A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
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Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


domingo, outubro 28, 2007

 

Acordei cedo...



Fui à janela como sempre, liguei a tv para aquecer, é que a dona quando lhe dá na veneta, fica como que em ponto morto durante uns minutos e sem imagem, depois se lhe apetecer lá trabalha convenientemente. Está a precisar de aspirar o cheirinho do café que vou fazer, e aí, arrebita logo.

Nunca dei muita importância ao café, em Luanda nunca gostei lá muito e detestava o cheiro que se espalhava pela casa.
Mas um dia provei café feito por uma Bosquimane, no Missombo ali no meio da sanzala, a fogueira crepitava, e em cima das pedras colocou a lata já preta de tanto uso, e fez o café ali mesmo, e, hum, aquilo sim sabia a café a cravo e canela, a meu lado estava a Côca o Béquinho e mais amigos que foram lá comer um arroz de frango feito pelo Canbumdi...e depois, claro, batuque que eu ouvia a olhar as estrelas e a lua e ao nosso redor era só a negritude da noite. belo, foi um manancial de vida que colhi ali naquela terra...
Mais tarde quando fomos viver para Pretória, o frio era tanto no mês em que cheguei lá (Junho) o mês mais frio do ano, que não tive outro remédio senão beberricar aquela bebida quente que me descongelava as mãos, e aquecia por dentro. Dei comigo a fazer café e a gostar de sentir o seu aroma a espalhar-se pela casa. A minha Côca e o Béquinho moravam na rua de trás, e raro era o dia que não fosse lá, ou eles viessem à nossa. Na casa dela havia café a toda a hora, (mas que saudade me deu a lembrar isto, porque nos últimos anos eu passava lá quase todos os dias e íamos as duas a todo o lado, almoçava com eles e passava por lá de manhãzinha cedo ainda eram 6,15 ali levantávamos cedissimo e a escola começava às sete da manhã e o Nuno quase nunca engraxava os sapatos. O béquinho mandava-o colocar o pé em cima do banco e fazia ele mesmo de engraxate, mas que sapatos a brilhar ele levava...
(como ia dizendo, na casa deles havia café a toda a hora e a Neide e o Nuno cantavam uma salamecada qualquer que ela lhes ensinou, mas a Neide levava a cantilena à letra que era mais ou menos assim,batia na porta da despensa e dizia
truz truz truz, depois olhava como se esperasse resposta e fazia ela a resposta;
quem é? é o homem do café
Quanto custa? um pataco
Vá-se embora seu macaco...
Eles achavam uma graça tremenda aquilo, e enquanto beberricávamos o nosso café fumegante, ela pedia na sua vozinha de trapos, Côca;- caké, e a coca não tinha outro remédio senão ir buscar a chávena dela onde deitava mais água e um pingo de café e a cachopa adorava...
Assim me fui habituando ao café e ao cheiro maravilhoso que dele emanava.
Depois de cafés e mais cafés instantâneos, decido voltar às origens e faço à moda da minha amiga Wanderlúcia de Belo Horizonte, ferve-se a água e deita-se naquele saquinho (o coador de pano) café e sobre outra cafeteira vai-se deitando a água a ferver e fica ali um cadinho a escorrer e aromatizar, ferve devagarinho e já está, e o cheirinho já anda aqui pela casa, e que bem me sabe. Vai uma cháveninha dele, assim fumegante a entrar pelas narinas? Pode ser palanca Preta!...(brindo com ela aos meus amigos de Luanda que sabem o que é a palanca preta a fumegar)
Bom Domingo para todos e...sirvam-se, a chávenas estarão sempre cheias...
Bom, bom era o tradicional café de África.

Uma lata na fogueira
Em cima de troncos e pedras
A mulher cor de café
De terno coração
Deita nela a água
Que ferve sem parar,
O café que apanhou,
Secou e torrou.
No fim deita-lhe uma brasa
Para dentro
E espera que se aquiete.
O cheiro começa a sair
E pouco depois
Dá-nos a provar
O delicioso néctar
O café...







Comments:
Esse café fez-me lembrar a minha madrinha que ainda hoje, no Alentejo, tem sempre uma cafeteira com café feito, e cheira bem aquele cafe´!! Agora de repente veio até aqui o cheiro do teu café, o sabor da tua amizade, que muito prezo.. Aqui, digamos que não fiquei presa no choupo, mas... Um abraço grande Laurinha, eu tenho passado por aqui, mas não tenho tido coragem para escrever..beijinhos... Tu és linda miuda...



 
Ai a minha Ell não ficou presa nos choupos... pois pensie que sim, já que não mais escreveu, e eu valha a verdade, não é bem ter comentários aos montes, e sim ter coment de amigos e palavras queridas que gosto de ler, isso sim.
Por isso nina, vamos a escrever e a por post novo que os dias estão lindos e podes sempre falar dos teus campos de trigo loiro...da Catarina Eufémia, mulher que admiro e ainda não sei bem a história certa dela..conta pois...A verdade acima de tudo.
Beijos com sabor a Braga e olha que temos cá a Feira dos doces, aquilo é que é crescer água na boca, principalmente quendo os euros não dá para isso... Só de ver aqueles doces tradicionais, mas há males que vêm por bem, é que se pudesse, acho que provava de tudo... e ós pois..ai os meus cem kilos...



 
Que delicioso texto, composto de amizade, memórias e aromas de África...

Adoro café, mas já deixei de o beber há muitos anos, porque me faz um mal tremendo. Lembro-me da minha mãe fazer café assim, com esse coador de pano, e no Verão bebíamos as duas refrescos de café (café com muito gelo e uma rodela de limão). Curiosamente, a minha irmã que nunca gostou de café em criança, hoje em dia tem de o beber (já gosta, que remédio!), porque tem tendência a quebras de tensão...

Essas lengalengas tradicionais, de que já ninguém conhece a origem exacta, recordam-nos tanto tempos idos...

Jinhos, Laurinha, e um resto de bom Domingo!

(para compensar a falta do café, acabei de beber um chá e de comer umas torraditas, eh, eh, eh!)



 
tétézinha...Pois cafézinho agora sabe bem, antes? que coisa chata de beber, e tirava o sono, agora vou desatar a beber cafés a ver se os kilos saem mais depressa...

São recordações lindas e em angola faziamos muito refresco com café rodas de limão e gelo, era bom e uma bela bebida de verão, aqui também faço, aliás os rapazes é que se lembram disso...

Café faz bem às quebras de tensão? beba pa baixo que elas nunca mais quebram, eu fico tola com a quantidade de cafés que as senhoras vão beber durante o dia, ao café..irra eu nem entro neles para beber, prefiro o que eu faço...sei o que faço ehhhhhhh...
beijinhos a ti. de mim...



 
Laurinha, sou viciado em café, tomo várias vezes ao dia, mas refresco de café com limão e gelo, nunca tomei ou melhor estou ouvindo falar nisto pela primeira vez. Como se faz? Vou provar.
Um cheiro.



 
Este meu Gilinho!,,,credo moço, faça assim
Numa caneca deite metade de água, fresca claro, acrescente digamos uma chávena de café normal, corte duas rodelas de limão, deite pra lá e umas 4 colheres de açúcar, mecha bem, deite cubos de gelo e prove...uau quando se tem calor...é um mata sede gostoso...
Beijinhos e faça lá e conte se não é bommmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm...



 
Hummm...Até cheira aqui ;)
Adoro o seu sabor e aroma, mas só posso beber um depois de almoço.
Se beber de manhã, pareço uma barata tonta, que anda de um lado para o outro sem coordenação.
Se beber depois do lanche, não durmo...
Costumo fazer batota com o descafeínado, mas não é a mesma coisa :)



 
Alkinha...
Eu lá fora tomo descafeinado senão nem durmo mesmo e fico chateada se nem puder dormir e apetece-me ir ao café mandar vir ehhhhh... cafézinhos bebo em casa uns poucos e adoro e barata tonta sou todos os dias de um lado para o outro a fazer tudo ao mesmo tempo...



 
Olá Laura,
Finalmente ... dirás tu.
Hoje como o dia tem mais uma hora tive tempo para vir tomar contigo um quente, saboroso e aromático café Palanca, enquanto na rádio passa o programa "Café da Noite" - Um Boa Noite, em Boa Companhia - de Sansão Coelho e Maria Diná (Rádio Comercial de Angola).
Bons momentos se passam, boas conversas se dizem, bons olhares se cruzam, pensamentos e olhares nostálgicos se produzem enquanto se saboreia e se sorve o café ... cheio e em chávena escaldada para mim.
O sentimento e a forma poética com que nos mergulhas neste teu café é enternecedor, fazendo com que "beba" mais um café à tua saúde, à tua sensibilidade, à tua amizade.
Leão Verde



 
gracias Laura por tu apoyo y tus compañia amiga
mil besitos y una linda semana



 
Olá meu querido anónimo, meu querido vizinho da terra amada. Confesso que fiquei ainda mais nostálgica ao ver-te por aqui. Anda amigo, senta-te neste chão sagrado, varrido pelas mulheres cor de café, com aquelas vassouras feitas de capim, senta-te, recosta-te nesse tronco de árvore, deixa que te encha a caneca gasta, limpa, deste aromático e fumegante café, e olha as palancas ao longe. a pastar livremente na savana.
Falemos dos nossos tempos idos, do nosso viver na cidade linda de Luanda e do mato, aquele mato que nos deixou recordações entranháveis.
Adorei receber-te aqui na minha palhota coberta de capim. Foi bom perderes-te por aqui e encontrares-me. Adoro-te moço do meu tempo feliz. Sê bem vindo ao meu lugar.
Abraço-te com ternura ó leão da savana, e aos teus também...



 
Gilinhoooooooo
Como sou mto abelhuda, respondo já antes da laurinha.

Eu faço quase todos os dias, o gilinho conhece sim! É conhecido por MAZAGRIN, mas eu não incluo álcool.
Lá em casa faço com nescafé descafeinado. É a bebida preferida dos meus rapazes e dos amigos deles
Jinhossssssssssssss



 
Olhem só que veio beber coffee com a laurinha e suas amigas! O ilustre Leão Verde.
Bons olhos o vejam seu Leão africano eheheheh

Laurinha, explicaste mal isso de ficares inda mais nostálgica com a chegada do nosso amigo. O que vale é que toda a gente te entende ... esse humedecimento ligeiro no cimo dos molares não é da ceboa que partiste para o "estrugido"? eheheheh



 
ó pascoalita, nem sabes o que me ri, é que neste momento tu nem sabes o que estou a fazer, deixa eu explicar a ti por falares no estrugido, como mais logo vou ver a D. Zézinha e faço feijoada de feijão preto, já estou a coser as carnes para deixar a arrefecer e depois partir, e estava a fazer a cebola picada, deixei tudo e vim aqui ver como vai o blog, e, leio isto, estou a rir, mas tu consegues ver-me através do MSN ? ehhhhhh, arre pariga...
A minha nostalgia prende-se com a nossa querida terra e sentir este moço aqui deu vazão á minha saudade, entendeu nina?...



 
pascoalita, eus ei que estás a falar no sentido figurado, mas, entendo-te e acima dos molares? hum..ficam os olhos que humedecidos pela cebola, deixam cair um pranto imaginário...



 
eheheheheheheheheh
Ora vites como eu sou espertinha e adivinho tudo?!? ahahahahahah

E vites como sabias o que tinhas acima dos molares? a menina é quase tão letrada com o o Dr. Veterinário (Vasco Santana) que até sabia o nome e onde se situava o músculo "esternocleidomastoideu" ahahahahah



 
ai pascoalita maluca, só me baralhas toda com essas letras todas, arre mana...



 
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