A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


domingo, maio 31, 2009

 

Qual Musica, Maestro!...



Dança Maestro? Foi assim que fiz o convite, euzinha, que tinha sido apresentada ao Maestro, António Maia Vilas Boas, natural de Braga, à volta dos 40 anos. Lindo, um amor de rapaz. É Pianista.Tem um curriculo invejavel... Organista, Orquestrador, Director geral e Orquestral, Produtor de Televisão e por aí fora... Tinha-o visto tocar na Igreja dos Congregados onde, pela primeira vez, ouvi música Sacra, ouvi o coro cantar (onde a Anita, o Cisne Branco, canta) estive para ir agradecer pela emoção sentida,a música a subir pelos ares, a trepar as paredes da enorme e linda Igreja mas, ficou para outro dia, assim; ontem, fui convidada para acompanhar o grupo, pela Anita, claro, iam cantar nos 125 anos do lar Conde de Agrolongo. No Centro da cidade. Fui com ela, cantaram;

Não quero que vás à monda
Ó Mar alto Ó Mar alto
Eu fui ao mar à laranja
Santa Lúcia
Rianxeira
O Vosso galo Comadre
Menina se bem me queres
Viva S. João batista
Amigos tão bons...

De novo me maravilhei, era no espaço aberto entre o claustro, jardins, uma fonte, as pensionistas e convidados bem instalados, e, ali ela apresentou-mo, agradeci emocionada os sons que ouvi, a maravilha e a felicidade que senti. Como meus agradecimentos ao Pai, subiram até ao Infinito... Adorei estar com ele, tiramos fotos, depois mal sabia eu que haveria música e canções, havia guitarra, um bombo e um cavaquinho ou lá como se chamava aquilo, ah, as vozes, o pessoal começou a dançar, eu bem me abanava, mas, não queria ir dançar com quem nem conhecia, mas, dali a nada já parecia tudo uma grande familia... Na última foto, tirada pela je, que sorriso lindo!... era para mim, ó pois!... deu-me tantos miminhos que... fiquei aérea, pudera, Maestro!, tanto charme...

Depois o Maestro, o António,estava a dançar, deixei-o acabar, sentou-se. Quando começou uma musica que me soava tão bem, chego ao pé dele; Dança, Maestro? Qual Música Maestro... claro, mas que harmonia, mas que delicia, eu já não dançava há mais de 3 anos, nem estava assim tão enferrujada, só o pisei solamente, uma vez... ele ajudava quando eu quase perdia o ritmo, tocava com a mão dele no meu braço, a fazer o som.., dava as batidas, ah, que rica ajuda....Como há seres que sem me conhecerem, sabem como lidar comigo, devido á falta de ouvido, claro que agora tenho ouvidos de sobra, mas, na prática ainda não é bem aquilo que tenho de ouvir... deslizavamos que nem dois dos melhores dançarinos, porque havia ali pessoal que cantava no coro, e, não tinham ritmo ... A Anita a insistir que não sabia dançar, levei-a para a pista, ah, que riso, vamos menina, passo prá qui, passo prá li, volta que não volta, olha, daqui nada a miúda toda a dar ao corpo e, acabou a dançar com um amigo, e, que linda foto lhe tirei... Foi bom, foi óptimo, dancei que nem sei, viemos embora pelas 23 e tal... Mais desse, mais tempo ficava...
Obrigada querido António, pela ternura e pelo carinho com que me envolveste!
Espero que vejas os pps, estão ali no lado lateral direito. Depois dizes algo.
Que a sorte te acompanhe em todos os lados onde vás actuar, (credo, fiquei admirada por actuares pelo mundo, caramba, mas que famoso!...) e que o futuro seja promissor, sob a alçada "DELE"!...






sexta-feira, maio 29, 2009

 

Bom dia, meu amigo !...



Onde quer que estejas... É um BOM DIA que te desejo. É um Bom Dia com letras grandes. E, se pudesse, o teu nome escreveria nos meus cadernos todos, mas, só guardo a velha sebenta que já nos acompanhou nos tempos da meninice, e, naquele tempo não era como agora, que se escrevem bilhetes de amor, nas folhas dos cadernos do dia, se garatujam corações, se fazem riscos e rabiscos.

Enquanto, antes, sabíamos que tinhamos que estudar, que aprender a somar, subtrair, multiplicar. Agora aprendem a somar o preço dos ténis, a subtrair de tudo, menos na mesada que os pais têm de (obrigatóriamente, dar) e a multiplicar o amor, aquele amor inocente que, já nem é tão inocente assim... (ah, porque eles podem fazer de tudo, experimentar tudo, e a nós, a nós sim :) não nos deixam sequer um espaço para escrever-mos nas nossas sebentas já gastas, nos nossos cadernos tão usados, coçados, naquele tempo da mocidade, a nossa afeição, o nosso enorme desejo de trocar palavras que nunca trocamos, e sentir a amizade a que temos direito! Disse amizade, porque não poderá existir amor sem ver o teu rosto, sem sentir as tuas mãos nas minhas, de novo!...


Até parece que temos a stora Maria de plantão e de régua na mão, a espreitar através das janelas! Ah, como nos riamos dela, quando conseguiamos enganá-la e a viamos aparecer no pátio das traseiras, à nossa procura, onde já tinhamos dado os nosso inocentes beijinhos...E a escola era mista, apenas separados pelo andar de cima, os rapazes ficavam em cima, as meninas por baixo, ai, deixa lá que estou a referir-me apenas ao andar da escola...não vão pensar outra coisa de meninos de 7, 8 anitos...

Mas, podemos fazer como antes faziamos, cortamos por atalhos, vamos pela horta que mais parece um jardim, tem lá um banquinho secular, aquele banco onde já me sentei milhares de vezes à tua espera!... Mas, continuo a pensar que tens receio das reguadas que vais levar, e, decerto no último instante, mudas de caminho e deixas-me ali à beira rio, a contar as alfaces do senhor Mateus!...

Aquelas alfaces tão lindas que pareciam rir-se para nós, quando vinhamos da escola, e, com o resto da miudagem lá do bairro, arrancávamos as folhas maiores, deitavamo-nos no chão, à beira do poço, porque era enorme, e vinha até onde ficava a água baixinha, e, lavávamos as ditas, depois enchiamo-las de água, água pura, fresquinha, saída do ventre da terra mãe!...

E, claro que ao chegar a casa, a batas suja de terra, de verde, davam aso à raiva da dona elisa que jurava dar-me uma valente tareia, mas, eu queria lá saber, se, sabia que amanhã iria estar contigo no nosso banco a ver o rio a deslizar serenamente, e a beber pelas folhas de alface do poço do senhor Mateus, que, ainda lembro curvado, de enxada na mão, sobre a terra, e, penso que foi uma grande sacanice, estragarmos as alfaces dele, enfim, tempos idos que poderão ainda voltar ao nosso coração, não vá aparecer algum dos monstros que povoaram o nosso quotidiano... e, mal sabem eles que, nas horas dos deveres, escrevemos as mais lindas cartas de amor que alguma vez alguém escreveu... e que na hora da merenda as trocavamos, entre fatias de pão centeio, barrado sem nada, mas que nos sabiam a pão, ao pão do nosso amor, tão pobre e tão rico ao mesmo tempo!...
Tem um bom dia, meu amigo!...

(Um conto? uma realidade?)







quarta-feira, maio 27, 2009

 

Como o Mundo se torna pequeno! Um Poeta Uruguayo !...


As imagens são da net, no Uruguay


Pedi-lhe licença para publicar parte dos emails e as poesias... adorei, lhe expliquei que não tinha os 18 anos da nina das resteas, mas, que era uma mulher de 57... fomos escrevendo, espanhol arraçado de português, eu, e que bela página de onde pode nascer uma bela amizade!...... começamos a escrever ao mesmo tempo, cada um em seu País...

hola laura!
mi nombre es javier y vivo del otro lado del océano y del ecuador: en Montevideo, Uruguay.
recorriendo blogs en internet en busca de lectura, poemas, imágenes y lo que vaya encontrando me crucé contigo, y leyendo alguno de tus escritos me decidí a comunicarme.
En especial la poesía de "mis labios nunca fueron besados" (la traducción no suena tan bien como el original!), y tu comentario de la for
ma en que lo escribiste hizo sentirme reflejado, ya que una gran mayoría de la poesía que he escrito fue de forma similar: en servilletas, hojas de agenda que se van juntando en mi mesa de luz y en cualquier lugar que pueda escribir cuando salen los versos.

puedes publicar mi poema, si claro. *En realidad no son mis poemas, apenas son versos escritos por mis manos, pero que nos pertenecen a todos los poetas, que somos todas las personas sensibles -laura y javier? jeje


Te mando una poesía (tómalo como un regalo!), y espero seguir la comunicación.
un beso (virtual?)
javier
Montevideo - Uruguay


como granitos de arena
el mar de la poesía
nos sumerge, nos besa,
y nos deja llenos de versos
cada día y cada noche.



Laura del otro lado del mar

dice que no tenemos 18,

dice que su alimento es la poesía,

dice algo con el número 57,

dice que si un besito virtual.

digo nos alimentamos de poesía,

digo fuente de eterna juventud,

digo algo con el número 48,

digo nos miramos a los ojos:

el besito no será virtual.


Linda tu poesia, Javier, gracias por me ofertar-la. já non soy la chica de 18 anos, e si una mujer de 57. Um besito virtual, porque no? ehhhh. laura.


Hola, Javier Gracias... tu poema es belo, muy belo...

Do outro lado do mar
Vivem corações como o meu
Que trazem luz em seu interior
E reluzem
Nas noites de breu!...


(traducion, noites de breu, são noches oscuras)


mis besos cruzan el mar

llegan húmedos y certeros

hasta laura y su interior

llegan tibios y suaves

llegan donde saben

serán sentidos con poesía.

Amiga:

olvida los años, dime si quieres que tienes las edad que yo no sé, que yo tendré la edad que queramos tener...

besito de javier.

Muchas gracias Javier,Acrescento que, essa de la idade que queramos tener, foram palabras que tocaran meu corazon! Lo que quieres dizer que; cada hombre poderia fazer isso, solamente para agradar a una mujer. És um valiente chico!... me senti flotoando en las nubes... Pero, mis anos son más qué muchos e usted bien más novo com sus 48... mas, virtualmente? porque no? Belissimo recuerdo para mi, e para usted. Qué regalo! Qué regalo para todos los Poetas, se um dia puderem encontrar-se e, trocar targetas de poesia e sentimentos!...

Resposta ao meu último email do Javier...chegou hoje, que bela surpresa, qué bueno, O mundo és fantástico, e, estamos aqui retratados nesta troca de palavras...Gracias Javier, pela mais recente poesia...e por ficares feliz, daqui a anos, alguén nos lerá e se ficará imaginando-le como se acabaron os besitos virtuais, ahhhhhh. Te estimo, com amizade. Laura.


hola amiga!

hoy luego de unos días sin abrir el correo, por razones de trabajo -no estuve en montevideo-, abri tu blog, y una mezcla de sensaciones como sorpresa, alegría, asombro, y creo que hasta ganas de abrazarte y darte un beso virtual y no virtual me invadieron cuando vi nuestra correpondencia y nuestros versos. asimismo mi coraón me dijo que estaba ahí al ver los comentarios y saludos de tus amigos de blog.

toda nuestra poesía en el mar

en una orilla y otra llega a nosotros

la arena le presta sus hojas

y nuestros dedos son el lápiz,

las letras navegan y escriben

todo lo que sentimos dentro

en una orilla y otra.

29-5-09

un besito de javier

gracias laura!


De nada Javier, a vida é para dividir, compartir com todos os seres del Planeta, virtualmente ou no...Besito de Laura.

Mi respuesta a Javier, hoy 01-06.2009

Verdade Javier? reparaste que até mi amiga Maria te chamou de Javi? qué bueno... Siempre se siente a amizade de lejos, puede ser de um lado al otro de lo Oceano, Atlântico, pude ser na mais longiqua África (onde já vivi desde mi ninez más de 35 anos) a amizade e el amor no tienen raça, credo or color... é assi que lo siento. Besito virtual, solamente, ehhhhhhh...qué riso...Gracias por gostares do post de mio blogue, porque lo fiz com la pureza de siempre, asi, mis amigos serão tus amigos tambien . Todos somos hijos de Dios. E no, no somos solitários, porque a pena és igual nas manos de todos los que se auguran de Poetas...

El Poeta não é solitário

Há ojos e penas le acompanhando

Há palabras ternas de um lado al otro

Que abrindo caminho

Vão vencendo

E descubriendo que

El mundo es magnifico

Porque nos llena de passion

Por seres de todas las cores

De todas las razas e credos...

Um besito para ti, Javi..da laura..












segunda-feira, maio 25, 2009

 

Não largues a minha mão



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- Para ouvir o PPS desligar a música


Não, não largues a minha mão
Tão simples assim
Nada mais será necessário dizer
Saiu em momentos de solidão
Porque a solidão nasce da dor
Da dor de nos sentirmos sós
Mesmo que nos sintamos tentados
A alcançar algo
Que nunca será real!...






 

O passado, passou !...


O passado que passou
E não retornou
Nem retornará, jamais...


Não regressa

Não volta

A não ser

Que sonhemos

À rédea solta...


E sejam tantos

Os sonhos

Como a saudade

Feita de desejos

Escondidos...


De lembranças

Perdidas

Dos melhores tempos

Das nossas vidas

Guardadas...


No âmago da alma

Que tudo viu

Tudo guardou

Tudo sonhou

E nosso coração

Não rejeitou !...


Aos 17 anos!... a foto está tão desbotada, tirei-a, coloquei outra de mini saia, linda, mas, a bichinho de conta já tinha comentado e assim, destoava, voltei a procurá-la e, pronto, ahhh bichinho de conta, ahhh se visses o riso!...)








sábado, maio 23, 2009

 

Tempos idos!...


Quando cheguei a Serpa Pinto, com 17 anos, faria 18 em breve, não sabia ainda o que era a vida de mato, pois a casa deles, da Irene e do Óscar, onde vivi durante quase um ano, era uma casa normal, estilo colonial, enorme, com uma sala onde dançavamos e cantavam fados, de vassoura a fazer de guitarra e a Côca cantava, diziam que muito bem... e eu que julgava que ir no mato era dormir no chão, mas dormi muitas vezes no chão, noutras terras pelo mato... e, não fora o meu pai sempre a pedir que fosse para casa...teria ficado por lá, tanto amei aquele pedaço de África, e as suas gentes... (vá que não dormiamos na rua entre folhas d'árvore...) e, naquele aglomerado de casas, (6) pois apenas ali vivam a Irene e o Óscar e os professores, a Rosa Maria, que hoje vive aqui em Braga... a professora Lina (Indiana) e o marido, o Snr Ferreira, invisual há muitos anos, (adorava ir visitá-lo a casa), sentavamo-nos na soleira à entrada, enquanto a Professora Lina dava aulas, nós conversavamos imenso, e, muito aprendi com aquele homem, amoroso, lindo, mas, que cegou muito cedo, e ali, deixou de exercer o cargo de professor... ainda guardo a última carta que me escreveu à máquina, e soube mais tarde que tinham falecido os dois. Foram uns amigos muito queridos, muito amados ) já eram entradotes, e tinham filhos já adultos, o rapaz, o Ivo, bem se atirou à nina laura, trabalhava num Banco, e o meu amigo Diogo, que andava comigo por todo o lado, era funcionário da mesma empresa que o meu pai... pregou-me uma partida; parou em frente ao Banco, eu questionei-o com o olhar ; o que foi, porque paraste aqui? ele enfia a mão no bolso, tira de lá uma moeda de dez escudos e diz muito calmo; toma, vai lá abrir uma conta para veres o rapaz!... Ai que carga de riso no meio da rua...Por acaso nem gostava dele, mas, ainda assim, foi pedir a minha mão ao meu paizinho adoptivo. Credo, que envergonhada fiquei...

Mal cheguei, andei a ver os arredores com a Irene e o Óscar, a Côca e o Béquinho, respectivemante, porque é assim que lhes chamo... o dique tinha rebentado, já estava de calções, t shirt, fomos todos para dentro da água que nos dava pelo pescoço quase, carregar pedras de mão em mão, para que se procedesse à reposição delas, amontoadas e, lá conseguimos, eram adultos, jovens, crianças dos flechas, enfim, uma entreajuda preciosa e tudo ficou como devia ser. E o béquinho muito admirado só disse; saguin (nome que ainda hoje me dão, pois era o macaquito mais pequeno que há em África) nunca pensei que fizesses isso de te meteres no rio e ajudares, te molhares toda, enfim... como vens da cidade! surpreendeste-me... e remato eu; pois é, ainda não me conheces!... a laura faz de tudo e é aventureira quanto baste.... só depois de passar o perigo é que olho para dentro de mim e digo; rapariga; exageraste...

Mais tarde fomos ver lugares onde a natureza era o mais puro que há, onde a mão do homem nunca entrou, a não ser para fazer a ponte de lianas das árvores, entrançadas, sisal, o que tinham, e, passei a ponte estreita, tinhamos de nos agarrar aos dois lados, aquilo balançava que sei lá, num arrepio de medo e prazer, pois, tocava nas águas profundas do Cuando, o rio onde me banhava quase sempre que o tempo o permitia... e quando o Diogo me disse que os jacarés costumavam passar ali áquela hora, ahhh, nunca dei passos tão apressados para sair da parte que tocava na água...

E, num desses passeios, iamos de jeep ou no Volvo do Diogo, branco, ao fundo na foto. .. pela mata, deparamos com uma mulher que tinha acabado de dar à luz, sim, ali no meio das árvores, folhas ramos curvados e era a casita deles, o bébe, um menino, ainda tem o cordão umbilical e a mãe, está atrás de mim, semi deitada. Depois de cuidado, enrolado em panitos, peguei nele, que emoção senti por ter assistido a algo que na cidade, seria impensavel... A Irene como enfermeira, cortou o cordão, e, foi a primeira vez que vi tal acontecer, o bebé era bem grande e gordinho... Nem médico teve, nem balança para o pesar, nem as comodidades que devia ter, enfim... e lá se criou como muitos, nascidos em bons hospitais...






sexta-feira, maio 22, 2009

 

Juramento da Bandeira ...


Fui ao Porto ao juramento da Bandeira, do Telmo, o candidato a meu genro... Posso dizer que, adorei o toque do cornetim, ah, som lindo, depois a banda a passar, os clarinetes, trompetes, bombos e por ai fora, mas que banho de música levei...
Ao ouvir a musica, não sei se por artes do demo, ou de algum Santo escritor de canções, poesias, as letras saiam da minha alma num efusivo lençol de palavras, palavras de outros tempos, e dirigidas a outros guerreiros que já não fazem parte deste tempo...

Claro que isto não é o que cantei para dentro, no momento em que a banda passava, mas, acredito que se tivesse o malvado do bloco à mão, sairia tudo o que cantei ali, baixinho, só para mim, enquanto meus olhos se humedeciam, tal era o meu sentir dentro da alma, arrepios pelo corpo, emoções contidas à flor da pele, enfim, algo que nunca me tinha acontecido...
E, ao cantarem o nosso Hino... (li tudinho da letra nos lábios de um recruta à minha frente, virado para mim...) desatei o lençol de lágrimas que caíam pelo meu rosto, apertei as mãos no coração, senti-me transportada a outra dimensão, onde, em profunda comunhão com o passado me senti parte da vida de todos os soldados guerreiros que já passaram por este mundo...

Nobres guerreiros
Da nação valente
Nobres guerreiros
Onde brilha
A chama ardente...

Nobres guerreiros
Que atravessais
Os mares
E outros patamares
Para nos defender...

Nobres guerreiros
Que já não usais a espada
E as armas há muito
Que jazem abandonadas
Sem préstimo ...

Porque a guerra agora
É apenas de palavras
Ousadas, aventureiras
Que ferem tanto
Como uma espada ...

E já não haverá mais
Campos de batalha
Trincheiras abertas
Nem corpos pelo chão
Embrulhados na mortalha ...

Porque a guerra acabará
Por tocar o coração de todos
E um a um deporão as armas
E todo o homem compreenderá
Que o mundo é um mundo...

Onde todos querem ganhar o seu pão
Onde todos querem viver pelo coração
Onde todos querem amar o seu irmão !...






quinta-feira, maio 21, 2009

 

Vó Laurinha !...



Onde estás Vó laurinha ?

Anda depressa

Acolher-me no teu seio

Vó Laurinha

Pega na minha mão

Retém-na nas tuas

Como quando íamos as duas

Pelos campos verdes

Da minha infância !…


Vó Laurinha

Olha para a tua menina

Que cresceu

E ainda não sabe

O que é o amor

E só conhece

Aquele que trás dor

E te pergunta

O que fazer, para o ter!…


Para conseguir

Viver

E encontrar

Um amor assim

Daqueles que dão paz

Que dão tudo demais

Daqueles que não doem

Que não magoam

E não nos fazem chorar !...


Vó Laurinha

Anda ensinar-me

O que é o amor

Anda explicar-me

Porque o transformam

Em tanta dor

E, quando acontece

Parece

Uma história de terror !...


Vó Laurinha

Anda comigo

Percorrer de novo

Aqueles caminhos

Onde tu estavas

À minha espera

Quando eu chegava

E me abraçavas

E não mais me largavas!...


Vó Laurinha

Dá-me a tua mão

Deixa-me ficar assim

Mergulhada no teu seio

Que foi de ti

Que o meu amor veio

E nunca me faltaste

E nunca me poupaste

Com palavras de amor !...


Ai, vó Laurinha, como é duro viver, por vezes, e, como é duro saber que tudo continua, mas, sem ti... Gostaria de ir ter contigo, falar-te das minhas coisas, sei que nos sentariamos na varanda,a quela varanda de vistas tão lindas, e, o diálogo entre nós, nunca se interrompeu... quando queriamos falar das nossas coisas, para os restantes não nos ouvirem, iamos para a cozinha, eu ajudava-te, sempre, para te poupar o trabalho, sentavamo-nos naquelas cadeirinhas pequenitas, ou num banquinho, descascáva-mos as batatas as duas, para a sopa que fazias no pote, ah, tão boa a tua sopinha, porque além dos ingredientes que levava, acrescentavas-lhe amor, aquele amor que passaste para mim, porque à minha mãe, não o fui buscar!... e lembras-te das batatinhas fritas que me fazias para me engordar? com o ovo fesquinho e as fatias de presunto, credo, o prato mal se aguentava, de tão cheio que estava...e o açucar na sopa? ahhh, vó laurinha, eras demais, como eu comia tão pouco, querias engordar-me a adoçar a minha boca, ahhhhh, mas, eu gostava muito e papava-a toda...

Já não vou lá à tanto tempo!...Para quê? se não estás lá, se não vens ao portão ver se eu já vinha lá em cima, naquele caminho do monte, e, quando me vias, ah, doce avózinha, como era e é lindo o nosso amor, porque ele não acabou, ele continua através dos tempos, porque tu estás em mim, e eu em ti...sempre, SEMPRE !...








terça-feira, maio 19, 2009

 

Dançar!...


Uma sala na semi obscuridade, luzes coloridas, um vislumbre de rostos. A escuridão é aliada do amor, dizem. O amor não fala, sente-se. A nina das resteas ficou ali a olhar, a ouvir a música pela primeira vez, num ambiente irreal... Era doida por dançar, mas, queria dançar nem que fosse aquela a primeira e a última vez, nos braços do seu amor!...

Ele estava junto ao piano, os seus olhos percorriam aquela semi obscuridade, procurando encontrar a mulher amada... Lá estava ela, tal e qual a idealizara em pensamentos e sonhos...
Seus olhares encontraram-se...decidido, pegou na sua mão, manteve-a nas suas,atraíu-a para si, enlaçou-a e, colou o seu corpo ao dela! dançaram, eram dois corpos num só. Nunca deixaram de se olhar...

Rodopiei nos seus braços, foi algo de belo, de puro, emotivo, e, vi nossos rostos como nos anos de outrora, como se o destino nos fosse juntar pela eternidade, como se já chegasse de sofrimento... Beijou-me, e, olhando-me nos olhos, segredou-me baixinho; agora sim! Podes dizer que os teus lábios foram beijados com amor!...



Abri os olhos pouco a pouco. As luzes tinham desaparecido. A magia daquele momento há-de permanecer em mim para todo o sempre...

A vida trouxe-me à realidade!
Deixei que minhas lágrimas corressem, livres, e, agradecida por tão belo momento, voltei à vida, à vida de sempre, onde não há romance onde não há carinho, onde não há amor!...E, dei comigo no escritório, a dançar sozinha, e tendo como espectador, o shakita que alucinado me olhava de solsaio, dizendo de si para si; a minha laurinha endoidou!...

Aproveito o salão de baile, a musica, o ambiente romântico para desejar ao nosso querido amigo KIM um feliz aniversário, e, já tem post na verdinha, de parabéns, andamos é pra saber; onde é a festa!...
beijinho e grande abraço...






segunda-feira, maio 18, 2009

 

Caminhada por S. Victor!...


Ando numa de andar a pé por tudo e por nada, e, como todos trabalham, vou sozinha, quase todos os dias ando pela cidade para andar, andar e andar. Sou capaz de ir de manhã, volto para fazer o almoço e algumas coisas, e, mal possa, lá vou eu de novo, que a bolinha daqui nada rebola e a Avenida é a descer... parando, é na Conselheiro Lobato...

O meu amigo Dr Firmino Marques, (O Presidente) já me tinha falado nas caminhadas às Sete Fontes e volta e meia manda-me email a avisar, já sabe que pelo telefone não dá... e assim, pelas 9 e tal estava lá, levei a carrinha, pois pensei; xi, deixa ver se não fico plo caminho, sempre são 7 kilómetros, (ai parisiense que fizeste 18 km foi? e conseguiste, mas, também tinham à espera um lauto farnel... e foi todo o dia.) por aí, e no regresso a fome deve apertar.

Havia médicos e enfermeiros,(incluindo a filha do Dr Firmino, recém formada, médica.) todos jovens, a medir tensões, dar a pica para despistar os diabetes, eu nem quis nada, o coração sei a quantas anda, e, enquanto se mantiver assim...tudo bem...
Lá nos pusemos em marcha mais tarde que o previsto, pois eramos uns 40, por aí, e a maioria demorou a medir a tensão.

Começou tudo a acelerar, e eu ia ao lado de uma Rosa, uma rosa bem querida com quem comparti o trajecto todo, falamos, ajudamo-nos nos obstáculos. Eu já sabia mais ou menos por onde iamos, e, fomos as duas companheiras naqueles instantes que depressa passaram... o verde, tão verde, o cheiro da terra molhada, o dia prometia chuva, e até o S. Victor nos abençoou com umas gotas, tudo salpicadinho para irmos com as ideias mais frescas para casa. Aquele cheirinho da terra e das ervas, recém cortadas, levou-me à Aldeia da avó Laurinha, quando ia com as tias à erva para os coelhos, e aprendi a segar também, tinha os meus 16 anitos, era tal e qual, flores, arbustos plantinhas, minha nossa, que nostalgia. Aquele trajecto quando chegamos lá mais para as Sete Fontes, tem mesmo sete fontes, e aquilo já está ao serviço do Povo, há mais de 200 anos. Ouvia-se o rugir da água por baixo da terra, eu ouvi sim, deixei o pessoal afastar, para que o som das vozes não incomodasse, e, sim, é lindo aquele som... tem aqui abaixo uma das fontes, e a água passa por baixo, apenas se ouve... pode ver-se o caminho, e, quando chegamos a uma parte, o portão estava encrencado, toca a subir, escalar, saltar, e ao primeiro obstáculo, o Dr Firmino a ajudar a empurrar, só tinhamos um nicho para por a ponta do pé e o resto era pra cima, e do lado de lá outro senhor para nos dar a mão!... Muitas mãos dei nesse dia, de entre ajuda... digo eu; ah, a minha perna não vai conseguir chegar ali, (o nicho era demasiado elevado para mim, pensei..) mas, foi à primeira, era cá um riso que me ia estatelando na lama... Depois eram mais obstáculos, tudo na maior, todos se ajudavam. (alguns iam mais longe, procurar terreno com outra alternativa, mas, mantive-me sempre no grupo) Lá chegamos ao destino. Aquilo era lindo, pois eu ia à fonte buscar água das Sete fontes, mas há meses deixei de ir, eu é que carregava garrafões, subia com garraões, etc etc...bebam da da torneira... fiquei assombrada porque; o Novo Hospital está a ser construido ali, e espero que o percurso das fontes de uma maravilha arquitéctónica, de impressionante beleza, pelo caminho entre pedras, já ali colocadas há muito mais que os duzentos anos, seja uma beleza a preservar... Paravamos em cada fonte, o meu amigo falava, explicava e um moço que também o fazia, claro, tentava entender tudo. mas para mim; entender metade, já faço a história toda... Saimos pelas 10,30, mais ou menos, e chegamos pelas 13.40. só hoje o meu joelho se lembrou de me dizer; ó laurinha, não precisavas de trepar tanto, mas, enfim, amanhã estará melhorzito...



E ainda disse ao meu amigo; Dr Firmino, a rapariga quer um certificado em como começou e acabou na maior, fresca que nem uma rosa, e para provar que consegui e cheguei a todo o lado! ahh, risada geral... porque pensei; será que!.... fico plo caminho? nánaninaná, a nina das resteas vai conseguir... e claro que agradeci ao S. Victor, por tão belo passeio, caminhada, novos rostos que ficarão a ser conhecidos...
Obrigada amigo, como sempre, a laurinha está presente em tudo o que possa, e deixem-me lembrar que; Esta não é a Junta de Freguesia a que pertenço...Mas, como comecei lá a ser Monitora do tinbra, estive ali como voluntária mais de 12 anos... Como não seriamos amigos?...e para falar verdade, nem conheço o Presidente da Junta da minha Freguesia, enfim; gostos nem se discutem!... e nem se esqueça dos Fados,Dr Firmino, agora já ouço, já gostarei de assistir! Fados, canções, guitarradas, o que for, e, já não sairei de lá, desanimada por não ouvir, como antes, agora o disco mudou e toca para o meu lado...Beijinhos e obrigada por tão belo passeio em comunhão com todos e, com a mãe natureza!...






sábado, maio 16, 2009

 

Um presente para todos! Ninos e Ninas...



Ah, estava eu a dormitar sobre as teclas do pc, quando vejo um pivete pequenino, a esgueirar-se sorrateiramente entre elas (as teclas, pois!) e, postou-se mesmo em frente do meu nariz. E ainda por cima teve a lata de me chamar, nina... a idade dele e a minha, têm uns bons anos a separar-nos, mas, o raio do miúdo vinha tão alegre e com ele carregava um embrulho que, fez questão de colocar em cima do pc. Ah, ganda embrulho disse eu! Pois é, mas não é para ti! responde o atrevido com carinha de anjo, bochechas de anjo, sorriso à anjo... então é para quem? Ou seja, enganaste-te no caminho? Problema teu, se não é para mim, podes seguir viagem com o raio da tua encomenda... Se te perdeste há mapas na net, digo eu. Não laurinha, não me perdi, lá estás tu a pensar à maneira da terra e à tua maneira, sempre apressada a pensar...

Mas, falando no mapa como disseste, laurinha, laurinha, és cá das minhas. Pousou a caixinha e disse; deixas-me entrar aí, para procurar as terrinhas onde moram as tuas amigas do blogue, mas, todas, todinhas? Que remédio, digo eu, se o aspirante a Anjo se postou logo a manejar as teclas com tamanha rapidez que meu pesoço ficou num oito ao ver como ele dava com a casinha de todos, até as de longe nas suas Ilhas, no Brasil, Angola, e em Lisboa é que era, um montão de moradas apareceu... e diz também, mas, laurinha, e os ninos? Mau, agora queres que dê prendas aos man também? ó balha-te laurinha! digo eu; balha-te? és cá do Norte? não sabes falar à maneira? sei pois laurinha, isso sei, mas, queria apenas por-te a sorrir, é que andas cá com uma tristeza nesses olhar, que se o olhar matasse, já tinha caído fulminado a teus pés!... Vá lá muié, bota lá a morada dos ninos, os de mais perto e longe, e... lá foi ele ver tudo e dei com ele na Suissa, vai aos chocolates; pensei!. Não nina, mora lá aquele que te chama nina e te deu aquela estátua tão linda...Ai é? pois, e os outros são do Brasil, Lisboa, Póvoa, Porto Braga e arredores, enfim...
Apenas uma coisa, para que não digas que os Anjos não brincam, diz a todos que cada um tem de inventar o que é a sua prenda, mesmo a caixa parecendo ter rosas, rosas não são, nem espinhos, é para os fazer crer que ali não há nada mais que rosas, rosas... pode ser do tamanho de um grão de pó, ao maior castelo encantado...os desejos são de cada um. Assim; eles que digam o que gostariam de receber na vida, hoje, amanhã, e, tens aí um bom sábado para te entreteres, é que, quando acabarem de escrever,sentirão no seu coração que receberam o desejado!...

Laurinha! Pensavas que ia embora sem deixar um presente para ti? Repara no envelope, tem um coração... e pensa quem te escreveu, aquela tua tão ansiada cartinha, alguém que te quer dizer algo, mas, não tem coragem!... será aquele que costuma escrever-te lindas palavras?
Beijou a ponta do meu nariz, fez um zaping tremendo em todas as teclas, e, desapareceu!...
Ora botem lá os vossos mais secretos desejos!...
E, tenham um dia bom. Vou saír com a Neidinha, só um cadinho, mas, vai saber bem.
Amo-vos minha gentinha amiga, amo-vos a todos. Como o amor em mim, não se esgota (mais o dou, mais o saco enche, credo, parece mentira, mas, é verdade)

Laurinha, Laurinha, ah, voltei. Esqueci de dizer que o presente é para todos, mesmo para aqueles que só esvoaçam por aqui, e, não comentam, porque tu sabes que eles são mais que muitos que, através de emails te escrevem noutras linguas que tu entendes muito bem!...






quinta-feira, maio 14, 2009

 

Anseio Estar Contigo !...



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- Para ouvir o PPS desligar a música


Este poema foi escrito, logo de seguida de um momento de oração! Já foi há mais de um ano, aliás já vem publicado no meu Réstias de sol, costumo rezar no meu quarto, fecho a porta e não há interferências, nem ninguém vem incomodar. Estava de joelhos, braços curvados pelo cotovelo com as palmas das mãos viradas para cima. No momento em que ergui os braços mais alto, tão alto quanto pude, como se quisesse agarrar as Suas mãos que mantinha estendidas para todos os que O procuram, senti a suave energia dos céus, descer sobre mim, meu corpo todo tremeu, até a cabeça, cada cabelo vibrava em unissono com o corpo, foi transcedental, e minha pele ficou arrepiada. Foi incrivelmente belo e profundo, senti cada momento, cada ponto, como digo no Poema, e, mal acabei, abri a porta, dirigi-me ao pc e saiu assim, porque é todo como uma Oração!...

Obrigada doce Jesus, porque Tu estás em mim e, eu, embora tão pequenina ante Ti, sinto que estou em Ti também, porque por mais que sofra, há sempre um lenitivo, há sempre algo que me transcende e, como se nada fosse, passo ao passo seguinte, esperando em Ti, esperando no teu amor, que diga-se, é o único que me dá aquele sagrado sentir, porque nada pedes em troca!...

Deixa-me amar-Te sempre doce Nazareno, deixa-me amar-te sempre meu doce amigo e por favor, ouve o anseio do meu coração!... Ouve a voz de quem só deseja aquele tiquinho de amor, porque ele vive no meu seio, desde que nasci, ou seja, muito antes de vir aqui, ao mundo a este mundo tão sofrido!...






terça-feira, maio 12, 2009

 

Jardim do H dos Covões !...


O dito jardim onde me sentei e tive uma conversa com a natureza, fica lá ao fundo, ao cimo das escadas, nas costas do Anjo. (imagem ao lado, com o lago, e o Anjo de frente, nas costas dele tem
uma escadaria. (aumentem a foto do Anjo e verse-á melhor as escadas)














É só árvores centenárias, enormes, arbustos, e como musica de fundo, estavam trabalhadores a cortar arbustos com as maquinetas barulhentas, pararam no intervalo do almoço e, foi o que me valeu para meter conversa com elas, as árvores, o banco,velhissimo como o tempo... enfim, tudo o que estava ao redor... Não havia ali viva alma, só na outra parte de outra escadaria, a folhagem protegia-me dos olhares intrusos, assim, andei por ali, fotografei, tinha tempo de marcar um encontro, foi pena nem me ter lembrado antes!... o lago tinha nenúfares pequeninos, as minhas flores aquáticas preferidas, só não gosto da cerca de ferro em volta, mas, eles é que sabem... E tem lá uns versos do António Aleixo que bem diz sobre quem come o pão que outros ganham !...


Um banco de jardim !...


Um banco de jardim

Centenário

Árvores, flores

Tudo isso junto de mim

Sentei-me ali

Em silêncio

Procurando não ser intrusa

De milhares de segredos

Ali murmurados

De milhares de olhares

Trocados

Entre seres

Enamorados !...


Perguntei às árvores

Se algum daqueles amores

Vingou.

Responderam-me ;

Que interessava somente

O momento que ali se passou

O momento da troca de amor

Que entre todos se gerou.

Senti que seria o meu momento

Mau grado o amor que não levava

E se tivesse combinado a tempo

Decerto também sairia de lá

Enamorada!...


Haja poesia, mas, que bem me souberam aquelas quase duas horinhas, ali sentadinha a contemplar tudo em redor, a aspirar o perfume das flores, a embriagar-me com o passado e o presente de quem se sentou ali, quem se amou, beijou, ah, coisa linda...sonha laurinha que sonhar é fácil!... e quem sabe, muitos dos rostos que lá estiveram, pelo sim pelo não, voltaram ali, atraídos pelos meus pensamentos! Ah, o amor, divino amor!... E como vou lá todos os meses, estou sempre a tempo, ehhhhhh... desde que não chova, é lindo...