A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


sábado, outubro 13, 2007

 

Nem todos têm uma casita assim tão confortável...




É sábado e todos os que podem, deixam-se estar na caminha quentinha, já faz um friozinho de manhã, e, quem nem tem de ir ganhar o pão de cada dia, fica assim como este sujeitinho, bem aconchegadinho e metido entre os lençóis...
Mas agora vou referir-me aos que não tem aconchego, o aconchego que o lar, por mais simples e pobre que seja, nos proporciona!...

Havia nas traseiras da minha casa um carro que estava quase sempre estacionado no mesmo lugar, como tenho janelas para os dois lados da casa nas traseiras estendo a roupa. Reparei que no carro estava muitas vezes um sujeito, moço novo, sentado ao volante. Depois comecei a ver que ele nem saía dali muito, ora se encostava, dormitava, mas a minha curiosidade levou-me a ver a coisa a fundo. À noite antes de fechar a janela da varanda, olhava discretamente e reparei que uma manta estava estendida desde a frente até trás, tem árvores cerradas e faz escuro como breu, tem candeeiros e a luz dos apartamentos reflectia nele. Então apercebi-me que o moço, de cor, devia dormir ali, mas, e lavar-se, comer? de manhã quando me levantava e ia abrir as janelas, a maior parte das vezes já estava sentado ao volante, e parecia limpinho, por vezes via-o a dobrar a manta, e fazia de conta que nem via. Falei com a minha amiga que tem uma loja por baixo, ela só tinha dado por ele há dois dias, quando eu já o tinha visto há quase um mês...
Aquilo fazia doer minha alma, até que a dona do supermercado o viu a entrar no prédio em frente dela com uns papeis,(assim tinha amigos onde devia lavar-se comer melhor etc etc) nós bem falamos e resolvemos que se de nada suspeito víssemos, não íamos entregar o rapaz que nem era de cá. Discutíamos entre nós, se havíamos de o ajudar se lhe perguntaríamos se queria comida, além disso ele falava no telelé dele, e a minha amiga via-o comer e beber água e... claro que não o íamos dizer a ninguém pois se falássemos a algum homem, os homens têm tendência para agir de forma precipitada e errada a maior parte das vezes... (é o que se vê)
Mas não o largamos de mão, digo de olhos.
Ele lá andava de papeis para cá papeis para lá, e pelos vistos lá resolveu a situação e lá se foi.
Isso faz-me pensar que nenhum ser humano devia passar por essas situações, devia haver um lugar onde ele pudesse dormir e alimentar-se até ter trabalho ou coisa assim...
Claro que podia ser um bandido a fugir das autoridades, bastava não ter documentos para ser expulso e claro, preso e levaria de borla umas cacetadinhas...Enfim...
Mas tudo isso me despoletou sentimentos do passado, quando vivia numa terra perto daqui onde passava o rio que dividia Portugal e Espanha e morávamos perto da prisão que era baixa e pequena e eu e a canalhada toda, éramos uns 12 mais ou menos, íamos para lá, pois eles chegavam às grades, (claro que os pais nem nos viam, senão!...e pediam-nos que os ajudássemos a sair dali que tinham mulheres e filhos, para intercedermos por eles junto dos nossos pais (policias) e eu ficava tão angustiada e aflita e ainda pedia ao meu pai que deixasse ir os homenzinhos para junto dos filhos deles...Mas, eram contrabandistas,(naqueles tempos tinham de o ser ora pois, ora essa como diz o adriano...) e lembro-me também que uma vez as mulheres dos guardas (eu ainda ouvia, andava pelos 5 anos)gritavam do lado de lá das casas e corriam todas juntas (mas que poderio essas mulheres tiveram ao desafiar os maridos todos) e bem alto diziam para os contrabandistas que corriam com quantas pernas tinham...Fujam senhores, fujam por ali, fujam homens... (amei e amo ainda estas mulheres que se atreveram a desafiar os maridos que até eram boa gente ehhhhh)e naquela dia não se apanhou nenhum...

Lembrei-me que amanhã qualquer um de nós poderá ter que andar de trouxa às costas e sem carrinho..basta ter de ir pelo mundo a fugir à guerra e eu já atravessei uma e com todas as comodidades, mas, nem todos têm essa sorte!...E isso fez-me lembrar que até hoje e em todos os dias da minha vida, sempre dormi numa caminha e com a cabeça recostada na almofada...(poucos pensam nesse grande bem que têm, um lar onde descansar o corpo quando a noite chega!...)

Rapaz, que onde quer que estejas, sejas ajudado e que tenhas conseguido o que querias, aqui ou noutro lugar qualquer, é que enquanto os homens não sentirem que somos todos irmãos, teremos de viver escondidos como se fossemos salteadores, mas, só quem passa por elas é que sabe as dores que na sua alma sente!...

E se te tivesse falado e tentado ajudar, atraiamos as vistas sobre ti, e...Há mulheres que nem sabem calar-se!...
Assim, à nossa maneira, protegemos-te e foi a nossa maneira de te ajudar...porque te víamos a ir e a vir, e sabíamos que andavas a tratar da tua vida.
Deus te abençoe na vida e ajude a todos os que como tu, têm de sair do seu País para poder sobreviver.







Comments:
Em nome desse rapaz, obrigada Laura..Meu pai sentou á nossa mesa , ciganos, negros, deconhecidos, médicos, presidentes, ministros e cidadãos comuns e anónimos.. A todos tratou do mesmo geito , com o mesmo respeito e amor..(Não, não tinhamos um restaurante)Mas recordo um dia em que na estrada fronteiriça á nossa casa,(estrada nacional 114 que liga Peniche a Évora) passava aquilo a que vulgarmente chamavamos um maltez, Roupas andrajosas, barba por fazer e um saco onde guardava todos os seus tesouros..O pai chamou o sr, a mãe aqueceu água no lume de chão, que esquentador ainda era modernice da cidade, o sr tomou banho, vestiu roupas do pai.. O pai desfez-lhe a barba, comeu uma açorda de bacalhau que o pai generosamente lhe preparou, e partiu .Não sem que antes a mãe tivesse preparado um saco com pão, chouriço, azeitonas e alguma fruta o pai ainda deu 20 escudos que naquela altura eram uma fortuna, pelo menos para nós que viviamos dos miseros ordenados do pai e da mãe que trabalhavam no campo... Por mais anos que viva, jamais esquecerei o olhar agradecido daquele homem, jamais esquecerei a generosidade do pai e a lição de bem tratar o próximo que nos deu.. Por tudo isto, mais uma vez, obrigada Laura...um beijinho, ell



 
Moça, eu nada fiz, mas ele andava bem vestido e claro que se ele não saísse dali e não comesse, não o deixaríamos assim. Por vezes vi-me tentada a ir lá de noite mas no escuro não leio nos lábios nem ouço a voz de ninguém, não tive medo, apenas receio de ser mal interpretada e de o por a cavar dali onde acho que se sentia seguro...A minha amiga via-o a comer no carro e trazia sacos do supermercado, aquilo devia ser apenas não ter papeis.

Graças por existirem no mundo pessoas como os teus pais, ainda me lembro de ver a minha avó a dar sopinha e comida a quem passava e que generosa ela era, e um deles, um mendigo roto, tinha sido piloto da aviação civil...e tinha vivido muito bem e depois...mas ele contou a história da vida dele e dos azares que a vida lhe trouxe.
Graças que ainda há gente com um coração enorme dentro do peito...
Gostei de te ler ó Ell, adorei sim ver que teus pais eram gente humana e está tudo dito. Beijinhos e abraços para ti...e para o teu mais que tudo...



 
Pode ser que sim, pode ser que não!
A vida ensinou-me a desconfiar.
Quem vê caras, não vê corações e nunca saberás quem de facto se escondia por trás da figura que observavas.
Como nunca viste nada que incidiasse malfeitorias, és capaz de ter razão ... provavelmente era mesmo uma alma bopa com menor sorte que a maioria e andaria somente a cuidadar da sua vida.



 
Olá, laurinha das résteas!

Inda bem que voltaste rápido e cheia de vontade de comunicar!
Mais uma estória banal no nosso
quotidiano, em que a maioria nem repara de tão ocupada que anda a olhar para o seu próprpio umbigo.

E o carro tinha dono? Continua lá? Era abandonado? Provavelmente era um "sem-abrigo" como tantos que por aí circulam.

É bom estarmos atentos ao que se passa à nossa volta, há várias formas de ajudar. Umas vezes fazêmo-lo agindo, outras com o nosso silêncio.
1 beijo para ti e excelente fim de semana



 
Um dia falamos disso ó missesfinge, é que por enquanto ainda está fresco demais.
Verdade, tem gente com cara de santo que é diabo à maneira, mas não neste caso, se fosse de coisas e loisas receberia visitas e afins e apenas lá vi uma nina sentada no volante e ele ao lado, mas apenas uma vez, mas..ele tem direito a falar né?...Beijinho a ti (acho que andas a receber beijinhos em quadruplicado..entendes-me? ( é que sou cá uma cotinha com um sentido de visão..que nemt e digo...)



 
Nina adry, o carro é dele pois, ele está à vontade ali, ou antes, estava. espero poder encontrá-lo por aqui, se arranjou trabalho, e claro que me meterei com ele para lhe mostrar que não estava só e não me quis meter onde nem era chamada, mas a vida põe-nos frente a frente com quem queremos...
Mais tarde se isso acontecer, falarei não haja duvidas...
Beijinho a ti linda e querida adrianna... Vou costurar pois tenho que fazer seis cruzes vermelhas para a manga das batas de seis aspirantes a Padres, que vão como voluntários ver como funciona aquilo no nosso hospital onde eu já fui voluntária também.



 
Não sou nenhuma santa, nem tenho a pretenção de ser melhor do que ninguém e o meu "conceito de ajuda" foje um pouco ao padrão comum.

Por exemplo, há mtos anos que me recuso a dar um cêntimo a quem me aborda na rua!

A última "ajuda" se assim lhe posso chamar ocorreu há dias e faço-o frequentemente. Sempre que compro roupa, sobretudo em saldos, em que os arranjos são por conta do cliente, nunca deixo a roupa a arranjar. Trago-a para que a minha vizinha o faça.

Há dias comprei um fato (baixa de custo de 50%).Pediram-me 5€ para subir a bainha das calças (podia até fazê-lo eu). A minha vizinha leva 4€ mas obviamente que lhe pago os mesmos 5€ e entendo que é uma ajuda que lhe presto sem qq custo para mim.
Isto não vem mto a propósito do post, apenas o referi por falares em ajuda ao próximo.

jinhos



 
Não sei de que gravidade eram os crimes cometidos por esses presos que recordas na tua memória, mas não te preocupes, os nossos governantes e legisladores fizeram-te a vontade!

Com as leis actuais, são raros os que se mantêm atrás das grades, mesmo os criminosos da pior espécie não ficarão mto tempo lá dentro.

Afinal, vistas bem as coisas, todos somos filhos do mesmo DEUS e todos devemos ter direito a gozar a vida em liberdade, não é laurinha?

Não me ligues ...hoje acordei rabujenta



 
Ainda por dizeres ... "Lembrei-me que amanhã qualquer um de nós poderá ter que andar de trouxa às costas e sem carrinho ... basta ter de ir pelo mundo a fugir à guerra"

É algo em que penso bastantes vezes, sabes??? E o mais certo é que ninguém me estenda a mão, independentemente do bem que hoje eu faça. É claro que nunca faço nada a pensar no troco, mas podes crer que se um dia precisar e se o mundo fosse justo, algum bem teria a receber.
Hoje estou um pouco irritada e tem a ver com o teu tema, não directamente, claro!
Talvez coloque um post sobre o assunto
jinhos



 
Ai minha pascoalita, ontem ias doente e hoje tás zangada, ai ai ai a menina, e podes crer que se algum dia tiveres aflições, sabes bem que alguém, seja lá quem for, te estenda a mão!...Espero e acho que nunca irás precisar, mas por vezes acontecem coisas bem insólitas e depois de tudo passar, olhamos em volta e, fomos ajudados...
Já fui ajudada de imensas maneiras e nem sempre envolve dinheiros, por exemplo...ehhhhhhh.
Os homens que lá estavam na cadeia eram contrabandistas e a minha avó a mãe do meu pai para o criar a ele e a alguns filhos, por vezes ia ao lado de lá vender os ovinhos dela e uma ovelhita e...o meu pai também ia e tinha fome e um dia vieram sem a ovelha dele que se fartou de chorar, mas, foi preciso vendê-la, no tempo da fome era necessário ir a Espanha trocar coisas....
O meu pai contou-me isso e muito mais cosias da vida dele, no entanto à rasca conseguiu ter o 6 ano do liceu e foi um grande pai e homem muito humano apesar da profissão dele...
Um dia contarei a história do nascimento dele e como a vida pode ser cruel para alguns!,...
Pascoalita amansa-te e tem calma e não ralhes...
Abraço a ti carregado de carinho extra que bem precisas...



 
Olha, eu fixei-me na foto.
Uma foto destas anula qualquer texto, não me consigo abstrair dela ;)
Espero que o rapaz tenha encontrado o seu caminho,... mas não me esqueço do gatito ....



 
Alkinha, esás a ver a coisa? o gatito está melhor que o moço e mais quentinho e nem se importa com o cheiro ehhhhhh, a imagem chamou-me a atenção pela fofura e pela beleza e harmonia que transmite.
Beijinhos e falei com a pascoalita no msn durante mais de duas horas, e..vou nanar, vou espreitar a blogaria toda e retiro-me...jinhos a ti.



 
Sim, Ahlkinha, a imagem tá bem apanmhada ahahahah
Há pouco a falar com a Laurita no MSN chamei-lhe "ratinho" mas agora fizeste-me ir revê-la eheheh

Tb a acha um miminho



 
Lapa; I dont speak Ingles...sorry.



 
Há três tipos de mulheres:

As bonitas. (como você)

As feias.

E, as louras.



 
Pois meu caro lapa, as aparências enganam...e mais nem digo..bonita eu? quem dera, mas... Beijinho na mesma e obrigada pela tradução.



 
Lady Laura


É uma fixação na casita, não é?
Mas deixe lá, a mulher sonha, a obra vai crescendo e o sonho torna-se realidade. Esta frase é de campanha eleitoral, não acha?


Ora eça, mas não é de queiroz.


Cumprimentos e três bjs.

...



 
Adriano, preciso de saber porque o blog tá diferente e não entro ali para falar ao desbarato!...

Estive até perto d auma da matina a ler um livro escrito sob mediunidade, cartas do médium Fernando de Lacerda que o Eça ditava!.. Devias ler ó moço e aprender com ele, como eu aprendo também...Se estivesses pertinho emprestava-te, são 4 volumes do ano de 1800 e tal e 1906...

três é demais mas vale a pena, recebido e agradecidos...



 
Poi é amiga Laura. Também a mim sucedeu o mesmo quanto ao #perder de vista".
É sempre bom um reencontro.
Fiquei feliz pela notícia do implante que te vais oferecer. Que tudo te corra bem, visto que tens revelado, pelo que escreves ser uma pessoa muito sensível.
Um abraço e bom domingo



 
Meu querido Zé Lérias, tive a sorte de encontrá-lo no blog da Alkinha e corri a segurá-lo...Nem sei como nos perdemos, mas, lá nos descuidamos. Fico feliz pelo reencontro. Beijão a ti moço e obrigada...



 
ainda por cima encontrei Jorge Palma, um dos maiores!

Obrigado.



 
Lapa pegada...
O Jorge Palma está ali a cantar para fazer um jeitinho a uma amiga que adora a canção..eu cá para mim...
Mas já agora o homem canta mesmo bem? é que sendo assim, começo a enviar as minhas letras a ver se ele as quer cantar..quem sabe um dia...



 
Meu gatinho fazia isso, mas era dentro da caixa de leite na cozinha. São caixas com 12 embalagens e na medida que iamos tirando ele fazia ninho dentro da caixa, ou sempre que abria uma gaveta ele lá se metia, mas cresceu e não faz mais gracinha...
Quanto ao amor, as pessoas que falam, amam de verdade, pior são as que se calam...

Linda noite e uma semana deliciosa pra tu, Laurita!!

beijinhos

Menina



 
gracias Laura por tu compañia en blog Luso en estos momentos de dolor
un abrazo muy grande y que estes muy bien



 
Ai menina do rio, que grande verdade tu disseste agora!...
As pessoas que falam, amam de verdade, pior são as que se calam... É isso aí minha gentinha.
Quando comecei o meu blog tinha lindas poesias de amor e de tristeza, mas nem me referia a algo em especial Sempre versalhei sobre o amor e sempre disse o que pensava. Claro que fui criticada aqui pelo raio de um ou uma anónima (cá para mim era uma disfarçada e tinha um toque abrasileirado, mas era portuguesa a tentar parecer outra coisa ehhh nem para isso têm jeito ehhhh sei lá...) e a poesia em si nem tinha nada de mal, mas foi o primeiro comentário negativo que recebi e fiquei abalada, mas chegou esse..outros que venham clica-se e pronto, a não ser que se identifiquem...Foi por causa de um poema, As minhas mãos...Já agora vou colocá-lo aqui acho que o arranjei porque não rimava bem, fiz uma alteração no fim, acho eu. vou colocá-o aqui e assim os mais recentes visitantes sempre podem ler...

As minhas mãos...


As minhas mãos estão sempre vazias.
Não consigo mantê-las cheias
Ela, a felicidade, escorrega entre meus dedos
Como grãos de areia.

As minhas mãos que ficam vazias
Quando das tuas se perdem.
As minhas mãos que ficavam tão felizes
Quando afagavam as tuas.

As minhas mãos são poemas de sol-posto
Querem amar as tuas sem as tocar,
E se puder afagar outros rostos
Quem sabe terei outras mãos para amar.

As minhas mãos são poemas de agonia
Que sofrem de solidão e nostalgia
Quem sabe se tocares nelas
Serás feliz como eu fui, um dia…

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E foi assim, foi isto que despoletou uma critica a dizer que eu não era nada a moça simples que dizia ser ehhh, mas que gente...
Beijinho a ti.



 
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