A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
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Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


domingo, fevereiro 17, 2008

 

Os panos de cozinha do enxoval da minha tia Nanda!...




Tive uma tia, irmã da minha mãe que por sinal era a minha preferida! Nunca escondi que sentia demasiada afeição por ela. Tinha 13 anos mais que eu, nunca se casou e viveu sempre em função da familia, na casa dos meus avós na aldeia que por vezes falo aqui.

Tinhamos uma relação tão boa como não tive nunca com a minha mãe! Era pobre, pois nada tinha de seu, claro que alguns irmãos lá lhe davam uma notinha que ela guardava ciosamente para quando vinha a Braga ou ia a Montalegre poder comprar as coisitas dela. Sempre teve umas malas de enxoval, e lembro-me de quando lá ia em pequena, adorava coser à máquina, claro que cosia torto, mas cosia por ali fora, e a minha tia Maria do céu deixava-me ajudá-la nas costuras dela e já conseguia coser os bolsos dos aventais das clientes (como eram quase sempre pretos nem se via o torto ehhh) e hoje ao pegar num pano de cozinha dos dela, (já faleceu há 4 anos) veio-me a lembrança de quando fiz os panos dela aos quadradinhos azuis e brancos que a Madrinha comprou o tecido na Venda Nova e ela me pediu (ela não sabia coser na maquineta da minha tia, uma Singer antiga) laurinha fazes-me a bainha dos meus panos de cozinha, na máquina? Ora se eu o que queria era oportunidades de me sentar naquela maquineta que pedalava sem parar... claro que sim, assenti feliz e até pus umas pegas de nastro para pendurar...

Esta minha tia era a mais martirizada com a vida naquela casa, amigos todos eram dela, mas trabalhar já era mais para ela... ia com as vacas, as ovelhas, e quantas e quantas vezes não fui com ela, eu só lá ia nas férias e quando podiamos, e levava uma merendinha e fazia por pôr ali coisinhas doces para mim. Foram bocados que hoje são mágicos para mim, são lembranças doces da minha vida que nunca hei-de esquecer. As nossas conversas, as nossas falas dos meus namoraditos daqueles tempos, ela tudo ouvia e se ria e nada contava! Ela não só ia com o gado, trabalhava os campos de milho, as batatas os feijões e eu ajudei muitas vezes e ali aprendi a vida do campo a fazer as coisas... mas cuidava da casa, lavava à mão a roupa de tantos irmãos, dos pais, da casa que quando eu já tinha algum dinheiro lhe comprei a primeira máquina de lavar que entrou naquela aldeia!... Fi-lo por ela para não se cansar a lavar e que bem lhe soube...

Enfim, faleceu quando a vida já lhe sorria. Já ia receber a reforma dela aos 65, recebeu um mês ou dois, mas já na altura era quase rica (ehh rica porque herdou da minha madrinha uns bons milhares de euros), como era a mais nova, já tinha feito um acordo com as outras manas, a que morresse deixava para as outras o que tinha, a parte das terras que tinhamos muitas, os euros e por ai fora) já tinha dito que a maioria dos bens dela seriam para a laurinha que ehhhhhhhhh.
A mais velha sobreviveu-lhe e muito bem e ainda bem, ainda por cá anda nos 82...os outros da casa já se foram,para o outro mundo ,a casa que era para mim, deixada pela minha madrinha que já tinha dito que por morte dela seria para mim... prometida apenas em palavras, é de quem ficou com o resto, e assim faça-se jus ao ditado: guardado está o bocado para quem o há-de comer!...
Lembrei-me dela agora quando estava a limpar a louça num dos panos que lhe fiz azuis aos quadradinhos e a minha tia que ficou se lembrou de me dar e foi buscar à mala do enxoval da minha tia Nanda!...







Comments:
Nina Laurinha, como é bom recordarmos os felizes momentos de infância. Lembrar das pessoas a quem amamos.
Infelizmente o egoísmo sempre fala mais alto dos que os sentimentos.
Mas a vida é mesmo assim, os bens materiais ficam todos por aqui.
Este teu texto nos leva a boas reflexões.



 
É bom sim gilinho, na medida que esta tia era a minha segunda mãe, mas devia ter sido a primeira, pela paz que espalhava, pelo amor que me dava, as boas palavras e o carinho, e então com os meus filhos nem se fala...Fico feliz por ter feito o que fiz para lhe proporcionar melhores momentos de vida, pois sempre a amei e nuna fui interesseira em relação aos bens que ela nunca teve na vida!...já estava falado desde criança, pois dizia-lhe sempre quando ela falava que não tinha filhos para ficar com eles quando fosse velhota; Tia, tu vais para a minha casa e ajudas-me a criar os meus filhos... não é para lavares e passares, só cozinhas ehhh, e ela nem er amuito boa em cozinha porque passava a vida nos trabalhos mais pesados...e ainda nem tinha marido quanto mais filhos, nessas alturas era o que queria que fosse, infelizmente já nem deu tempo.
Quanto aos bens nem me sinto mal por isso, sinto que são para quem devem ser e mais nada... Mas que já me dariam jeitinho há uns anos atrás, isso dariam...e aquela casa já tinha planos para a fazer de novo por dentro e nessa altura tinha com quê!...agora não.
Beijinho a vc e claro que a reflexão é esta!; deixar os bens a quem se querem dar, devidamente registados num Notário!...a tempo e horas ehhhhhh...



 
Que raio de letras são aquelas no último pano?



 
Ó rafeirinho sempre preocupado com o que nós nem reparamos, aquilo já estava lá na imagem e deixei tar..é uma letra qualquer, ai tu e os pormenores... És mesmo um ão ão à maneira e por falar nem ão aõs lá vai o shakita de novo pá faca amanhã de manhã por ter as otites e enchem as orelhas, aquilo não é picadas de abelha nada, é das otites, bem esvaziamos coma seringa, mas ao outro dia tá na mesma, tadinho dele...tem de ser...
Beijinho de domingo bom sem chatices.



 
São bonitos os bordados...

Beijinhos e bom Domingo



 
Ah minha gatinha, podes crer que vou ter uma rica tarde de Domingo. A Getta minha querida amiga tem dois bilhetes para o Teatro circo, o nosso belo teatro que foi todinho restaurado e está um encanto por fora e lá dentro vou ver hoje, e vamos ver uma peça de teatro, posso nem ouvir, depende do som, mas adoro ver as roupas, os personagens..assim vai ser um Domingo e peras. beijinhos pra ti...



 
São coisas tão delicadas! Lindas! tenho alguns pintados a mão ,valoriso este tipo de artesanato.



 
Adriana, ai no Brasil é que vi muitos pintados à mão, autênticas obras de arte e mal empregadas para limpar a louça ehhhh. Beijinhos.



 
Ai que isto aqui é só ternura e bordados e bons momentos que nunca esquecemos. E a vida vale por isso e só... bons momentos. Lindos todos os panos, Laurinha.

beijos e fim de domingo


PS: O que se faz ao domingo no Afganistão?



 
Ah pois! Já li. Vais ao Circo. Tá bem, tá.



 
nina pitanguinha qual afeganistão? teria de andar de cara tapada e bico calado e siso nem é comigo, é portugal, aquilo é pa despistar ehhh na brincadeira.

Fui ao teatro circo, o nome do teatro é memso este Teatro Circo, uma raridade muito antigo e foi remodelado ha coisa d eum ano...fui ver uma peça sobr euma historia de escaravelhos os famosos bichinhos que são a praga ads batatas...
beijinhos.



 
Ele há coisas que nos lembram sempre alguém... Se descasco batatas, lembro-me de uma tia ("de coração") que como tinha vindo da guerra civil espanhola, as descascava com uma pele muito fininha, para não desperdiçar, ao pôr uma toalha na mesa lembro-me da minha avó que a bordou e do meu avô que adaptou o desenho, uma música pode-me fazer lembrar pessoas que actualmente nem estão próximas - e, já agora, sempre que oiço o encosta-te a mim, lembro-me de ti, por teres tido essa no blog durante tanto tempo, eh, eh, eh! (isto não é crítica nenhuma, é uma mera associação de ideias, daquelas que nos ocorrem assim de repente, sem sermos nós a puzar pelas lembranças...) :)))

Jinhos, linda e boa semana para ti!



 
*puxar



 
É isso mesmo tété, e eu fico contente por te lembrares de mim e das musicas que te fazem lembrar...
E por falares da tia da guerra civil espanhola ja tenho post para amanhã...
beijinho



 
História bonita!!
Beijinhos



 
rp, mas verdadeira...
E que saudade dela quando lá vou e já não está ali , feliz por nos ver e a ralar ao saber que regressávamos no mesmo dia ou no outro. Queria-nos lá uma semana, que triste ficava quando vinhamos embora...



 
Bem faço eu que não limpo loiça, detesto limpar loiça..Claro que tenho uns paninhos, ums bonitos , outros nem tanto, mas pra limpar loiça não..Mesmo há muitos anos, antes de ter a Mq de loiça, só a tapava e deixava que secasse.. É relaxo? Pode até ser, mas não gosto e pronto..Mas a Lauirinha herdou da tia uns paninhos muito bonitos e a homenagem á tia fica feita..Beijinho e boa semana..Aqui chove torrencialmente...



 
Nina Ell, os paninhos de cozinha da tia são daqueles de popeline aos quadradinhos, a popeline que tinha algodão, certo. Quem gosta de limpar loiça? ê cá nâ senhora, mas, que remédio... a minha maquineta está avariada e ainda há-de ficar no descanso mais um tmepo...é que...assim tenho dois lava loiça e assim de um lado escorre até se cansar e secar..depende da pressa...

Aqui mal choveu e a pascoalita mandou mensagem que ia a caminho de Lisboa com um monte de tralha e de botins altos, esta nina na ganha juizinho, mas nós já sabemos que o juizo não quer nada com ela...
Beijinhos.



 
Lindos esses paninhos.....fazem lembrar a infância......eu tambem tenho paninhos bordados á mão e pintados a mão.....mas é sobretudo para pôr em cima da mesa ou dos armários....não para limpar a loiça...e como diz por ai alguem "é a maquina da loiça que limpa a minha loiça"ahahahahah
Mas é linda essa historia da tua tia......eu não tenho historias dessas .....porque a s m/tias estavam aqui e ue em Angola......quando vim já era grande e......fui para Paris.....tás a ver pouco tive com os m/tios ou avós.
Mas tenho outras historias.....hihihih



 
Parisiense, esta foi uma tia como poucas, uma tia que veio a este mundo apenas para se doar aos outros, quando lembro que a instiguei a casar, pretendentes não lhe faltavam, até estavam em paris suissa a trabalhar, traziam-lhe presentes, mas não, não queria deixar a avó sozinha, a mana que não ouvia, o mano que era entrevado quase, enfim, veio cá apenas para ter mais sofrimento que felicidade...

Nem sabes o que perdeste com isso, e eu fui embora daqui com 10 anos, e so voltei ca com 14 passei ca seis meses de graciosa, depois vinha quando podia da africa do sul, mas escrevia todos os mese simensas cartas e mandava fotos...o amor não morre quando se ama assim...
Beijinho a ti, mas aminha maquineta da loiça tá fora de serviço e tenho panos de angola daqui da africa do sul, do brasil espanha e suissa ehhhhhhhhhhhhh...até os meus panos são viajados...



 
Que belas recordações, laurita! Tb tenhbo coisinhas assim simples recheadas de boas lembranças.

Engraçado, fiz mtos naperons de xcozinha, quarto e sala que actualmente não uso pq estão fora de moda ... alguns dei-os, outros mantenho-os guardados.



 
Bem ...

esses das fotos são duma lindíssimos :)*

QQ dia voltarão a estar na moda



 
pascoalita, tenho dado naperons sem fim e desde que casei em Pretória raramente usei naperons!..tinha mesa de vidro e nm ficava bem e assim tá tudo na maleta das lembranças dos lençóis...



 
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