A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
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Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


sexta-feira, setembro 04, 2009

 

Viver noutras linguas !...


Nesta foto, o Parlamento Sul Africano, em Pretória, foi lá que tirei as fotos do meu casamento com o pai dos meus filhos!...


Quando em 74 começou a guerra em Angola, e todos a debandar numa de salve-se quem puder, pelos caminhos das matas infestadas de animais selvagens e de terroristas acoutados, caminhos que muitos nunca tinham trilhado, em caravanas de kilómetros e kilómetros...

caminho onde passava imensas vezes a pé, o cheiro dos jacarandás é único!...

Como não ouvia, ó valha-me... porque iria eu viver num País de expressão Inglesa e Africanze, se nem se lia nem uma nem outra nos lábios! Laurinha, minha querida laurinha diziam as amigas, naquela dor de nunca mais nos voltarmos a ver, o que será de ti para entenderes e aprenderes a lingua se é necessário ouvir para pronunciar, e não se lê como a nossa lingua, será que vais conseguir arranjar trabalho?...!... Eu, como sempre, metida a guerreira, nem parei para pensar nisso, alguém do Alto velaria para que nada disso fosse um impedimento para a nina de 22 anitos, feitos há pouco. Deixei um belissimo emprego em Luanda numa Firma muito avançada e moderna, enfim, tinha de ser... Sortuda sempre fui, nestas andanças de mudar de terra, de País, de mundo. Acreditem que nunca me passou pela cabeça que seria dificil de arranjar trabalho para quem não falava a lingua! Parece-me que nem pensei nisso, eu e aminha ligeireza de que tudo se resolve...

Era nesta linda cidade que vivia, trabalhei, amei e fui feliz, feliz até um dia!aqui nasceram meus filhos!

Cheguei a Pretória no dia 11 de Junho, no dia 1 de Julho, já estava a trabalhar nos CTT, no Centro de Pretória, o General Post Ofice! Na correspondência! nas cartas de caixa postal. Comecei logo, não, não vim nas caravanas ao frio à sede e à fome, não senhora, simplesmente tomei o voo para Jhoannesburgo e mais nada, sozinha, sem bilhete de retorno... qual problemas no aeroporto? Fiz amizade com duas senhoras Portuguesas, vinham sentadas a meu lado (não era por acaso, pois não? no meio de tantos Sul Africanos!... laurinha, se precisar de ajuda, diga, estamos aqui deste lado e à vista noutro guichet a tratar dos passaportes... Nada foi preciso, desembaracei-me num instantinho, só que ainda estou para saber o que é que o homem me disse, enquanto eu dizia os meus únicos yes yes e yes...e o meu thank you... o velhote carimbou tudo, disse-me bye bye, e, apanhei-me lá fora nos braços do meu pai que chorava por ver que eu não fiquei retida como a minha mãe, por levar so viagem de ida e não de volta... bom, os meus yes yes resolveram tudo, e o meu mano mais novo que falava tão bem Inglês, de nada lhes serviu até que o pai fosse buscar o papel da naturalização... e ele e a mãe ficaram retidos horas e horas por causa disso.

O Pai já lá estava com a mãe e o mano mais novo ! Já tinhamos uma casinha linda, e a paragem do autocarro em frente à porta, apenas uns 30 metros, por ai. Acordava pelas 4,30 da matina, fazia a cama, preparava o lanche, bebia café que o frio apertava, e, ia apanhar o Bus da linha de Pretória Nort!... até ali tudo bem, saíamos todos a uns bons cinquenta


Era neste largo, o prédio é o da Supreme Court, que eu saía do autocarro, só eu, o resto vinham a pé!... o motorista era alguém que me queria proteger, mais nada!...

metros antes dos CTT. O motorista, homem dos seus 55, por aí, simpatizava comigo, pelos colegas, sabia que eu não falava a lingua, tinha chegado de Luanda e ainda era cedo para aprender... O homem tomou-me o gosto, devia achar piada por ser tão pequenina , já que me chamava my stompie (minha pequenina) eu saía como toda a gente, no final da paragem, mas ele começou a fazer-me sinal e dizia-me, Wait, espera, e eu a inquirir, esperava que saissem todos e deixava-me mesmo na linha onde começava o Post Ofice... eu até me sentia mal pelos outros passageiros! Um dia um mais afoito deixou-se ficar, já que trabalhava comigo, noutra sala, mas ele mandou-o sair e ele saiu!... Stompie, wait, e lá ia eu poupar as solas mais uns 50 metros ehhhh, foi disto que me lembrei hoje, ao ver um velho motorista de Bus, de cabelos brancos, como ele... era gordo, mas, sorridente, e um dia oferecei-lhe uma caixinha de bom boms, pela gentileza e no meu fraco inglês, lá lhe disse que ia mudar para Pretória West e claro, de Bus e de motorista. Abraçou-me com carinho, beijou-me na testa e disse ternamente, boa sorte, my stompie, good luck for your! sortalhuda? Claro que sim, onde quer que vá, seja um País de lingua esquisita ou não, sempre tive lá o meu lugar, o meu trabalho, o meu espaço e a minha familia, amigos e tudo o que uma pessoa precisa!...
Assim; sou sortalhuda, ora pois!...





Comments:
Claro que sim. Porque certamente mereces. Nada acontece por acaso...não é verdade?! Beijinhos, Laurinha e bom fim de semana para ti.



 
Bom, acredito piamente que há pessoas mais dadas a fazer amigos com facilidade, onde quer que seja. E outras mais ensimesmadas, tímidas ou coisa, que não conseguem, parecendo até antipáticas para os restantes (isto quando não são só antipáticas mesmo, claro)!

Embora o regime da África do Sul fosse como era - felizmente mudou - a cultura (tirando o apartheid) era a mais semelhante à europeia em terras africanas.

Imagino que em certos países do mundo deve ser bastante mais difícil obter contacto com outras pessoas, devido à cultura e mentalidade ser tão diferente. Países islâmicos e outros asiáticos, mais que em África ou na América do Sul, onde as pessoas são mais dadas.

Jinhos, nina, e boas recordações... que voltem sempre!



 
Laura. Muito linda a descrição feita,é um pouco (uma página de vida)que de certa forma todos temos um pouco,os jacarandás dizem que tem um belo cheiro,tive uns tios que vieram de lá como tantos outros,hoje já não estão entre nós,mas o carinho que tinha por eles era muito grande.Agradeço o carinho e o poema que aqui deixas-te anterior,és uma querida de coração lindo,e nada acontece com simples estalar de dedos...alguém rege a vida de todos nós,sei que muitos não acreditam,eu sim.
Beijinho bfs fica bem

Lisa



 
Paula, por isso mesmo me entrego nos seus braços... e deixo que me ajude a encaminhar a vida...jinho a ti e, que o fim de semana seja maravilhoso... laura.



 
És sortalhuda sim Laurinha. Apesar de todos os contratempos, esse teu jeito não te deixa dares-te por vencida e vais atrás da construção da vida e da tua Felicidade.

É assim que deve ser. Corrermos em busca dos nossos sentidos de ser feliz fazendo dos "azares" força para seguir caminho. Não é fácil que eu sei... mas preciso.

Dia Feliz! o de hoje.
Beijinhos pa ti nina.



 
É verdade nina tété, conheço pessoas e tenho amigas que não fazem amigos, fazem apenas conhecidos, nem sei como podem viver assim, mas, cada um é como é. Eu, como sou, deveria ser complexada, timida, insegura, mas, qual quê!... eu meto-me com o pessoal...e sem stress e sem receios... amigos dos bons, um punhado deles, dos amigos de vista, muitos, muitos.
E sim, o apartheide era horrivel e quando lá cheguei notava-se bem, até tinha escritos não brancos, não pretos, credo, que horror o homem fez...mas, se em Luanda por vezes nem conseguia entrar no autocarro para ir trabalhar, lá tinha sempr elugar sentada, enfim...Por fim, tudo isso acabou e a igualdade aind alonge de conseguir, mas, para lá se caminha..Beijinhos.



 
Agulheta, tão como vamos de fogos? mais calmo que nos outros anos? Parece que sim...deviam deixá-los para o inverno, sempre nos aqueciam...
Claro que , embora tenhamos o livre arbitrío, temos quem por nós olhe, senão..seria o caos com a maldade a imperar...Jinho de mim.



 
Minha Flor de Linho:

O meu pai dizia que somos nós que fazemos a nossa sorte. Nem sempre é assim, mas ajuda. Eu também fui sempre sortuda. Arranjo amigos com facilidade, aquilo que para os outros é díficil, é fácil para mim.
Dizem que, por vezes, a nossa maneira de ser e estar na vida é uma ajuda. Não faz com que os problemas desaparessam, mas aplana o caminho.
O segredo? Se eu e tu o soubessemos, seria de toda a gente, não era? Não vendiamos, dávamos. Talvez seja isso o segredo. Dar e nada pedir.
Beijinhos



 
Certo, Maria, certinho da silva... A minha forma de estar na vida, é slta, livre, na maior, enfim, é uma forma minha que fui construindo ao longo destes anos de vida, porque ao principio era muita timidez devido á surdez, muita introspeção, muito caladinha e evitava alargar-me, um dia, deu-me uma daquelas travadinhas, como agora está a dar d enovo, devem vir em ciclos, e disse para mim! Euzinha, laura, tenho tanto direito a usar e abusar deste mundo, como todos os que ouvem, assim, a minha confiança aumentou e hoje sei quanto velho e quanto posso!...Mas o coração, esse é amanteigado, ternurento , carinhosso e amigo...o resto? também sei ser safada se a ocasião o exigir, mas, isso, nunca acontece simplesmente porque nunca me deixei descer tão baixo!...nem deixarei, digam o que disserem ...
Beijinhos Maria, e pelos vistos somos duas alma siguais...que por este caminho continuam a buscar a perfeição..laura.



 
Laurinha,

Ai Ai a tua vida...

Hoje não quero dizer mais nada, ainda estou triste...

Beijinhos, muuuuuuuuuuuitos,
Estrela d'Alva



 
Nina;

Depois de ler toda esta tua bela "Crónica de Vida", tenho certeza que não foi apenas a sorte como tu queres fazer crer, mas sobretudo a tua imensa facilidade de transmitires a amizade que transportas a rodos dentro de ti. A amizade é um sentimento que se faz sentir a quilometros de distância e as pessoas de bom coração sentem isso, vindo de ti.
Claro que na vida, ter sorte é muito importante, mas a sorte não vem só,... só vem quando fazemos por isso e tu mereces toda a sorte do Mundo e nós temos sorte de partilhar a tua amizade.

bjs, Nina,
da Ana e Osvaldo



 
Estrelinha, eu já te digo se estás triste? ainda levas uma sova de miminhos a ver se essa tristeza se vai de vez...
Bijinhos.



 
As fotos estão bonitas e eu cada vez tenho mais pena de não conhecer àfrica...

Bom fim de semana, Laurinha.



 
Se não te conhecesse, podia não acreditar, mas creio plenamente as dificuldades que tiveste e o esforço hercúleo que fizeste.

Como te queixavas que as rosas iam murchar, lá no meu espaço terás outras flores para recordar . Uma beijoca Fernanda e João.



 
São; o tmepo de conhecer África já lá vai. Hoje já nada tem a ver com o passado, onde tudo eram sonhos e ilusões, hoje, o modernismo estragou tudo, a corrupção aumentou e assim, África já está industrializada, miserável, mesquinha, enfim...
Beijinhos.



 
Claro João, como estiveste cá em casa naquele dia, ficaste a conhecer a rapariga de Braga e sabes que comigo, tudo é possivel...Obrigada pelas florinhas..um beijinho aos dois e à nina nino e netos..laura.



 
Claqro que enquanto fores vendo a vida da forma que vês, és uma sortuda.
Quando deixares de o fazer então conhecerás o outro lado de sorte. esperemos que te mantenhas sempre assim. Nem sequer tinha pensado na dificuldade dum surdo noutro país. Ora se não consegue ler os lábios como é que se vai desembrulhar?
Mas a gente entende-se né?
Beijinhos dolce



 
Laurinha.Sobre os fogos a outra semana aqui ardeu que se fartou,mas mesmo fora estava aqui com o pensamento.Olha amiga fiz questão de colocar o teu poeminha no lado do blog,como a flor que referiste.
Beijinho e bfs

Lisa



 
São ás nossas vivencias e as nossas recordações que nos enriquecem. Que seria de nós sem passado?



 
Viver noutras linguas?
Referes-te... a uma afta????
ahahahahah



 
Bigada, lisa, já fui ver, adorei a lembrança, miminhos para ti.laura.

É mesmo ó Montana, seriamos gente sem pensamento, sem vida só podia... e recordar é bom, é vida, vivida, sofrida por cada um..beijinhos.



 
Roderick; aftas, arre que o diabo nem t eouça, isso incomoda que sei lá, noutra slinguas, o falar ehhhh nem me gozes..beijinhos.



 
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