A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


domingo, janeiro 21, 2007

 

Olá Avózinha !!!



Hoje fui à tua casa, aquela casa que sempre considerei minha, pois fazias-me sentir tão bem, tão à vontade, que era a minha casa.. Ali passei parte da minha infância, o Pai ia levar-nos a mim e ao bita, (de Lisboa) iamos de combóio até ao Porto, depois de camioneta até Braga, depois mudávamos de novo, e lá iamos às curvas e mais curvas, e enjoados que sei lá..Mas o pai como era teu amigo e tu dele, pois chamava-te mãe Laurinha, e eu reparava que quando lá iamos fazias sempre o prato dele primeiro que o dos teus filhos.. Como só tinhas estes netos, naquela altura..O pai gostava de te fazer o gosto e o nosso também, pois adorávamos ir para aí..nessa aldeia linda perto de Montalegre..

Bem, como ia dizendo, fui visitar-te, mas ao cemitério, assim como a tios e tias e até o meu pai já lá está, pertinho de ti..Por isso raramente aí vou à tua casa, porque não estás lá para me receber..Hoje a tia não estava em casa, e a porta estava fechada.. Relembrei os tempos de outrora, em que menina dos meus 3 4 5 anitos, mal chegávamos, corria aquele bocadinho a descer.....Nunca caí, vá lá..e chegava ao portão de ferro, enorme, subia aquela pedra que hoje já lá não está, e tentava rodar a chave enorme que rangia, e tentava arremedar a voz de alguma vizinha tua que te ia pedir leitinho.. ó senhora laurinha, dê-me uma malguinha de leite para o meu menino
que eu não tenho... E lá vinhas tu com o púcarinho para ir mungir a vaca, e davas-lho, fresquinho a espumar, e tentavas sempre que eu bebesse um tiquinho (detestava leite e era magra que nem sei..) e eu só para te alegrar lá me esforçava por beber, o que nem todos tiveram ...fresquinho, quentinho, acabado de tirar.., Depois ainda davas mais que o leite..e pobre que lá fosse, tinha sempre um bom prato de sopa fumegante, com carne dentro, e vi-te muitas vezes a dar chouriças e carne pão feito pelas tias, às escondidas, para que não te ralhassem por tanto dares...Eu vi, e ficava feliz por te ver dar, e sempre a sorrir, mesmo nas tuas dores, sorrias sempre (agora já sei a quem saio..)

Pois é, e hoje fui ver-te, e já não gosto de lá ir.. Tu não estás, o pai também já não está, os tios e o Avô também, mudaram para lá para cima no cemitério, e já não me sinto bem, naquela casa enorme e quase vazia de gente.. Por momentos quando cheguei, lembrei-me de fazer de conta que era menina, e procurei o buraco onde a chave por vezes ficava, e a pedra para subir e chegar lá, mas a pedra já lá não está, a chave é outra qualquer, e tu também já não vens a correr à porta, a fazer de conta que acreditas que é uma vizinha (como se não soubesses que era eu a tentar enganar-te..e que bem que tu representavas quando fazias aquela cara de muito impressionada ao ver-me..) Quem sabe, tu estavas lá, mas eu nem te vi, mas estavas pois , estavas mesmo, porque podias muito bem saber que eu ia lá e foste-me esperar à porta..

Obrigada avózinha por tanto amor que deste a todos, especialmente a mim, a tua netinha preferida como sempre dizias. Obrigada sim,e espera, que mais dia menos dia, estarei ao pé de ti!!!!









Comments:
Olá!
É verdade, amiga Laura, também lá tenho os de quem descendi. Tanta falta me fazem, minha querida, amiga, tanta falta! E eu, que já sou um velho, sinto tanto a falta deles.
Vou-me embora.
Abraços.



 
Mau, mau, não vejo aí nenhum velho!!! Vejo um poeta mais jovem..eu também não sou uma nina..e além disso a nossa idade deu-nos sabedoria que os mais jovens não têm....
Será que como eu, acredita que depois vamos para junto dos que já se foram, mas continuamos a amar como se presentes estivessem? Pois eua crdito sim, muitooooooooooo.. Deus não poderia acabar com o amor que sentimos por eles....



 
Tanta ternura, Laura...

Desejo-lhe uma boa semana... e não se apresse... a sua avó decerto que esperará sempre... e quererá adiar esse reencontro.



 
Querida Laura:
Na sua saudade e ternura pelos que partiram revi os meus sentimentos...
Compreendo perfeitamente, porque sinto o mesmo.
A vida é mesmo assim mas acredito que eles estão connosco e um dia nos encontremos todos...
Fique bem.
Um abraço
Parabéns pelo blog



 
Olá querida f angel.. Decerto ela vai esperar, pois ambas sabemos que mal soe a hora nos seus braços vou estar. Aqui ou ali que mais faz..é...ela quando eu era pequenina sentava-me no colinho dela e contava-me histórinhas de encantar..Foi uma avózinha como poucos têm.... Muito obrigada pelos desejos de boa semana.. Um abraço para si..



 
Olá Carlinha. Todos os que amamos e no outro lado estão deixam saudades.. E a minha avózinha foi uma avó de coração cheio de ternura amor e muita paz..Por isso terei semrpe saudade dela e de todos os que já partiram..alguns nem tanto..mas.....Não é verdade que Deus não ia deixar que com a morte o amor acabasse? Pois..sinto que Ele não ia ter tanta trabalheira para acabar tudo com a morte...Beijinho da laura..



 
esta sua dedicatória foi mesmo linda. e a foto sublime, faz-me lembrar a terra dos meus avós.

visita também o meu cantinho de poesia : www.oparaisonaoeaqui.blogspot.com e o meu cantinho de textos :
www.deixameveraminhaagenda.blogspot.com



 
Last prophet..
A foto é da minha avózinha aos 93 anos, e a imagem abaixo é mesmo a que vejo da varanda enorme do nosso casarão lá na aldeia....Obrigada e irei ver o blog e as poesias que adoro ler..beijinho..



 
Memórias de quem guarda lindas recordações dos tempos em que o leite era leite, em que os ares eram saudáveis e a inocência era pura.

Tocante a procura da chave e a pedra que já lá não está.

E a tua avó, mãe duas vezes, abraçava-te como recordando os tempos quando menina e moça deitou filhos à terra e os abraçava como se abraça o mundo.

Tudo de bom



 
Se viste a foto dela, podes sentir como era linda e boa, dava tudo o que podia, e eu amo-a ainda mais agora que antes, se isso é possível..
É verdade, a chave era enorme, maior que a minha mão, estava colocada numa falha de uma pedra, e havia uma pedra muito bonita e bem esculpida que fazia de degrau, apenas para segurar a porta, talvez, e ajudar quem era mais baixo..a chegar lá.. E ainda me lembro de fazerem queijo e manteiga naquele tempo, e tudo batido à mão..Na casinha dela havia de tudo, e amor então nem se fala....Muitos tios e tias e que bom para mim....
Fica bem e obrigada pela visita ....



 
Bonito.



 
Olá Lord!!!!

Obrigada, mas é tudo verdade e a minha avózinha existiu mesmo e ainda existe em mim....Conheço avós..que...... mas a minha era isso memso, só amor para todos... Beijinho..



 
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