A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
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Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


quinta-feira, maio 03, 2007

 

Lembranças que me trouxe o fantasma...



Hoje lembrei-me do meu namorico aos 14 anos. Ele tinha 17, andava numa motorizada NSU (ainda me lembro, se lembro, e que saudade daqueles tempos. Eu ia todos os dias ao pão, e claro, nunca comi tanto pão na minha vida, como naquela altura. Lá em casa a minha mãe estranhava e ria-se de a filha já comer melhor, até dizia, come para ver se deixas de ser uma cara de fome, sempre magrinha. Ele era pão para a goela, ele era pão para cima dos telhados da casa do Carmona, ele era pão para a passarada toda, acho que é dali que me vem a mania ou bom hábito de dar de comer aos passarinhos. Raro é o dia que não o faço.

Claro que a senhora minha mãe à tarde começava a cantiga que melhor me soava naquela altura, mesmo sem ouvir ehhhh. Vai ver se há pão para logo (de tarde que de manhã já tinha ido euzinha, buscar) eu via lá uns 4 pães que chegavam muito bem e sobravam, nem que fossem cinco ou seis, escondia um, começava a comer outro e dizia em ar de quem nem quer nada, eu ainda como outro, e o Bita também come... e ela:- então tens que ir à padaria buscar mais, eu saltava enfurecida, o quê? e porque sou sempre eu a ir? (e rezava baixinho para que ela me mandasse ir, pois se levava à conta a minha birra, o mais certo era mandar o meu irmão, mas eu só me exaltava quando ele nem estava perto ehhhhh, e com má cara (má cara só ali ehhh) lá ia buscar o raio do pão,(passava no Bar Cravo, Casa Lisboa, e na rua onde ele morava, que era vizinho dos meus amigos o romano e o leão, que andavam por ali montes de vezes...) que era a melhor hora do dia para nóizinhos, o Zé e a Laurinha...

Minha nossa, quanta saudade daqueles tempos lindos, doces e puros, pois eu só lhe dei um jinho na carinha dele, e como gostava dele Santo Deus... Depois ele pegava na motorizada que lhe emprestavam, e andava para cá e para lá. Tantas voltas dava que a dona Elisa reparava e pôs-lhe uma alcunha muito mázinha, mas eu fazia de conta que nem o conhecia, só na rua e quando nos encontrávamos e podiamos falar é que conversávamos. Aos Domingos iamos à matineé ao Miramar, ou ao restauração ao Chá das seis, só que eu ia sempre com pessoal mais velho e mal falavamos..Que triste namoro o nosso, e que beleza de amor aquele, aquilo nem era namorar. Eu tinha tanta vergonha que nem sei, mas marcou meu coraçãozinho durante tempos e tempos. (acabamos por terminar, ele tinha 17 eu 14, era cedo demais diziam, E assim nos separamos) Ainda hoje quando vem uma amiga de lá onde ele mora, eu pergunto por ele e diz sempre que está bem. Disse até à frente do meu marido.. Mingos, se o vires dá-lhe um abraço apertado e um beijinho. Tenho sempre saudade dos nossos tempos tão puros e lindos. E ele entrega sempre o recado e o resto..? é comigo..ehhhhhhhh.

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quinta-feira, abril 26, 2007

 

Disneilandia...



Belo, belissimo este recordar quando hoje fui a uma gaveta esperando encontrar uns papeis de medidas que tirei e dou com uma foto de há 4 anos, quando fui a Paris como monitora do grupo de Teatro Infantil, o Tinbra. Ele eram mães, eram monitoras, eram meninos, e cada qual com seu grupo. No meu grupo ia a Julia a mãe da Katy, mais nova que eu e uma medricas para andar naquilo tudo. Tem tanta coisa que tinhamos de andar a correr daqui para ali, atrás da miudagem. Reparei numas coisas de madeira, e via passar uma carritos todos jeitosos e a malta a rir perdida de mãos no ar a acenar.
Digo ao grupo; vamos andar ali? elas nem mostraram lá muita vontade, mas lá foram, eramos 4, a Margarida uma prima e eu e a Julia. Ficamos na bicha bastante tempo, e a julia volta e meia dizia, laurinha ainda demora muito, vamos andando para outro lado, e eu que nem ouvia nada, até estava um fresquinho danado debaixo daquela armação toda de toros de madeira.. Consultava as outras que diziam, por mim tanto faz, se querem ir embora, vamos. Não senhora, não se desiste, estamos quase lá.
Aguardamos e lá chegou o nosso carrinho. fiquei admirada de ter umas boas tiras de borracha a proteger-nos, e instalei-me para passar uns bons momentos no andar de carrinho a ver a Disney lá do alto. Ainda estava a pensar que trajecto seria aquele, quando o maldito do carro desata a subir a uma velocidade vertiginosa, grito e vejo a Julia a agarrar meu braço, enquanto assustadas, eu pegava no dela que ainda levava um saquito com compras que enfiou no braço a correr e grito-lhe:
- Oh Julia agarra-te a mim, e na subida nada se via, só o céu, eu que tenho a tensão alta..ehhhhhh, quando dei por mim, estava no rais da montanha russa mais perigosa do parque ehhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh, na descida parecia que iamos cair na água, as tábuas partidas, rangiam, passamos mesmo rente e ainda levamos com água em cima.. parecia um cenário digno do filme do Indiana Jones nem faltavam jacarés à espreita..

Desatei a rir perdida pelo logro em que as meti, e tudo porque não ouvia o barulho que aquilo fazia e os gritos das pessoas, ehhhhhhhhhhhhhhhhhhh, e como as via acenar pensava que estavam a divertir-se à grande ehhhhhhhhhhhhhhh. Dizia ó julia desculpa, desculpa, fechavamos os olhos nas subidas quando parecia que não aguentariam a subida e cairiamos naquela velocidade vertiginosa.. e iriamos ficar ali naquelas águas infestadas de crocodilos ehhhhhhhhh, Ainda abri o canto do olho a ver se via o Indiana Jones tombado na água verde..Acho que nunca me agarrei com tanta força a nehum bocado de madeira ehhhh. No fim ainda fui capaz de pedir a foto em Inglês, sei os numeros ehhhh, e lá estavam as nossas caras matreiras de olhos fechados ehhhhh.

O que faz a falta de ouvido... Elas ouviam e estavam mortas por sairem dali, mas não foram capazes de me dizer, laura isto é pesado as pessoas gritam muito, e faz barulho demais etc, e nada, caladinhas a pensar que eu julgava que elas eram medrosas, e eu a julgar que ia dar o meu passeio matinal nos carrinhos tão originais..xiça penico, ali nunca mais ehhhhh.
Disneilândia? não obrigadinha ehhhhhhhh..só hei-de entrar no que for calminho e ver primeiro o porquê de tantos braços a acenar lá do alto, não era adeus não!...

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quinta-feira, março 01, 2007

 

O Peixinho da D. Lina !...





Ora, para o que me havia de dar…

Lembrei-me da minha vizinha em Luanda, a D. Lina, senhora dos seus 30 e eu ainda ia nos 18 19, morava ao lado do prédio onde eu vivia, sempre que eu entrava ou saía, e nos víamos, eu ia sempre até lá, era uma simpatia de senhora, bonita, sempre muito elegante (era modista) e a cozinha dela via-se da rua. Por vezes estava a arranjar o peixe, ou a pô-lo no tabuleiro. Convidava-me sempre para almoçar com eles para provar o delicioso peixinho que ela fazia no forno. Era Pargo, um senhor pargo, bem grandinho e tinha uma maneira muito original de temperar aquele peixe. Confesso que nunca fiz como ela. Só sei que provei, e a coisa sabia tão bem... E diz-me ela: - Tem segredo laurinha, é à moda da minha mãe, do Algarve, (parece que é de Tavira). Lá me explicou como se fazia, e qual o segredo.

Um dia destes lembrei-me e fiz assim à moda dela. Senti saudade dela, pois já não a vejo desde os meus 22 anos. Nunca tinha posto em prática o segredo daquele maravilhoso peixinho. O meu pessoal adorou, bisou e já nem havia mais. Nanja que um pargo aqui, que dê para 6 pessoas precisa de ter muito peso, e mais pesa na carteira. Valeu a pena pelo bem que me soube, e pelo que pude recordar, e falei dela aos meus filhos, e como espero este verão ir abraçá-la lá onde ela vive agora. Pois tomem lá a receitinha, acompanhada do sagrado segredo, que nada mais é, que por um cadinho de açúcar nos cantinhos do tabuleiro....
Eu faço assim.

Um bom pargo de mais de um kilo, conforme o pessoal que vai comer.
Temperar com bastante alho, sal a gosto, louro, colorau e meio copo de vinho branco, maduro, piripiri a gosto. Deixar marinar no tabuleiro toda a noite. No dia antes de ir ao forno, põe-se uma cama de cebolas no tabuleiro, isto é descascar umas 4 a 5 boas cebolas às rodelas grossas, depois deitar o peixe em cima delas, acrescentar as batatas cortadas aos quadrados e temperadas de sal, deitar o molho, por uma colherzinha de óleo de dendê (eu uso muito, quem vem de Angola pela-se pelas coisas que lá havia, mas aqui tem de tudo e regar com um bom gole de azeite antes de ir ao forno, as famosas colherzinhas (medida de colher de café) de açúcar em cada cantinho do tabuleiro. Vai ao forno, e deve dourar por cima se puder. Façam uma salada de alface, tomate, pepino, o que gostarem, e digam lá se o raio do açúcar não tornou o peixe saborosíssimo?

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segunda-feira, janeiro 08, 2007

 

O teu anel....



Olhei para a caixinha das recordações, por vezes vou lá espreitar, quando, como hoje me lembrei de ti, do teu sorriso lindo, do amor que me dedicavas e eu nunca soube corresponder. Era tão novinha ainda, e já me sentia tão amada, mas... não conseguia gostar de ti, apesar de tudo o que fizeste, de não saires da casa onde eu andava a aprender a costurar. Ias lá todos os dias em trabalho, e sempre ias à janela da sala onde eu estava, e de onde tantaS vezes fiz de conta que nem te vi. Amaste-me mesmo assim, apesar da indiferença que te mostrava, e quando me convidaram para ir ao Cinema ao Miramar, ver a Filha de Ryan, tu combinado com eles, apareceste, sentaste-te a meu lado, eu fiquei na ponta da fila dos meus amigos (por alguma razão me deixaram ficar no fim) e eu, palerma, convencida, virei-te as costas, já me doía o corpo de estar assim de lado. Isso não se fazia eu sei, mas os meus dezasseis anos não deram para mais.... Quando olhei, no intervalo, já não estavas lá para alívio meu! A minha amiga ralhou, ralhou, que um dia ia querer alguém que me amasse assim, e nunca iria encontrar um amor como o que me dedicavas. Mesmo assim, continuaste a amar-me, a implorar uma migalha de amor que não te dei.

Um dia chegaste, chamaste-me, ofereceste-me um embrulho pequenino de uma Ouriversaria qualquer da Paiva Couceiro, abri pensando que era algum chocolate pequenino, fiquei surpresa com aquela aliança que os namorados usavam, tão linda, tão bela, toda em prata e com um entrançado maravilhoso! Quis ficar com ela, mas senti que não devia. Ficou lá na gaveta da máquina da costura, e quando uma das filhas da minha amiga a viu, disse: "Se não a queres fico com ela. É linda demais para ficar guardada e vou usá-la. !sso não, é minha e levo-a comigo! Quem sabe um dia conseguiria amar-te!!! Estavas no Exército naquela altura, eras rádio telegrafista, foste em Missão para as matas de Angola, pediste-me que te escrevesse ao menos como amiga. Assim o fiz. Trocámos cartas lindas, as tuas de amor, as minhas de pura amizade. Meses mais tarde a notícia que tinhas sido morto por uma mina, tú e outros nove que iam contigo. Chorei de pena de perder o amigo e um moço que tanto me amava. Lamentei e ainda hoje lamento não saber corresponder ao amor que me dedicavas. Julgo eu que o amor não se sente por quem nós queremos. No coração não se manda, dizem!
E foi assim ... guardei o teu anel, pu-lo algumas vezes lembrando-me de ti e pensando que se pudesses ver, gostarias de saber que o usei em tua memória. A minha filha adora-o, já o usou qdo era mais novita, mas cresceu, os dedos dela não são tão esguios como eram os meus e o teu anel voltou para a caixinha das recordações e já não sai mais dali!!!

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domingo, novembro 26, 2006

 

Um Domingo na aldeia da minha mãe!!




É assim que me lembro, do sineiro ser pequenino e pendurar-se na corrente para conseguir chegar lá..e depois durante a Missa, eu era pequena, quando podia escapava mais lá para o fundo e eu a Adelaide e a Emilia lá de cima, dáva-mos à lingua como se estivessemos em casa..eu no meio delas, a menina da Cidade, e o padre muito amigo da familia até ia tomar o pequeno almoço lá a casa dos meus avós, e decerto devia estar cheio de fome, pois se eu estava no meio e éramos 3, diz assim (já que o falatório chegava a interferir com o sermão) menina Fátima menina Emilia, eu ponho-vos na rua, ai ponho ponho!!! E eu muito direita a murmurar preces para ele claro!!!, fiz de conta..Depois à saida corremos por ali fora enquanto o pessoal ficava na conversa de Domingo, eu adorava aquilo mais pelo momento de nos juntarmos com as amigas, corremos milharal acima e de repente a Adelaide quer fazer xixi, baixa-se e faz, enquanto me pergunta..;- ó laurinha tu na meijas??? e eu muito fina (não tinha mais que 5 anos, eu lembro-me) respondo..não, eu só faço xixi!!!!Sempre que nos juntamos de longe a longe é cá um recordar do sino da nossa aldeia e de tudo mais!!!!

Dlim dlim dlão!!!
toca o sino para a Missa
parece dizer o sacristão
quando se pendura
para chegar à corrente
que fará o sino tinir
eternamente como sempre..
o mesmo dlim dlim dlão!!!!

As mulheres vão chegando
embrulhadas nos seus xailes
trazem os aventais domingueiros
o seu tercinho mesmo à mão!!!!!
e enquanto o senhor abade
lá dentro da sacristia,
muda de vestimenta
dão ""ao sal e à pimenta""

E na hora do sermão
baixam a cabeça contrictos...
e depois na comunhão..
esquecem os pecaditos
e para não parecer mal
lá vão provar a partícula
e desensaboar as mentes
que os julgam indecentes!!!

E assim é uma Missa
na mente de cada um,
uns vão de Fé cheios,
outros nem por isso,
outros apenas querem
resolver um compromisso...
e muitos ainda vão
para quebrar um enguiço!!!!

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