É lindo, é útil para quem não ouve, estranho para quem nunca viu nada assim, e uma carga de trabalhos por vezes para mim!
Imaginam-me na rua, o pessoal passa por mim a falar, olho naturalmente e ouço (ahhh ouço!) sem querer as conversas. Se estou parada nalgum lugar, lógico que olho as pessoas, e apanho cada uma que nem vos digo.
Quantas e quantas vezes tenho uma vontade louca de rir perdidamente, tento conter-me, já estive perto de explodir mas, faço força para não passar por parva. Não entenderiam e ainda há quem nem saiba que isso existe, logo, pensam que é alguma lingua desconhecida. Houve alguém que em tempos quando soube que eu lia nos lábios me perguntou; e onde se aprende essa lingua laurinha? enfim...

Estavamos em casa de amigos numa churrascadas, um casal amigo deles, muito amigo em frente a todos, dali a nada estavam os dois a sós, ela reclamou da falta de atenção dele junto ás pessoas,devia querer mimos ou conversa, não faço ideia... pois o rapaz (eram novos, 32 anos) vejo-o a dizer um chorrilho de impropérios á mulher, quem corou? eu... nunca mais olhei para ele da mesma forma, ah, educação a quanto obrigas... escuso de dizer o que ouvi, claro... imaginem se me dava para lhe chamar a atenção, ele era educado e nada diria mas ficaria envergonhado, Apreeeeeeeeeeeeee...

As duas mulheres estavam sériamente zangadas, uma mais que a outra, enquanto uma delas deitava boca fora impropérios que me escuso a descrever aqui, tratava alguém abaixo de cão tamanha barafunda de palavras saía daquela boca que todos os domingos vai á Missa! decerto no sábado confessava-se, lavava a alma e sentia-se feliz ao comungar de alma lavadinha, enfim......a outra acompanhava aquela treta fala barato demais, eram palavras que não uso nem em último caso, nem quando me zango digo palavrões, digo-os na altura necessária (especialmente a conduzir) quando algum palermóide faz asneiras, aquilo sai que nem manteiga, ainda bem que eles nem me ouvem... a verdinha que o diga... tem de ser mas assim na rua com aquele á vontade, desconfio que algumas pessoas comem palavrões dessses ao pequeno almoço ao almoço e jantar tão habituadas estão a falar dessa forma!

Eles dizem alhos e bugalhos pela Avenida fora, é cada um, penso para mim; se na rua é assim... que será que dizem em casa? decerto as avé marias não são para aqui chamadas...

Há tempos vinha a entrar na minha faixa de rodagem para virar á esquerda, o carro á minha frente virou em sentido proibido eu fiquei encurralada, mal ele se afastou, voltei a apanhar a minha faixa, um rapazote com a mania que era esperto tentou meter-se na frente, não deixei, ocupei o meu lugar, ficou atrás de mim fulo, e falou para ele próprio... (apanhei pelo espelho retrovisor) desde filha da p, cara de cara.., o semáforo demorava a abrir, saltei do carro cheguei-me a ele não tinha nem 20 anos; olha meu filho, o respeitinho é muito bonito, tenho idade para ser tua mãe... e ele a balbuciar, mas, mas, como quem diz; o que fiz eu eu falei baixo... continuei... estás admirado, acontece que faço leitura labial e o que acabaste de dizer, se fosses meu filho levavas já um grande estalo, e acredito que os meus filhos jamais falariam assim fosse com quem fosse! O moço ficou aparvalhado a olhar e sem entender o que se passava ali, deve ter pensado, a gaja tem algum aparelho de radar de sons escondido ou é da policia, xi, cala-te boca, mas que ficou atrapalhado ai isso ficou!... Vantagens e desvantagens de ler nos lábios!...

  Publicado por Laura    19:19