A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
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Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


quarta-feira, agosto 26, 2009

 

Descascar peras, um castigo antigo!


O crime? um pontapé num pote de água a ferver, sem querer, claro...O castigo? descascar daquelas peras minusculas para o meu tio e eu paparmos até encher!...

Estava cá de férias, na casa dos meus avós, na lareira eu, o meu tio Ismael e a tia Nanda. Era em Novembro, talvez. Na lareira um pote pequenino fervia incessantemente a água que a minha tia punha na botija para aquecer os pés à noite. chegadinhos para a lareira e a ouvir a canção que a minha tia adorava e cantava para mim sempre que tocava na rádio; S. Francisco, S. Francisco e já nem me lembro de mais nada da letra... bem, eu com 15 e o Ismael com 19, em exames Universidade da Covilhã, veio para casa para estudar... e a tia Nanda a fazer meia de lã de ovelha, cardada e fiada por ela. Falavamos de coisas e loisas, nem me perguntem a que propósito eu disse ao Ismael; seu estupor, mas era na brincadeira porque nos davamos tremendamente bem, e ele diz aborrecido; (ali não se diziam palavrões, nunca) sabes o que quer dizer estupor? dá-me um estalinho, suave, claro, na brincadeira e eu mando-lhe um pontapé nas canelas, tudo na maior, mas, ó balha-me Santo Ingrácio...que desgraça. O safado do pote a ferver a água há séculos, meteu-se entre o meu pé e as pernas do Ismael, vestido de Inverno rigoroso, de botas e meias de lã, das que as tias faziam. Só ouço o urro de dor, o grito de; ai filha da p... que te mato, a minha tia gritava aflita, ai ismael, ai laurinha... os avós não devem ter ouvido nada, o quarto era afastado e lá fora chovia e trovejava que sei lá. A tia começa a descalçar a bota, os atacadores eram de couro e molhados com a água a ferver, mais custavam a desapertar... o gajo era muito medricas naquela idade. A pele começa a sair agarrada à meia,desde os dedos do pé até ao tornozelo quase, ui, que impressão. Eu chorava já nem sei porquê, se com medo que o avô viesse ralhar, se com pena dele. Os meus pais estavam em lisboa, dali não vinha perigo de algum tabefe mal dado...

Bom, a tia pôs água com vinagre de vinho ou lá o que era, e lá lhe ligou o pé... ai os nomes e os palavrões que ele sabia ehhhh, com a nossa idade tudo era permitido, e agora como vou fazer os exames daqui a 3 dias sem poder calçar-me, como vou andar; ele tinha de andar quase uma hora a pé para apanhar o autocarro que vinha da Venda Nova, até ao cambedo, minha nossa, comecei a ficar preocupada, ai se o avô pela primeira vez me dá uma tareia por causa dos estragos que fiz no pé dele...
Fomos deitar-nos, claro que a sensação de culpa não me abandonava.
Adormeci preocupada com a reação do Avô que nunca me tinha dado um estalo sequer, e nem deixava que a minha mãe o fizesse... Eu todas as manhãs sentia o bater dos socos dele nas tábuas de madeira do alpendre, e todas as manhãs ele vinha dar-me um beijinho, muitas vezes sentia-o e fazia de conta, porque me sabia deliciosamente bem cada beijinho do meu querido Avô Manuel... se estivesse acordada, abraçava-o muito, muito... e depois, saía e ia levar as vacas e ovelhas ao lameiro. Naquele dia foi diferente, mal dormi, sentia pena do sofrimento do Ismael, e receio do avô, claro, nisto sinto o som dos socos dele a chegar ao quarto, ah, dessa vez fingi mesmo dormir! mas não fui capaz de continuar e assim, abri os olhos, ele deu-me o beijinho e eu entre lágrimas digo; Avô, foi sem querer, juro que foi sem querer, ele sorrindo diz; não faz mal, filha, são coisas que acontecem. deixa lá isso, não chores.
Dali a nada a tia Nanda depois de andar para cá e lá a trazer recados do Ismael, diz; vai ao Ismael, ai Nanda, não vou, ele vai-me gritar. Não vai nada, anda, anda, o quarto era ao lado. Entro receosa, mal digo, Ismael.. ele encolerizado (a fingir) Ah, desaparece da minha vista, eu nem espero um segundo, corro para fora dali, porque se ficasse teria visto o riso dele, o riso que eu conhecia tão bem...
A Nanda voltou a rir e disse que eu devia ver o riso dele a esconder-se de mim. Não voltei. e aparece ele de bengala, a mancar, abraça-me a rir e a chorar e diz de sua sentença; a partir de agora vais ser minha criada, vais fazer tudo o que eu não posso, assim; agora, vais buscar daquelas peras que estão na cesta, trazes uma navalha e descascas para eu comer até me fartar!... é o castigo pelo crime que cometeste!
Dali a dias fui com o meu tio Toninho, levá-lo ao Cambedo, montado num macho enorme, do tio Gracinda. Ainda nem iamos a meio do caminho, passa um amigo de mota que lhe dá boleia, de bengala, a coxear, lá vai apanhar o autocarro. Eu, ah, coisa boa, montei no macho, e, quando vi que o dominava, aquilo é que foi trotar por ali fora, enquanto o meu tio o mandava parar e corria esbaforido atrás de mim, eu cutucava-o com os pés na barriga e só parei na entrada da terra, para esperar por ele, pois tinha receio das vacas que vinham por ali abaixo e podia levar uma marrada... Recordações que voltaram à minha mente, apenas por estar a descascar estas peras, fotos de laurinha, claro...





Comments:
Descascar?!? Lavar bem lavadinhas e comê-las com casca!

Beijocas!



 
Rafeirito, era o castigo e a penitência, comia também e que bem nos sabiam... Beijinhos.



 
Como um simples descascar de peras te transportou para o passado! Acontece-me isso mutio! Situações que me fazem divagar a mente nas recordações do passado!



 
É Rod, fui aerotransportada mesmo, porque voltei á aldeia ao amor, á quietude da vida sem sobressaltos, porque com 16 anos a vida é feliz em qualquer lado e o pai e a mãe estavam ali para tudo..Belos tempos de recordares..Beijinhos.



 
Afinal a penitência não era muito exigente porque havia carinho e compreensão nesta família !
Um bom truque para as queimaduras é colocar depois de passar a ferida na agúa fria para resfriá-la, senão continua a queimar, é colocar clara de ovo, um pouco batido para colocar mais facilmente.

Tens uma boa memória, querida Laurinha e nós, os teus amigos, ganhamos com isto !

Hoje, fiz só para ti uma ou 2 fotos do Alberto João mas de longe, não quero aumentar o seu ego que já está bastante inchado....

Mudaste o nome do meu marido, então não sabes que ele se chama AG-NALDO, o meu filho BERNÍCIO e a minha filha CUNEGONDA ? Já agora, não sabias mas chamo-me Vicentia-Leopoldina, alcunha : Vilepo, quase Vileda.... LOL LOL LOL
Não acreditem, é tudo mentira...
Beijinhos

Verdinha



 
Verdinha, ahhh, há 41 anos como querias que alguém se lembrasse que; clara de ovo é boa para queimaduras?...
O A João é bem convencido, coitado, mas, ninguém o tira do poleiro...
Tu vileda, esfregona? credo, tu és uma nina verdinha da natureza..
o homem é Agnaldo, certo, eu separei as silabas para a lingua não se entaramelar...

A boa memória ainda ficou melhor depois de mandarem o meu safadinho (o meu tumor meningioma) às urtigas (nada de comparar com o jardim da soledade!) e a memória é algo que agradeço a Deus, porque quando acordei da operação o primeiro pensamento de entre centenas deles, foi; laurinha...ainda cá cantas...e começo a visualizar os meus filhinhos tão amados, os amigos, tudo, tudo, um turbilhão de emoções maravilhosos e sim, agradeci...lembra-me para te contar o dia inteiro mais algumas horas que tive em visões, ah, o médico deve ter caprichado na morfina...
Beijinhos e continua onde estás, mostrou na tv Porto santo e ainda disse aos meus, a ver se vemos a verdinha enterrada na areia...



 
Isto é que era bom me deixar filmar... já tive muitas ocasiões e nunca quis !
Pedia indemnizações !!
E eu sou o contrário de ti, já não tenho memória nenhuma. Já é a 4ª vez que venho aqui em Porto Santo e quando o meu marido me pergunta "lembras-te disto ou daquilo?" ,tenho que ser sincera e dizer "não".
Tenho várias razões para a perda de memória mas não é Alzheimer !
Como vejo sempre as coisas do bom lado, digo "assim é sempre uma novidade, uma surpresa para mim !"

Beijinhos da

Verdinha esquecida...



 
Essa de não lembrres daqui e dali, é sempre novidade, olhe que nem é mal pensado, ehhhhhh, há sempre bela recordação em cada ano ehhhhhhh, menina, que ligeireza de raciocinio.
Lembro de tudo, ainda, do pai a chamar-me, até fiz um poema há pouco, sobre isso, o laurinha que ele usava, a nossa treta d eum quarto para o outro, quandoe stavamos todos deitados, antes ou depois de acordarmos, era tão nito, tão nito, a voz essa já não a lembro, mas eu sei que voltarei a ouvir o pai a chamar por mim, onde quer que esteja,estará à minha espera, porque os seres que sempre se amaram, jamais se abandonarão!...
Beijinhos querida verdinha. laura



 
e é tão bom recordar...
Obrigada pela partilha.

Serenos sorrisos



 
Olá Laurinha,

Chiça mulher, já não me dás tempo de comentar o outro post...

Quanto a este, bem, acho que foi remédio santo!!
Ah, mas coitado do rapaz, nem conisgo imaginar... a dor.

Beijinhos, e hoje ando por aqui,
Estrela d'Alva



 
Bom, os palavrões do tio com o pé queimado até se compreendem, mas tu chamavas o teu tio "carinhosamente" por estupor?! Será que tem o mesmo significado que aqui? Mistérios... ;)

Beijocas, nina!



 
Serenidade, fui ao blogue e, gostei muito...Mais seres de luz que vamos encontrando pelo caminho. Um beijinho meu, laura



 
Tété, nem era carinhosamente, deviamos ter dito algo ao outro e eu para chatear chamei-lhe isso que valha a verdade, ainda hoje nem sei o que quer dizer...e nem foi em maldade s enão sabia, e ele lá me eprguntou, agastado; sabes o que quer dizer estupor? e por ai la fomos dar à chatice do pé queimado, ehhhh..Beijinhos.



 
É por isso que não descasco as pêras e quase toda a fruta.
Mas as pêras até "marcham" com o "pedrado".
Não dão trabalho, só a lavá-las e deixar o pé, não o escaldado, mas o da pêra, para se segurar o fruto.
É a única coisa que sobra.

Talvez se o pote tivesse quatro pernas já não se entornasse.
Quem sabe se não foi falta de uma perna, ou um pé que não sabia chutar.



 
Agora que li os comentários, só queria deixar uma dica.
Para queimaduras "caseiras", só água fria e bem fria.
SÓ !!! MAIS NADA !!!
O resto é tudo inútil e pode ser pernicioso.

INTÉ!!!



 
Oh Laurinha, só tu pa me fazeres rires com a cena do macho!!FOGO, eu não queria ser macho nas tuas mãos,ou melhor, nos teus pés!!Minha rica barriga!Ó 'pariga isso é forma de tratar os machos?!! P'ra eles andarem mais depressa basta...ok,ok,já me calei, já me calei!AHAHAHAH...

Verdinha, MUITO BEM!!Para queimaduras, 1º põe-se água fria sempre a correr para aliviar a dor enquanto alguém bate uma ou duas claras em castelo conforme a dimensão da queimadura. A clara d'ovo tem colagénio.É uma substância proteíca que ajuda a repor "rápidamente" parte do tecido "perdido".Ora, ao colocar a clara, ela coze de imediato formando uma película.Vai-se sempre retirando essa película e renovando a claro d'ovo...A placenta em queimaduras desempenha o mesmo papel...Aprendi em novita quando queimei os meus dois irmãos(sem querer claro!!),e a minha sobrinha. Para além de cicatrizar, não fica a marca da queimadura. Claro que os queimei em alturas diferentes e de formas diferentes também.O meu irmão(com 4 anos), com azeite a ferver, foi mau, muito mau!A minha irmã com água acabadinha de ferver(1 ano),foi péssimo! A minha sobrinha com seis ou sete anos com um sacana de um brinquedito de fogo do S.João, foi HORRÍVEL!!!Isto de eu queimar quem adoro é um Karma muito filho da mãe!!Enfim,deve ser azar porque em todas as situações foi, mesmo!! Laura, essa do estupor levou-me ao tempo (NHEC!!),em que eu fui operada, e posteriormente o médico me disse que eu os tinha assustado porque estive em estado de estupor muito tempo!!Estuporada fiquei eu porque não percebi nada daquela cena marada!!Ele então explicou-me que nós os doentidinhos, taditos, embora conscientes nos mantemos imóveis e não respondemos a estímulos externos assim tipo, estado de suspensão da actividade física e psicológica 'tás a ver? Isto é o que quer dizer estupor clinicamente,claro, no aspecto de ofensa que a pessoa tem má formação moral, ahahahahah...as coisas que eu sei!!!Nada, como ter levado com uma dose brutal de morfina e tramal que faz muito bem...à tosse!!As partidas que a vida nos prega tem uma coisinha jeitosa!!É que ficamos a conhecer umas coisitas que no futuro nos dão jeitinho...como agora por exemplo!!Portanto já sabes(salvo seja que nunca fiques), mas se ficares toda estuporada não te aflijas porque se faz figura de pateta mas, depois passa...nada mau!!
Olha minha kida, desculpa, mas deixa-me dar uma palavrinha à Maria porque o Kim desapareceu-me e eu não consigo entrar nela.Ó balha-me, não interessa, tu percebeste!...
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Querida Maria, eu já tinha conhecimento que o teu maninho estava doente porque já tinha lido,salvo erro, no blog da Laurinha não me lembro bem só sei que li! Quero que tenhas muita força porque tudo vai passar se Deus quiser, e tu ,vais sorrir de novo! Não te quero a chorar minha querida, OUVISTE?Chorar faz rugas e ficamos feias, FOGE!!...eu quero ver a tua cara bonitinha oK?Hoje os meus muah's são todos para ti minha kida.
MUAH**MUAH**MUAH**MUAH**MUAH**MUAH*

***********************************Brigada xopita, este espaço é só teu e eu ocupei-o com muita letra!

Agora, muitos muah's também pati...

MUAH**MUAH***MUUUUUUAAAAHHHH****



 
Xistosa, se o pote tivesse quatro pés, eu não entornaria o caldo e não haveria história para contar, nem o passeio no macho!...
o pé levou banho de água e vinagre caseiro, de vinho...e a cicatriz ainda lá está..Beijinhos e falam muito na clara de ovo na queimadura...



 
Soledadinha, atã? ele embatucava lá no alto do monte, na beirinha do precipicio e eu bem chegava o corpo para o lado de dentro, na fossemos rolar por ali abaixo e só paravamos no rio Rabagão...

Mas, foi um dia e peras, ah, as peras só ao outro dia e isso durante dias e dias...são as chamadas peras de Inverno, a avózinha ria-se de me ver tão dedicada ao doente, pudera...

os muasss muas pá Maria, ora pois, acrescento os meus e fazemos kilos deles, daqui nada lembro os kilos de terços da dona elisa e junta-se tudo..Beijinhos.



 
Aposto que sempre que comes ou descascas uma pera te lembras deste
episódio. Mas é bom recordar, é bom ter memórias.
Beijinho



 
É sim querida montana, lembro muitas vezes porque os avós ainda viviam e tudo trás recordares lindos, beijinhos.



 
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