A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
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Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


segunda-feira, maio 09, 2011

 

Tretas de sobrinha e tia!...


(na foto a minha tia Nanda no nosso tanque em casa)

Já lá vai o tempo em que me sentava nas escadas de pedra, não sem antes me pores lá um avental que a pedra estava fria... e conversávamos as duas das nossas vidas. Abria-me contigo mais que com a minha mãe que era tua irmã!

Quantas e quantas vezes lavei a roupa nesse tanque, contigo, ai o avental de plástico, que me punhas logo para não me molhar e muitos; ó Laurinha sai daí, eu lavo, senta-te ali e conta coisas para eu ouvir... (eu que ainda hoje sou alérgica a aventais) íamos por a roupa a corar no relvado mais atrás, estendíamos lá em cima na enorme varanda que ainda existe, mas vós, os seres mais amados, já lá não estais!

E quando a madrinha nos ia inspecionar e queria ouvir as nossas conversas de mãe e filha, pois tu eras mais mãe que a minha mãe, podia contar-te tudo, rias-te e nunca ralhavas, a mãe nem lhe podia falar em nada, senão lá ia ralhete com fartura. E nós mudávamos de conversa, mas ela apanhou-nos na treta sobre o rapaz dos auto-falantes, o que foi por a música da festa, era de Vieira do Minho e como era ele a dedicar os discos pedidos, a laurinha nesse ano (com 15 anos) foi a menina mais bafejada em discos com canções de amor, mas que belos tempos, as minhas amigas diziam, Laurinha, hoje a música é toda tua... e como disse a Madrinha; credo, o rapaz dos auto-falantes? mas que coisa tão baixa, ela toda a vida foi vaidosa da sua profissão (professora) e de sermos de familia com Juizes, Advogados, ó valham-me eu queria lá saber disso... e assim fizemos um código quando ela se aproximasse mudávamos a treta para receitas de cozinha, ahhhh e começávamos com o feijão verde, feijão verde...

Nanda, minha querida tia Nanda, tenho saudade dos nossos belos tempos, saudade de ter todos reunidos em casa, na nossa casa enorme que hoje só lá tem a tia da loja, e lembro das nossas férias de anos a anos, quando era verão e ia convosco para o campo levar as vacas, as ovelhas, abrir os regos e fechar, destapar a poça, cortar erva com a foice, até isso aprendi convosco, feliz da vida, e quando iam os amigos todos ajudar, aquilo é que era um riso pegado comigo pois com os meus disparates punha tudo a rir, até o avô manuel, todo vaidoso da sua Laurinha... Almoçávamos ou jantávamos todos naquela mesa enorme, parece que sinto o cheirinho da comidinha da avó Laurinha, e o que ela se desfazia para que eu comesse mais se era magrita, ah, quanto amor ela me dava, quanto carinho, nem me lembro de ela me ralhar alguma vez, nem tu, nem os tios, o avô, era só amor...

Revejo os vossos rostos vezes sem fim, sinto que o nosso amor há-de durar para lá da eternidade pois quem se ama jamais deixará de se amar!

Amo-vos meus queridos, amo-vos tão dentro de mim que sois o ar que respiro, o sol que me aquece, a lua que me ilumina!...

laura.







Comments:
Laurinha "safada"

É uma descrição do real que as saudades tornam em imagens.
As Saudades, como o Amor, são boas para rejuvenescer a Alma. Tu fazes, esse exercício, Divinamente.

..Até me sinto dentro da Narrativa!...

Beijos
SOL



 
Sol, éramos uma família e tanto, 11 filhos, a minha mãe casou primeiro e muito mais novinha (15 anos e meio)depois aos 17 teve o meu mano e quase aos 18 e tal meses, a mim, éramos o aconchego de todos, só as lembranças que tenho! e daí os cheiros, os sabores, o tempo no Inverno na lareira a jogar e às adivinhas, ou simplesmente na treta, ah, isso não se esquece, recorda-se a cada passo...Ainda lá vou nem é muito longe daqui, e olhar a casa vazia...dói...mas, é a vida.
Um beijinho,

laura



 
Bela homenagem, Laura! Feliz de quem pôde viver momentos assim. :) Boa semana.



 
Oi, Árabe, feliz me sinto e feliz também por ter momentos de tanto amor e ternura, coisa que nem todos têm...eu sei.

E p'ra ti que a semana seja boa também.



 
São boas essas recordações, mesmo se são de momentos longíquos. !

Hoje, para mim, também é um dia de saudades : faz 2 meses que a minha mãe deixou esta terra para encontrar a felicidade noutra.

beijinhos, minha amiga
verdinha



 
Belo trecho. Estou como o Sol aqui de cima: "Até me sinto dentro da narrativa"

Bjs.



 
Laura,
Há quem não goste da saudade, mas esta palavra sentida, só se cola a quem teve a sorte de ser feliz. A saudade faz bem a quem andou por caminhos assim. Eu gosto!

Uma beijoca.

P.S. - Passa pelo facebook. Os vídeos do encontro já lá está estão.



 
Olá Lauriiinha!
São memórias preciosas. Obrigado por as partilhar connosco.
Uma boa semana.
Bjis
J



 
Oi Laurinha :),
boas essas memórias de infância que te aquecem o coração.
Andas meio sumida, de resto tudo bem?
Espero que sim,
beijinhos.



 
Pois é verdinha, a saudade que dure o tempo que durar, nunca de nós se vai afastar...
Esta tia era como mãe, confidente, amiga querida, ouvia minhas maluquices de jovem e ria com tudo, ah, porque foi tão cedo aos 65 anos?

É a vida, resta-nos a consolação de saber que amanhã estaremos de novo juntas.

Um beijinho e abraço apertadinho.

laura



 
Aleluia Fernando, essas férias estavam grande demais.

Um beijinho

laura



 
Edgar, para falar de saudade, sabes do que falamos quando ela nos sussurra...lembras daqueles momentos, lembras da praia, dos pic-nics na barra do Quanza, lembras, ah, a gente recorda o que foi bom e além disso tenho uma enorme capacidade para esquecer o que não interessa..é tiro e queda!
Aquele abraço

laura



 
Jorge, se são, o viver entre mundos e mundos onde o afecto dura até aos dias de hoje.

Aquele abraço (gosto do lauriiiiiinha) com tantos iiiis espalha alegria.



 
Menina da dança da lua, ando meio sumida por andar na rua e nos afazeres,a tratar do voluntariado e por ai fora...

Um beijinho, mas nem deixando de lá ir, me esqueço de ti.

laura



 
Que lindas lembranças!!!

Lembranças doces assim aquecem o nosso peito.

:)



 
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