A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


quinta-feira, setembro 27, 2007

 

Fui lá acima de tarde (ao centro da cidade)




Fui espairecer, aperaltei-me à maneira, sinto-me tão jovem ultimamente que nem olho para os mais velhos! Sinto-me jovem, e sinto que não vou acabar velha , não vou porque não quero. Passem os anos, passe a vida, passem quem quiser, mas eu estarei ainda jovem quando me for...

Bem, ia por ali, vi um grupo de gentes e mais gentes, pensei cá pra mim, olhós bombos, mas nem eram, no meio estavam dois homens a tocar concertina e milho, muito milho, assim como se arranca da terra, e o povo ia tirar as espigas que quisesse. Meu Deus, aquele cheiro que me subiu pelas narinas, aquele suave odor que o milho tem quando se arranca, e se amontoa, a minha avózinha e tias costumavam apanhar uns pés para deitar às vacas na corte...Mas aquele cheiro mudou-me o dia, mudou-me a alma e lembrei aquelas tardes de verão Outono quando ia com a avó buscar o milho para deitar ás vacas...Minha avó, minha casa da aldeia, minha aldeia que nem é minha, minhas gentes que lá estão!...Ó avó, doce avózinha que te amava tanto e tu a mim também. Que pena tenho que o tempo passasse tão depressa. Como sinto a tua falta para poder deitar a cabeça no teu regaço para que me afagasses... Ultimamente já era eu que te mimava, mimei-te sempre até hà hora de te ires, e, ainda me lembro quando dizias a todos que eu (entre dez netos e netas e dois bisnetos (os meus) era a tua netinha preferida... E eu ralhava-te que isso não se dizia, as outras netas podiam nem gostar.
Quando fomos para Luanda, escrevi sempre, sempre, era eu que dava as noticias da casa, mandava fotos, explicava-te tudo para que conseguisses entender como era aquela terra onde vivíamos. Quando vínhamos cá de férias, era uma alegria e tu mais que ninguém querias engordar-me à força, (com 14 anos pesava 40 kilos,) e de tarde depois de sornar, fazias-me lanchar batatas fritas às rodinhas com o presunto magrinho, e quando não havia ovos, eu ficava ali no pátio à espera que a pintada pusesse o ovo e começasse a cantar e dizias tu, ela está a chamar para ires buscar o ovo, mas já me fazias isso desde menininha...
Assim minha querida avózinha, com aqueles cheiros do milho, voltei atrás à nossa vida de antes e aos bons momentos também!...
Obrigada avózinha, por tudo e pelo amor que sempre me deste.


Acende a lareira avozinha…


Acende a lareira avozinha
E dá-me aquela cadeirinha
Que sempre foi minha!
Deixa-me sentar ali
Como quando era pequenina,

Esquecer que já cresci
E que tenho de me lembrar

Que a vida é mesmo assim…

Anda avozinha vem sentar-te junto a mim
Vem embalar-me como só tu sabias,
Vem cantar-me as tuas canções
Onde entravam melros e cotovias.

Vem ajudar-me a esquecer

A vida que me faz andar à nora,
E me faz regressar ao passado
Que não doía como agora…


Vou esperar que me faças
Aquelas batatinhas fritas
Com o ovo estrelado
Que eu ia buscar ao ninho,
Assim todo fresquinho,
E tinha a acompanhar
Ricas febras de presunto
Às quais tiravas o unto.


Minha avó, minha avozinha
A vida já deu tanta volta,
A tua casa antes tão cheia
Todos queríamos ir para lá,
Agora poucos o fazem,
E eu apenas vou visitar-te
Levar-te algumas florzinhas,
E recordar coisas minhas…







Comments:
Puxa! Isso sim, são panelas de ferro à maneira das Beiras. E eu que corri tudo e apenas encontrei uma linda, mas longe da lareira, não me servia pra nada. Só se quisesse decorar o meu hall com ela eheheh

Que linda homenagem à tua avó e às tuas origens.
Lindos versos tb :)

Mas, laurita, explica a+i à gente o que são "mimos" que não percebi nada do que escreveste no meu Blog!
E isso do milho, qual é o significado de andar assim a ser distribuído? Aí é alguma ocasião especial??? É tradição???? Conta!!!



 
Mas que belo passeio deves ter dado! E os bombos de que tanto gostas?

Agora não é altura de percorrerem as ruas da cidade?



 
Confesso que até me fizeste uma pontinha de inveja. Deve ter sido uma belíssima tarde, laurinha.

A viver assim tão intensamente vais certamente chegar aos 100 anos e sempre jovem, como dizes :)

A tua avó deve estar muito orgulhosa da sua netinha.

1 beijo a ti



 
Já cliquei no nome da tua avozinha e fui espreitar ela ... era linda! Tinha carinha laroca, fofinha :) Brigada, titia :)



 
Milho é bom! Pode-se comer em pipocas, cozer e comer em saladas, ou simplesmente assar as maçarocas no forno ou nas brasas.

Qdo eu era puto, faziam-se as tais desfolhadas ao luar nas eiras lá na minha aldeia e era uma algazarra que nem te conto eheheheh



 
Tb te li no post da pascoalita. Falaste que tinhas ido ver os "mimos" ... isso são aqueles "cabeçudos" que percorrem as ruas minhotos?



 
Fizeste-me lembrar as minhas 3 avós há muito desaparecidas.

Curiosamente só me lembro e sinto immensas saudades da 3ª, a única que era minha "avó emprestada"
Que estejam todas em descanso :)



 
Que feliz e orgulhosa
Estará a tua avozinha
ao ler do alto esta prosa
que lhe dedica a netinha
tal como ela, LAURINHA!



 
Oi Laurinha,
que bela poesia para vovó, gostei...

É amiga, penso que deve ser muito trabalho, esperamos que apareça.

Obrigada por se preocupar, ela está bem, graças a Deus.

Um abraço fraterno e carinhoso.



 
Mana, aquilo fez-me voltar ao meu tempo feliz...
Não era nada de especial, ali ao pé da fonte no centro da cidade onde tomamos café, tem sempre coisas e loisas, e costumam mandar-me os emails da Camara a avisar quando há festas e cosias assim e havia uma grande enchida de mimos..poças mana, mimos são aqueles rapazes e parigas vestidos à maneira e pintam a cara de branco e andam por ali a fazer mimalhices..entendeu?

Obrigada por pores a foto da avó, então resolvi ir buscá-la e pronto, ao menos vêem como ela é linda, é, porque para mim foi sempre...


Ó cusquinha, sempre preocupada com os bombos da nina laurinha, ams deixa que mais mês menos mês já fujo deles e será bom sinal...
Não, eles andam na cidade dependendo de lhes pedirem ou mandarem, em Julho agosto era quase sempre, agora ja não andam por aqui...beijinhos ó cusquinha...



Minha querida adryzinha, foi apenas das 16 até às 18, fui à farmácia ao meu amigo João, tendes de o conhecer e um dia posto aqui o grande amor e carinho que por ele tenho..vá que a mulher nem tem ciumes e é muito mais nova que eu..senão...eles aão um casal amorosissimo e já o conheço desde que cheguei cá, ele ajuda-me em tudo até com o que nãot em a ver com a Farmácia..é um amor amor amor...assim fiquei ali na treta com ele como de costume...Que bom ter amigos assim, eu derreto-me por eles e eles por mim...
Fui visitar o dr Firmino meu querido amigo e presidente da junta, com ele fiquei minutos, tinha pressa de me vir embora, falamos do meu implante e ficou radiante, enfim...
Mas andei por ali feliz de ventas levantadas como quem diz..olhem pra mim, velha eu? ehhhhhhhhhhhh...
Beijinhos a ti...



 
A nossa geração, teve sempe por perto alguém mais velho a transmitir-lhe 'saberes do antigamente', infelizmente isso está a desaparecer.
No meu caso, recordo os tempos passados com o meu avô materno e uma tia solteirona...Só mimos mesmo...Imagino então o quanto a tua avó merece esta homenagem :)



 
Ó mexicano, toma lá o que eu fiz quando as minhas tias e tios e os vizinhos iam ajudar na desfolhada do milho ou na debulha do feijão...tinhamos uma grande eira e o mê padrinho levava para lá uma grafonola e punha-a a tocar, eu ainda me lembro de ouvir e os discos eram da marca..A voz do dono) e tinha um cão ehhhh..eles juntavam-se ali, cantavam enquanto trabalhavam e riam-se namoravam,
belos tempos para as minhas tias..

Vamos sentar lá na eira…



Vamos fazer roda lá na eira
A debulhar o feijão,
Todos juntos e a cantar,
E a andar de mão em mão.

Ai que belos tempos aqueles,
Quando meu coração amava
O rapaz que namorava,
Ai que belos os tempos de então.

Andávamos pelas ruas
A mostrar o nosso amor,
Eram coloridas as minhas faces
Porque eram da cor do amor.

Bastava a sua presença
Para meu rosto corar,
Mas descorava-se todo
Quando ele me vinha beijar.

Que bonito que era
Namorar à luz da lua,
Sentir o cheiro da terra
E sentir-me sempre sua.

Ai que belos aqueles tempos
Que tinham tanta magia,
E nós todos tão alegres
Semeávamos a alegria…


Pois é nino mexicano (desconfio que de mexicano na tens nada, mas, achei-te uma simpatia e prontossss....



 
Viva ólhem ólhem a nossa nina Alkinha voltou! que saudades nina que saudades mesmo...
Ó nina a minha avózinha merecia muitas homenagens, pois foi melhor avó e de vez em quando, do que a minha mãe a tempo inteiro..é assim...
Não que a mãe fosse má mãe, mas arre que feitio do caraças..sempre a querer dirigir a minha vida à maneira dela e a ralhar...
Mas esta avó, esta avó querida que nunca dizia uma asneira nem um palavrão...claro que ela sabe como estou e vem-me visitar espiritualmente, eu acredito na vida depois da morte!...
Beijinhos nina e fico feliz pelo teu regresso...


Ó betinha os cabeçudos são os gigantones e os mimos sãoa queles que se vestem de preto ou camisola as riscas e fazem momices para nós..é lindo, eu adoro ver...
Beijinho a ti.


Missesfinge, nenhuma avó é asim tão má, e por vezes arranjamos melhores avós fora da familia..é o que tem de ser...
Beijinhos a ti...



 
Viva izeldinha, eu vou falar com o nosso nino e mandar ele à sua casinha dos poemas...
beijinhos doces para vc...



 
Milho verde, milho verde
Ai milho verde, milho verde
Ai milho verde, maçaroca.
À sombra do milho verde
Ai à sombra do milho verde
Ai namorei uma cachopa

Milho verde, milho verde
Ai milho verde, milho verde
Ai milho verde, miudinho
À sombra do milho verde
Ai à sombra do milho verde
Ai namorei um rapazinho

Mondadeiras do meu milho
Ai mondadeiras do meu milho
Ai mondai o meu milho bem
Não olhais para o caminho
Ai Não olhais para o caminho
Pois a merenda já lá vêm

O milho da nossa terra,
ai, o milho da nossa terra,
é tratado com carinho.
É a riqueza do povo,
ai, é a riqueza do povo,
é o pão dos pobrezinhos.



Ó Lau:
estou à espera das fotos de Luanda !



 
Ó Acácio, já nem me lembro onde as pus..com a nova versão do portugal mail, perdi muita coisa e continua a perder, só faço mesmo é merda...mas v ver v ver...
Mando emaisl em branco, recebo também em branco, esta coisa nemt em nada demais e so veio atrapalhar, ja ando nos rascunhos a ver o que não apaguei, arre...
Beijinho a ti e bigada pelos versos do milho e andei no luso, faz falta o tigre e o zeca paleca, mas...
E pelas coisas lindas que me mandas, amanhã ouço o do tenor e da lisa mineli, agora na posso que tenho de por alto e os vizinhos!...



 
Good morning my darling laurita
:)*

Entendo que tenhas mto orgulho na tua avozinha, e que nunca seja demais relembrá-la, eu preferiria tê-la ao alcance dum clicável com fiz.
jinhos



 
Pascoalita, é que alguns dos novos comentadores, ainda nem a tinham visto, os outros na se importam de a ver duas evzes e eu gosto de a ver por aqui...
God morning for you...



 
pronto! seja ...
Olalá, vovó laurinha!



 
Pascoalita, a vóvó laurinha tá a dizer ...; se tu és minha amiga és amiga dela tamém e ela de ti, idem, e muito....



 
Dizem que minha avó paterna gostava muito de mim. Infelizmente ue não tenho lembranças dela. Morreu muito cedo. Com a outra avó eu não sei classificar direito a nossa relação, mas esta tambem já se foi. Feliz é minha filha que tem todos os avós vivos e razoavelmente perto dela.
Beijos Laurinha.



 
Olá Alves, feliz é ela sim, ter os avós vivos é lindo. Um dia posto sobre o meu avô paterno do qual nem tenho o nome, mas, a vida é esquisita por vezes.~Beijinho a ti moço lindo.



 
Laura, isto é muito sério!!Uma lágrima corre no meu rosto..de saudade ? da magia das tuas palavras dedicadas á avó.. Lindo.. Diria, divino.. O cheiro do milho trouxe.me á memória a infancia... A foto das panelas de ferro, ai Laura adoro aquelas panelas, há anos que corro a ver se arranjo uma para um trabalho que tenho em mente.. a melhor sopa de ervilhas que comi, era feita numa panela de ferro. Um beijinho ell



 
Ó meu bichinho de conta, claro que eu não desatei a chorar ali porque me contive, mas quem dera que estivesses lá para sentir o cheiro do milho, tal e qual ao da avózinha, (faleceu com 93 anos) e aind alia cosia uma bolsito do avental, fazia comidinha e conversava sentadinha na varanda e andava por toda a casa e lá fora...

Os potes encontram-se nas feiras semanais, aqui em Braga parece que há, se quiseres compri-te um e mando-te pelos colegas do teu amor...vou à procura do tal machado... ehhhhh



 
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