24, 2007

 

Ai os meus amigos dos meus tempos de rapariga...


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Vivia em Luanda.
Por baixo de minha casa tinha uma livraria, e a dona Edgarda
Costumava deixar-me levar livros para ler, depois devolvia-os.
O que mais me cativava na altura eram os marotos da Disney
Adorava os sobrinhos do Donald, embirrava com a forretice do
tio Patinhas, adorava a vovó Donalda e a Margarida, e andava
sempre a ver quando prendiam os Irmãos metralha de vez.
O Pluto era cá um rapazote levado da breca, mas ajudaram o meu
dia a dia ser melhor e a ter magia...
Quem nunca leu esses livrinhos na vida? Quem nunca sentiu ternura
no coração com tanta beleza de textos e de desenhos?
Ora contem lá e falem dos vossos tempos de garotos, se não era
bom ter desses livrinhos de aventuras dos sobrinhos do Donald,
do Mickey, e do Zé carioca aquele papagaio malandro, Brasileiro!...

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domingo, maio 20, 2007

 

A peça já estreou...





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E lá acabou a minha correria que me manteve mais afastada de vós.
Fiz as roupas da menina nenúfar, a Filipa de cor de rosa, os
adereços do cabelo, a roupa do medo, que era a Ana Cris, de cara
dourada, fiz blusa colete calções, barrete, etc, e o vestido
branco da joaninha a mais pequenina, que entrou para o Tinbra
com 6 anos e ainda lá está, toca flauta, era a menina da musica
e fiz o vestido branco, com pautas de musica aplicadas,
e fitinhas pretas a fazer as riscas dos livros de musica.
A chinesa apenas fiz a saia de tules soltos, com arame, e
o mago, o chapéu já tinhamos assim como o casaco. Foi lindo
Todos brilharam nessa noite e eu senti-me feliz com a
felicidade deles.
Assim, amanhã já venho ao blog com mais calma e tempo
E não sinto o coração a sair de dentro do peito...
Estou feiota, mas foi o que saiu ehhh...

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quarta-feira, maio 16, 2007

 

Também já estive lado a lado com um leão...



Estavamos a viver na África do Sul, tinha na altura 22 anos. Viajei imenso pelas matas, e visitei santuários de animais de grande porte.
Um dia combinamos ir ali perto de Rustenburg a um parque selvagem, iriamos numa carrinha fechada das grandes, preparamos a cesta do pic nic e lá fomos, a Côca o Béquinho, o Janie e Nic dois manos gregos, o meu irmão mais novo e a namorada rosa, e lá seguimos.
Ao entrar no parque a advertência de sempre, cuidado, manter sempre o carro em movimento e não provocar os animais etc etc. Os rapazes eram todos de 25 26 só o meu mano é que era um puto de 18 ehhhh. Nisto avistam-se uns leões, várias femeas e um macho enorme, minha nossa, aquilo de perto é que é, na tv não se vê nada ehhhhhhh. Os rapazes resolveram parar e abrir a porta,sair para verte águas... os leões do outro lado a uns 6 ou 7 metros, deitados,nem nos ligavam nenhuma, eu deixei-me ficar quietinha e ia sentada à janela do lado que não tinha porta,sempre pronta a gritar se os leões se mechessem... Nisto vejo o leão todo jovem, enorme, a caminhar devagar, pachorrentemente, avança e deixa-se ficar de novo meio deitado a olhar nas calmas. eu entretenho-me a olhar para o lado dos rapazes que estavam a tirar o farnel, e já aborrecida por não fecharem a porta e estarem lá dentro da carrinha, lá mandei as minhas bocas ao janie.
E depois sinto um embalozinho na carrinha, suave, coisa pouca, vou a olhar para o leão, e deixem que vos diga, só saiu um Fo..-se cara..o tão arrastado e eu fiquei, amarela, ele o safadinho com tanto areal, veio encostar-se e deitar-se ao lado da minha janela e a cara dele, (não digo focinho) estava ao lado da minha e apenas tinhamos o vidro da carrinha a separar-nos, claro que a cara dele eram algumas quatro da minha ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, ele não se meteu nem me assustou, apenas se encostou como se quisesse treta ehhhhhh. Os rapazes riam-se perdidos e fora da carrinha ainda..da minha cor e do meu balbuciar aquelas palavras tão feias, mas..o medo faz disso, Digam lá quem é que já teve a sorte de ver um leão ao lado apenas separado por um vidro rasca que poderia partir com uma patada? Depois acalmei, olhei bem de perto aquele animal lindo a quem chama o Rei da selva e pensei, não há duvida, só de te olhar já metes medo, imagina eu ali sem proteção... Mas que linda recordação!








domingo, maio 13, 2007

 

Um amigo me enviou flores...



Reparem nesta variedade de flor parecida com a nossa hortênsia, mas de cor diferente, aqui só conheço de tons rosa, azuis e lilás, mas laranja e amarelo não.

Um amigo de longe muito longe (de uma terra onde existem flores tão variadas e tão parecidas com algumas das nossas, só que aqui na nossa terra só conheço hortênsias de cores normais, ou seja os rosas, azuis e lilás e por aí fora ... amarelas e laranja não) ... me enviou agora estas lindas flores que tem na chácara dele, de onde já mandou fotos mais pormenorizadas, e ... quem me dera aquela casinha que lá tem, a paisagem envolvente, mas... estão verdes não prestam ehhhhhh, mas cada um merece o que tem, e o Gil merece tudo o que de melhor há no mundo...
Ora apreciem e sintam o cheirinho da nossa terra Irmã... Brasil, Campo Maior, Teresina...

Obrigada Gil pelo amor e amizade que sentimos um pelo outro e já dura há tantos anos e espero que dure até sempre e até ao outro lado, porque o amor que sentimos, não pode acabar aqui, não é moço?

Um dia bom e muito feliz ai em casa e jinhos à tua Lenita e filhinhos e, como sempre, envolvo a todos no meu abraço...laura...

















sexta-feira, maio 11, 2007

 

Não se goza com ninguém!...


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A Propósito de ontem a Pascoalita dizer que foram os bombeiros ao trabalho dela apagar um fogo que deflagrou por lá, e depois a água era tanta que nem sei, e eu, claro, logo de manhãzinha já gozava com ela, perguntei se tinha o fato de mergulho vestido, se andava a nadar ou de canoa lá dentro, e por aí fora, e a pobre ainda nem respondeu, Faço ideia, ela trabalha numa fábrica de ferro, e acredito que ela e a africana andaram todo o santo dia a carregar barras de um andar para outro e pelas escadas...

Acabamos de jantar, guardei o prato do Nuno que hoje foi jogar futebol, e pelas 2o estava aqui, assim tinha o prato com os ovos estrelados dele, o bife na frigideira, e as batatas estavam a postos para trocar para o prato... Enchi uma garrafa de água no lava loiças que ia regar os vasos da varanda, o safado do shakita apareceu à porta e deu um ão ão até me fez ouvir ehhhh... e claro queria ir correr à volta do corredor e da sala, com a hamburgher dele na boca, lá fui, fico estafada, ele salta ele nem pára e depois atira-se para cima do sofá e fica de barriga para o ar, eu ponho a mão na boca, ele finge que morde com jeitinho e tudo ehhhhh, enfim rimo-nos perdidos. Daqui a nada lá vem sua senhoria o mê inginhêro, vai à cozinha, começa a abanar a cabeça eu olho a ver o que é..xi............. só vi o chão cheio de água de uma ponta à outra, em cima da banca da cozinha, escorria e o prato com os ovos alagado de água, as batatas salvas, gracias... os azulejos, enfim aquilo foi umas mangueiradas e tanto, encosto sempre o ralo da garrafa à torneira para encher sózinha e ehhhh ali ficou até regar o jardim da cozinha ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh..Fui buscar toalhas enormes velhas, que guardo para isso...o shaka entrou, mas começou a patinar, optou por ficar ali à porta a olhar enquanto eu lhe dizia, tás a ver? a culpa foi tua, se não viesses desafiar-me para correr contigo não deixava a agarrafa ali, e ele abanava as orelhas como se entendesse, enfim... Gozei a pascoalita e o meu castigo tá aqui. Já sequei tudo e prontos......... e a água que tem de se poupar ehhhhhhhhhhhhhhhhhh


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quinta-feira, maio 10, 2007

 

Cegos e surdos, que bela dupla poderia ser!...


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Vem este post a propósito de fazer uma bela dupla com um cego!...
Eis a história que me fez há tempos falar sobre surdos e cegos unirem seus esforços (surdos que falam!)
Primeiro deixem-me contar como convivi pela primeira vez a tempo parcial com um Professor em Serpa Pinto (Angola) Ele era casado com a Professora Lina, de origem Indiana, uma belíssima pessoa, já iam os dois nos seus 55 anos mais ou menos. O Professor Ivo cegou havia 25 anos, deixou de exercer o professorado, e ficava em casa, aguardando pacientemente que a mulher regressasse das aulas. A escola era a uns bons 30 metros nem tanto. Acabei por tomar contacto com eles quando fui a Pretória fazer uma operação aos ouvidos, e ficou tudo na mesma, a ciência está a evoluir laurinha, a ciência um dia destes já tem a tua cura e por ai fora. Sei que fiquei uma semana de cama com o desgosto (tinha 17 anos) chorei que me fartei, mas, a vida continua.. e os meus pais adoptivos a Côca e o béquinho, lá me encheram de amor e tudo fizeram com que isso não passasse de um mau bocado e mais nada.

No dia a dia ia visitar o casal de professores na sua casinha muito linda e simples, estavamos no mato, viviamos rodeados de natureza por todos os lados. Comecei a ganhar a confiança do professor Ivo, laurinha para aqui, laurinha para acolá e não tardou a irmos juntos, de braço dado calcorrear os velhos caminhos daquele lindo lugar que tivemos o privilégio de habitar. Então fomos conversando (que giro quando eu ia a falar ele já estava aolhar para mim como se me visse), então perguntei o que mais lhe custava não ver. Disse que custava tudo, porque tudo era importante para ele, desde as cores do sol no ocaso, da lua na sua fase mais bela, da cor das árvores, dos verdes selvagens que nos rodeavam. Lá iamos andando por ali fora, juro que eram kilómetros que faziamos sem darmos conta. Por vezes a vegetação era densa e dizia ele, estamos a chegar perto de água, e eu:- não senhora, não se vê água nenhuma por aqui, e ele continuava, mas eu estou a ouvi-la a correr laurinha, e eu dava a mão à palmatória, e indo por onde ele indicava lá iamos dar a belos lugares onde ela caia em cascata, ou deslizava entre seixos.
Então perguntei-lhe, quer que lhe descreva as cores do sol? (eu tinha 17 anos e ai somos crianços mesmo ehhh) E tentava descrever todas as cores como as via e ele ficava encantado com as minhas explicações, dizia que eu sabia ver as coisas a fundo e reparava em todos os pormenores. Explicava-lhe o matizado das cores todas, de verdes que havia em profusão. Enfim, acho que ele entendia, porque já sabia o que era ver com olhos de ver... Era as cores dos passarinhos e ele ensinava-me como soava o gorgeio deles e punha a mão na garganta dele para sentir e depois tentava fazer a mesma, e raramente conseguia, ele também me ensinou muitas coisas..
Foi lindo porque me sentia feliz ao dar aqueles passeios com ele, sabia que o ocupava e assim não e sentiria tão sózinho, e quase todos os dias dava a minha voltinha por lá, moravamos a uns 50 metros deles. Comia muitas vezes com eles, recusava sempre mas a Professora Lina (não confundir esta senhora com a D. Lina do peixinho ehhh) convencia-me sempre a provar o peixinho grelhado dela com molhos de leite de coco, que era uma classe...
Mais tarde lá fui de novo para casa, ele escrevia-me de vez em quando e eu a ele, ainda tenho uma carta guardada, mal tem erros, escrevia na maquineta dele, que muitas vezes vi usar. Passados anos disseram-me que tinha falecido, a mulher primeiro depois ele. Hei-de recordá-lo sempre como um bom amigo que tive, e daí o Alves ter falado em surdos e cegos.!.. que coisa mais descomunal não é Alves?

Mas isto passou-se entre mim e uma colega da Cruz Vermelha onde ambas eramos voluntárias no hospital. Ela professora de invisuais e muito vaidosa dos eu papel... Falou-se em situações de perigo e ela sai-se com esta...
Os cegos desenrascam-se melhor que surdos em situações de perigo!
Eu :- Impossivel, nós não ouvimos mas vimos e sabemos por onde andamos.
Ela, nada disso, os cegos têm um sexto sentido que os faz dar com as saídas na hora H...
Eu já enervada por ver tamanha falta de bom senso...
Então se gritarem neste momento aqui dentro onde os cegos não conhecem os cantos à casa.
Eles correm e vão contra as paredes, portas o que aparecer pela frente, certo?..
Os surdos não ouvem, ficam quietos ali, mas vêm os outros a passar a correr e nem pensam duas vezes se ouviram ou não fogooooooooo..correm atrás deles proque vêm os caminhos e vão atrás dos outros. Ora acho que os cegos ficariam ali às voltas e os surdos já iam longe...
Por isso digo sempre, segura na minha mão meu amigo, eu verei por ti e tu ouvirás por mim, e deixem de nos dividir....






terça-feira, maio 08, 2007

 

Mães que são tudo...



Por vezes lembro quando meus filhos eram pequeninos, como andava metade do caminho a mais... ao voltar atrás de novo para ver se estavam a chorar, ia a meio do caminho depois de espreitar e ver que estava tudo bem, lá ia de novo. Canseiras nem foram muitas, pois eles parece que entendiam que a mãe não ouvia. Quantas vezes na hora de acordar, acordavam mais cedo, e eu ia ver na mesma, espreitava pela frincha da porta, e lá estavam eles a brincar com as mãos, o bonequito d epeluche, ou simplesmente de pé, mal seguros ainda nas suas pernitas, a dizer o eterno balbuciar, mamã mamã, sem chorar. Que amor eu sentia e que grata também ao Pai que tudo dá, e a tudo provê, para que a vida seja sem grandes confusões. Que bom foi ter meus filhos lindos, saudáveis e perfeitos, e com muita saúde.
Assim saiu este verso e como andamos numa de dias das mães...

Mãe que sofre,
Mãe que chora,
Mãe que ama e dá paz,
Mãe que dá carinho
Mãe que dá alento,
E muito miminho

A mãe que ama
O seu filhinho,
É mãe que espanta
Quem vem ao ninho
Acordar o seu menino
Do seu soninho feliz.

Mãe,
Mãe de amor
Das auroras, que fica acordada
Enquanto seu filho chora.

Mãe que chora também
Com as dores que não são suas
Que conta as noites e as luas
Em que acalenta ao relento
O seu filho em sofrimento.

Mãe, que ama como ninguém,
Mãe, que sabe o que fazer
Quando seu filhinho chora,
E não sabe dizer onde está a doer.

Mãe, ser mãe, é sofrer…








domingo, maio 06, 2007

 

Para a minha Mãe e outras Mães...


Mãe, ó Mãe!!!
Mães, hoje é o vosso dia
Hoje é o dia de vos abraçar
E de colocar flores nas jarras
E nas campas das Mães que já não estão,
Mas que vêm de manhã cedinho
Trazer seu abraço e seu beijinho
Aos seus amores, mais queridos.

Muitas filhas nem os sentem
Nem julgam possível sentir
O beijinho que suas mães
Vêm de manhã, distribuir.

Elas estão ansiosas para vos abraçar
E muitas de vós nem a isso vão ligar
Porque julgam que nunca poderia acontecer,
Uma mãe voltar de outro mundo,
E em seus braços nos envolverem

Mas é verdade, é real, aquele abraço dado com tanto amor
Aquele beijinho tão doce, que até se sente o sabor
Dos beijos de lágrimas que lhes demos
Quando partiram para o outro lado.


Mãe deixa-me sentir o teu abraço demorado
Aquele querer de te ter sempre a meu lado
Mas não importa que não estejas aqui,
Porque amanhã estaremos lado a lado...

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sábado, maio 05, 2007

 

Ser poeta sem ser louco...



Pois foi, deu-me para isto, para poetas e poetisas é igual...Porque há quem nos julgue dementes, atrasados, enfim. Só que por mais que custe, muitos nem sabem fazer um versito...

Ser poeta sem ser louco
Não é poeta que se preze,
Pois poeta sem loucura
Não é poeta de rua.
Não é capaz de entender
A chama que brilha ao entardecer,
A lua que geme sempre
Por não nos poder ver.

Ser poeta é ter cá dentro,
O sol e a lua juntos
É conseguir sentir
O que a alma sente,
No olhar de toda a gente
Que pensa que por termos poesia,
Somos uns pobres dementes
Que da vida andamos ausentes.

Ser poeta é ser alguém,
Que não troca a sua loucura
Pela vida de ninguém.

Ser poeta é ter cá dentro
A mágoa do coração pedinte
Que nos serve de alimento…








 

Jogo de Perguntas e Respostas


A Pascoalita desafiou-me a fazer este jogo!!!

1. Quem você admira? - O meu ão ão Shaka, é um génio comparado com os outros de duas patas, que até trabalham no governo...

2. O que faz nas horas vagas? - Onde há uma vaga pa mim?

3. Característica que mais gosta em você? - A minha intuição que raramente falha.

4. Defeito? - Sou toda defeitos de fabrico...

5. O que não suporta nos outros? - a burrice que nem conseguem esconder... a mania das grandezas quando por vezes sabemos que não têm nada de seu, nem sequer o juizo...

6. Um medo? - sou toda medos de noite, se não ouço finjo que ouço e ós pois é cães a ladrar que nem ladram, enfim..medos não se discutem.

7. Uma lembrança de infância? - Morava do lado português, do outro era espanha, as mulheres iam ao rio lavar a roupa, pegavamos com os filhos e elas insultavam-nos também, e nós respondiamos a cantar (felizes tempos em que ouvia) galega da pata redonda filha da p... não podes com a bomba, e pedras pa cá pedras pa lá... e só paravamos ao pé de casa ehhhh.

8. Uma mania? - de olhar para trás a ver se alguém vem a chamar por mim ehhhhh.

9. Uma viagem inesquecível? Pelas matas de Angola de avioneta a ver caça grossa e raridades da fauna e flora, já em terra...

10. Um homem bonito fisicamente? - Não vi ainda nenhum espécime assim cheio de charme, beleza e bondade, inteligência, tudo num é um autêntico milagre e aqui não existe esse bicho...

11. Uma mulher bonita fisicamente? - Quando já não conseguimos concorrer dizemos; estão verdes não prestam...

12. Livro de cabeceira? - Nem tenho predilectos, porque devoro o que apanho, se gosto leio até ao fim, se não gosto começo, meio e acabo ou nem acabo..
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13. A canção da sua vida? - Isso pergunta-se a quem não ouve? de qualquer maneira pode ser a Móoooooonia...

14. Sou péssima em? - tocar muitos instrumentos ao mesmo tempo, e claro, ando sempre desafinada quando me meto nisso...

15. Sou boa em? - Surpresas, sou mestre do disfarçe e de me fazer passar por estar longe do local onde me encontro. A Pascoalita que o diga, que julgava que eu estava nos Algarves à pesca há dois dias e eu ali à porta do trabalho dela, era um embrulho para ela ehhh.

16. Passo este desafio a … zeca paleca e a quem quiser brincar ehhhhhhh.








quinta-feira, maio 03, 2007

 

Lembranças que me trouxe o fantasma...



Hoje lembrei-me do meu namorico aos 14 anos. Ele tinha 17, andava numa motorizada NSU (ainda me lembro, se lembro, e que saudade daqueles tempos. Eu ia todos os dias ao pão, e claro, nunca comi tanto pão na minha vida, como naquela altura. Lá em casa a minha mãe estranhava e ria-se de a filha já comer melhor, até dizia, come para ver se deixas de ser uma cara de fome, sempre magrinha. Ele era pão para a goela, ele era pão para cima dos telhados da casa do Carmona, ele era pão para a passarada toda, acho que é dali que me vem a mania ou bom hábito de dar de comer aos passarinhos. Raro é o dia que não o faço.

Claro que a senhora minha mãe à tarde começava a cantiga que melhor me soava naquela altura, mesmo sem ouvir ehhhh. Vai ver se há pão para logo (de tarde que de manhã já tinha ido euzinha, buscar) eu via lá uns 4 pães que chegavam muito bem e sobravam, nem que fossem cinco ou seis, escondia um, começava a comer outro e dizia em ar de quem nem quer nada, eu ainda como outro, e o Bita também come... e ela:- então tens que ir à padaria buscar mais, eu saltava enfurecida, o quê? e porque sou sempre eu a ir? (e rezava baixinho para que ela me mandasse ir, pois se levava à conta a minha birra, o mais certo era mandar o meu irmão, mas eu só me exaltava quando ele nem estava perto ehhhhh, e com má cara (má cara só ali ehhh) lá ia buscar o raio do pão,(passava no Bar Cravo, Casa Lisboa, e na rua onde ele morava, que era vizinho dos meus amigos o romano e o leão, que andavam por ali montes de vezes...) que era a melhor hora do dia para nóizinhos, o Zé e a Laurinha...

Minha nossa, quanta saudade daqueles tempos lindos, doces e puros, pois eu só lhe dei um jinho na carinha dele, e como gostava dele Santo Deus... Depois ele pegava na motorizada que lhe emprestavam, e andava para cá e para lá. Tantas voltas dava que a dona Elisa reparava e pôs-lhe uma alcunha muito mázinha, mas eu fazia de conta que nem o conhecia, só na rua e quando nos encontrávamos e podiamos falar é que conversávamos. Aos Domingos iamos à matineé ao Miramar, ou ao restauração ao Chá das seis, só que eu ia sempre com pessoal mais velho e mal falavamos..Que triste namoro o nosso, e que beleza de amor aquele, aquilo nem era namorar. Eu tinha tanta vergonha que nem sei, mas marcou meu coraçãozinho durante tempos e tempos. (acabamos por terminar, ele tinha 17 eu 14, era cedo demais diziam, E assim nos separamos) Ainda hoje quando vem uma amiga de lá onde ele mora, eu pergunto por ele e diz sempre que está bem. Disse até à frente do meu marido.. Mingos, se o vires dá-lhe um abraço apertado e um beijinho. Tenho sempre saudade dos nossos tempos tão puros e lindos. E ele entrega sempre o recado e o resto..? é comigo..ehhhhhhhh.

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