A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
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Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


sábado, novembro 29, 2008

 

Faz hoje anos que partiste ! Tia Nanda ...


Partiste!...


Foste-te
Num dia tão triste
A terra estava fria
E nem tinha flores
Ao cimo dela
Para se despedirem
De ti!...

A terra estava pronta
Para te receber
E as flores se as havia
No solo não se viam
Ou estariam ainda a nascer
Para com seu perfume
Te envolver…

Partiste
Sem me dizer adeus
Levaste contigo
O meu amor
E os sonhos meus
E teus
Que guardarei…

Partiste
Mas hás-de voltar
Nem que seja
Nos meus sonhos
Pois lá viverás sempre
Envolta no mais profundo
Amor!...

E os sonhos que tinhas
Para realizar ao meu lado
Não mais os teremos
Mas isso não importa
Porque os realizaremos
Do lado de lá de outras portas!...


Hoje faria mais um ano que partiste, tu; aquela tia que eu cá por dentro gostava de chamar de minha mãe. Quantas vezes te perguntei ó Nanda; porque não foste tu a minha mãe! Eras a meiguice e o amor em pessoa. Adoravas-me e aos meus filhos, muito, muito... Tinhas sonhos para quando mais velha, viveres junto de mim. Mas, já não foste a tempo, as coisas estavam feitas e ninguém iria saber que te irias embora muito antes... Viveste sempre para os outros, mas os outros só se serviram de ti para te exigir mais e mais! Na nossa casa de lavoura, eras a primeira a ir para o campo e a última a vir, eras tu que fazias a lida, lavavas no tanque naquela água gelada de Inverno, e assim que pude, ofereci-te a primeira máquina de lavar roupa, da aldeia!... passavas a ferro a roupa de todos. Não vale a pena lembrar que nunca pudeste ter uma vida... Uma vida só tua, não, não pudeste, eram todos demasiado egoístas para te libertarem, e tu, tu; sem vontade própria fazias tudo o que eles queriam e que era preciso!... Eu revoltava-me imenso quando te via tão calada e a deixar que eles mandassem em ti, devias ter soltado o teu grito de revolta, calaste-te e ganhaste uma senhora depressão!

Por vezes ias a pé grandes distâncias para elas se pouparem na carteira, tu não tinhas nada de teu, mas elas sim, elas as tuas irmãs e o teu irmão, que viviam todas na casa dos meus avós, eles amealhavam, aferrolhavam-se no dinheiro, dinheiro de que nunca gozaram, nem te deixaram gozar!... Só depois da morte de uma ficaste senhora de uns bons milhares. tantos euros, tantos mesmo, mas, nem tiveste tempo de gozares deles, tempo nenhum, tu própria dizias que nem sabias o que tinhas, a tia deixou muitas contas em bancos espalhados por ai... mas a doença chegou para ti, por constipações e gripes mal curadas, por noites ao relento para ir regar o milho, ou levar o gado ao monte à chuva e ao frio, enquanto eles ficavam quentinhos na lareira. (eu não estava cá, estava longe, mas sempre que vinha cá ia contigo para o campo, de tarde, pois tinha de fazer o resto aqui em casa e facilitava-te a vida, quando chegavas já tinhas a roupa estendida e a outra passada a ferro, outras vezes eram noites a pé para ficares a ver se as vacas pariam bem, ali defronte da varanda, no pátio, uma vez quando cá estava de férias e me levantei de noite, lá estavas tu de mantinha plas costas, à espera que a vaca parisse...

Eras a primeira a sair da cama para levares o pequeno almoço às tias e tio e à avózinha na cama, pois claro... Para a vózinha, tudo bem, ah, a querida avózinha da qual ainda tenho tantas saudades, uma avó como poucos tiveram... ela merecia isso e mais alguma coisa, mas as outras duas, ah, essas não, não mereciam nada de forma alguma, e mandavam em ti, e não pediam, davam ordens, o tio que era igual a elas ou bem pior, cego, aleijado, tratava-lo com carinho e amor, davas-lhe o melhor à mesa enquanto a outra dizia que ele era cego e não via o que lhe davam... mas levavas palavras ásperas e sem tacto...Também não deve estar no Paraíso, mas é lá com Deus !... a tia já ai está, decerto que não junto de ti!... e a outra pouco falta, e do que amealhou de ti (foi tudo feito por elas e entre elas e tu assinaste, que remédio) ainda lá está tudo, e passa tantas necessidades quando podia viver melhor. Não tem filhos... para alguém vai, desconfio que a sua última vontade revolte todos os irmãos, pois são todos irmãos e deveria caber um pouco que seja a cada um... Mas cada um sabe de si, e...

Lamento minha querida que os nossos sonhos não se possam realizar, lamento por ti e por mim, pois desde nina te dizia sempre que quando fosses velhota ias para minha casa e eu cuidaria de ti, a tua casa seria para mim (herdaste-a da madrinha por desejo meu, que fosse tua, que tu é que a merecias por teres toda a vida tratado de todos até à exaustão) já estava destinado muito antes de ser tua, a madrinha tinha-a dado de boca, para a Laurinha, mas quem ouve os mortos!... E muitas coisas mais, mas eu nem quero a casa nem quero nada, nem o que querias que fosse para mim. Costuma-se dizer que; guardado está o bocado para quem o há-de comer! Só te queria a ti, ter a tia que foi mais que mãe para mim e para o Nuno e a Neide!... E como digo no poema que te dedico (foi escrito há coisa de um ano) Realizaremos os nossos sonhos, do lado de lá de outras portas!





Comments:
Laura

Gostei muito do teu poema revela carinho por quem o merece.
A prosa é um pouco cruel, ou seria se não encerrasse verdade. Porém da verdade, só têm medo de a ouvir os que os cobardes.
Beijinhos,
Daniel



 
Bem me lembro dessa tua tia, do carinho que lhe dedicavas e de como partir numa altura em que ainda tinha tanto para te dar.

Uma homenagem bonita ... os que amamos partem, mas deixam sempre um pouco deles em nós :)

jinho grande



 
viste como há pouco fui tão linda? Também sei ser meiguinha e carinhosa quando é oportuno.

Essa tua tia era uma querida :))

bjinhos muitos muitos



 
As pessoas boas, aquelas que fazem a diferença nas nossas vidas, permanecem para sempre dentro de nós. Laura, a senhora tua tia, pelo belo poema e pelas palavras carinhosas que lhe dedicas, foi com toda a certeza uma das mais importantes para ti. Saber reconhecer é uma grande virtude! Abraços.



 
Olá, laurita :))

As partidas são sempre tristes. Por vezes, até aquelas que são temporárias causam tanta dor, imagina quando são definitivas.

Jinhos a ti

Gostei muito de ler



 
ELA sentia-te!

Um bocadinho de ti,foi com ela...

A tua missão foi cumprida...

Ficou a saudade,e quem sabe se numa estrela,não está ela a lêr,tal como nós a tua homenagem tão carinhosa e ternurenta...

Bom fim de semana,Laurinha
pandora_box



 
Helo daniel; nem me importava que a sminhas tias, a que ainda vive e a que se foi, a Madrinha, lessem isto, mas acredito que lêem, acredito sim... e mereceiam um belo puxão de óóórelhas bem dado por terem feito isso á tia que merecia ser tratada com mais amor e carinho...ela era uma segunda mãe, embora fosse melhor que a minha verdadeira mãe!...de longe... por iso não me importa de dizer a verdade, sei que há familiares meus que lêm, e podem e devem fazê.lo, já nada acrescentariamos à historia e nada se pode fazer, mas creio que ela já deve ter perdoado aos irmãos!...e tenho mágoa, muita, por ter ido tão cedo, aos 65 anos... Beijinho da laura..

Ai cusca lembras-te? eu bem te contava como as coisas eram e foram, mas, é a vida. beijinhos e tens sido muito bem carinhosa emeiguinha quando a amdrinha precisa tu viras-te do avesso... Cheguei agora da Régua e vi neve aos montes e deslizei nela, fui quase ate espanha por ter a estrada fechada, e vim pela Venda nova perto da terra da minha avó...e até Vieira do Minho estava tudo branquinho, isto é que foi o meu batismo, pois fui eu a conduzir... beijinhos nina.


É verdade Jam, muito verdadinha... se a visses e a conhecesses; ai amigo, amigo, aquela tia era um amor carinhosa, meiga, bondosa e davamo-no tão bem, tão bem, mas...Eu sei que os nossos sonhos ficaram apenas adiados...Beijinhos moço amigo..laura..


É mesmo apscoalita, ams muito te falei naquela tia a quem tanto amava, era a única, a única, as outras não eram más de todo,mas não havia aquele amor dentro delas, eram egoistas e mais nada e aminha mãe tem muito delas... se tem....
é a vida...jinho da laura..



 
pandorinha box, acredito que ela e eles hão-de ler, ela talvez já tenha vindo espreitar e deve ter ido comigo para a Régua para a neve, fui e vim muito bem, mas tive de ir quase até espanha, por chaves, estavamos tão perto que quase fomos até lá, ehhhh por terem as estradas cortadas, e a aldeia da minha avó é perto de Montalegre... eu sei que ela e eu nos vamos continuara a amar, sempre, sempre..o amor nunca morre...beijinhos.



 
Tens de saber uma coisa.
Só nos deixam, aqueles de que nos esquecemos.
Ela estará sempre contigo.



 
Lindo, o poema dedicado à tia que tanto amavas.Que rosas lindas escolheste para lhe ofereceres.Do lado de lá, nesse outro bairro onde um dia havemos de ser vizinhas, a tua tia continua a acarinhar-te,e a amar-te da mesma forma.Ela partiu, mas o amor, esse, ficará para sempre bem presente.

Beijinhos Doces/Até sempre Laurinha



 
Lindo e sublime teu post. Texto feito de saudades e amor.
Maurizio



 
Roderick; já sei disso há muito e por isso tenho sempre viva a esperança... sempre, e como digo e outros disseram antes de mim; o amor nunca morre!. Beijinhos para ti e o teu pestinha!...



 
Nina Soledade, a nina ainda quer ser minha vizinha lá do Bairro? pois acredita que a primeira que chegar; vai logo procurar uma moradia linda para a outra lá na mesma rua...´tá dito e será feito... Se for como penso, devemos ser ninas do memso calibre, ou seja; somos parecidas nos modos e no pensar, na vida que temos, e por isso vamos ser premidas e depois de passar por todos os processos inerentes à condição de cada uma, seremos alojadas pertinho uma da outra, (há mais amigas com quereria partilhar isto, elas sabem quem são) e; juntas, iremos fazer o Bem e planaremos pelos Céus sem fim... já leste o livro; O Nosso Lar? de André Luis?, então tenta, eu empresteiõ à minha falecida amiga zézinha, mas já pedi à filha que quando forem lá a casa, se o podem trazer... é lindo, lindissimo, li-o na África do Sul, e depois comprei-o cá, lá era emprestado... se não tiveres posso emprestar-te quando ai for. Beijinhos.



 
É verdade que os que amamos nunca desaparecem das nossas vidas, ficam para sempre na nossa eterna saudade e isso sei que sentes igual, mas sentimos a falta da sua presença física para poder usufruir de um mimo, de um colinho, de uma palavra..desses que amamos e nos amaram..e verdade manita, é verdade.
Uma beijoca



 
Pois é nina africana, tu sabes o que é isso,s entiste-o na carne e ainda senets a falta dela, mas...a vida é em frente e do lado de lá nos espram todos os que amamos de verdade...beijinhos.



 
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