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segunda-feira, setembro 10, 2007 A cadeira do Júlio...Sim, é apenas uma cadeira de praia, tenho-a já há imensos anos. Era do Júlio o meu amigo de Pretória (África do Sul), éramos amigos a mulher a Ester e a filha Mafalda, ela tinha uma irmã que era minha vizinha, morávamos no mesmo prédio na rua dos Pombeiros e António Enes ,e o filho deles o João, costumava passar férias na casa da tia, brincávamos com o resto do grupo que morava todo ali, o João pequeno, o Luis, a Lígia essa ainda era pequenita, mas corria atrás de nós...o Luis de cima a mana dele a Lurdinhas o Inácio, e corríamos aquilo acima e abaixo, boas recordações, e o João e eu como morávamos lado a lado e as varandas também, quando estávamos em casa, falávamos nas varandas, ficávamos ali até ser tarde,sentados nas respectivas pedras do balcão. Depois nunca mais nos vimos. Um dia em Pretória na casa da Côca e béco, estavam lá uns amigos o casal Ester e Júlio, que me disseram que se lembravam de mim de Luanda, pois o João falava imenso em mim, e assim nos conhecemos melhor.Ele era colega do meu pai. Passado pouco tempo ele adoeceu foi internado e era leucemia. Conseguiu safar-se para alegria de todos. Mas, passados meses voltou tudo de novo, e lá ficou internado mais uma vez... Ia a casa deles muitas vezes e juntávamo-nos na Côca muitas vezes também. Os meus filhos adoravam o Júlio e a Ester, era um amor maravilhoso. Como a Ester não conduzia, ia eu levá-la ao hospital todos os dias de manhã e às 14 ia buscar a filha a casa e levá-la ao pai, só podíamos vê-lo do lado de fora da janela e com máscara. a Neide rezava, pedia que jesus deixasse ficar o amigo (57 anos) mas não foi possível. Soubemos da sua morte pelo telefone. Foi a Neide que atendeu, tinha apenas dois anitos,(como eu não ouvia os filhos é que atendiam o telefone) e dizia entre soluços, o Júlio morreu. Foi uma tristeza,chorávamos os 3 o Nuno tinha o quarto dele com quadros do Mickey da Margarida e do Pato Donald, tudo feito pelo Júlio... a Neide foi buscar o bloco dela e foi para a mesa da sala de visitas e fez muitos e e e e e e e coraçõezinhos pelo meio, encheu aquilo dos dois lados e foi dar-me para dar à Ester, perguntei o que tinha escrito, diz ela a soluçar; beijinhos para a Ester e a Mafalda, e que, e que , e que, soluçava mas continuava a querer dizer e lá acabou, e que, o Júlio esteja bem. A Ester passado um mês foi para o Canadá (quem me dera saber noticias dela) e deixou-nos a cadeira de praia do Júlio, era a preferida dele, aos quadrados amarelos e brancos, linda, elegante. Tenho-a na varanda e sento-me muitas vezes lá ao anoitecer enquanto faço meus colóquios com Deus... E muitas vezes reparo na cadeira como se ela me pudesse trazer a presença querida do meu amigo...E, para mim não é apenas uma cadeira, é a cadeira do Júlio...
Comments:
Lady Laura
Cumprimentos antes de mais, Bom se uma cadeira dá para uma estória destas, então veja se o Julio lhe deixasse duas cadeiras. certamente que os coloquios com a entidade divina teriam sempre resposta. Um bjs com sabor á estrela polar, se me é permitido.
Olá Adriano, Deixou mais que a cadeira sim...os quadros dos filhos feitos por ele, um macramé para uma planta, lindissimo, feito por ele e eu amava aquele homem com H grande, Bom e leal amigo e cheio de amor no coração.Não houve dia que não o fosse ver, só se não conseguisse, e quantas vezes a neide tão pequenita com dois aninhos, adormecia atrás no carro, por andarmos sempre de cá para lá. Não me queixo, antes pelo contrário que bom que pude ser útil à minha maneira. Foi muito sofrimento também para nós, porque quando ele saiu do hospital, passados meses encontrei-o na rua com um cabelo grande, (tinha perdido tudo com a quimioterapia) e fui capaz de o agarrar pelos cabelos no meio da rua e abara a ver se eram dele e lembro-me de dizer..ó Julio mas é o teu cabelo? e puxava-o ele assentia todo feliz e eu continuava e quem passava nem entendia o que estavamos ali a fazer no meio da rua e eu a agarrar o homem pelos cabelos, linda lembrança. Nems ei d amulher,s e ainda é viva, se já não, e nem tenho quem me dê novas dela...
Os meus colóquioos com a Entidade Divina costumam ser lindos, Ele responde sempre, demora mas tudo se resolve. Uau, como saberá um beijo desses? a estrela Polar? pois vamos lá ver se é tão polar também... Jinho a si.
Olá gatinha linda. Está pois, está, o amor não acaba assim..antes pelo contrário, continuará através dos tempos e através da própria vida.
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Beijinho doce a ti...que lindo a tua veneza na hora de ponta, isso ninguém mostra... << Home |