A minha Poesia em pps
Formatado por Zélia Nicolodi, Vitor Campos e Estrelinha d'Alva
(clicar na Imagem)

















Quero Alguém


O meu tecer de Esperanças!...


Já escalei a minha montanha!...


Amar-te-ei Sempre!...


Não te vás nunca!...


Não foi o ocaso


sábado, setembro 08, 2007

 

Ai que saudades meu Deus!...




Dezassete anitos, dezessete só, ora contem lá pelos dedos, para saberem e verem a diferença entre mais uns 38 anos em cima. A foto como foi aumentada ficou a modos de amarelada e às cores, mas nem interessa, interessa que foi em Serpa Pinto, Angola e onde quebrei corações, onde foram pedir a minha mão, mais que uma vez... ao Óscar meu pai adoptivo e onde muito me ri por ser capaz de dar cabo deles ehhhhh..coisa que agora por mais que quisesse, nunca conseguiria, é que os anos passando, transformam a mais linda das ninas.
Durante o meio ano que lá estive na casa dos meus paizinhos adoptivos. Vivíamos no mato, mato mesmo, mas com um grande largo e algumas casas, um hospital,escola, oficina, não era longe do centro da cidade, apenas uma meia hora de carro.

Eu amei viver ali, amei cada instante que vivi naquela terra.
à parte da natureza que nos envolvia e que me aprisionava os sentidos, longos kilómetros de arvoredo, o rio Cuando, onde tomei as mais belas banhocas da vida, em rios de lama quando as tempestades tropicais desabavam e ficávamos sem água em casa, então deixavamo-nos ir por ali abaixo a escorregar até cairmos na água suja, lamacenta (eram os nossos banhos de lama e de beleza.)

Vivi com a raça bosquimane, e fiz muitas amizades entre eles, apesar de serem ainda incultos na altura, nos anos 68, e ainda vinham da mata e para lá tornavam por não gostarem de viver como nós.
Ajudei a fazer roupas de vestidos usados que a Cáritas nos dava, eu cortava arranjava, cosia à máquina que sabia costurar lindamente naquela idade... e a minha ajudante a mãe adptiva a Irene e outra amiga nossa a Guilhermina, cosiam as bainhas à mão, enfim, muitas meninas vestimos com cores lindas e elas sentiam-se felizes, pois nunca tinham tido nada feito para elas (na altura, claro.)

(voltei a retocar, faltava escrever isto!)
Tínhamos o nosso Hospital, uma grande sala com camas limpas, e apenas um enfermeiro, que coitado, volta e meia estava na lua com o que bebia, fui muitas vezes ajudar nos tratamentos, e raro era o dia que não íamos lá visitar os doentes.
Também comia a farinha de milho feita por eles, num panelão enorme onde as moscas entravam sem ser convidadas, mas, o que não mata ,engorda.
Tinha um camaleão a quem dei o nome de Pedro, e andava no meu ombro ou subia para a minha cabeça, quando me dava, levava-o ao pé do caldeirão da farinha de milho e como entornava, as moscas estavam ali ás centenas e ele só tinha de esticar a lingua bem linguaruda dele, e consolava-se...

Andava por ali na bicicleta que o Hedler um alemão que trabalhava lá na oficina, me emprestava, e por vezes na mini Honda dele, ali aprendi a andar de mota, a meter as desgraçadas das mudanças, que ao principio mal o fazia, ehhhhh, e foi ali que dei as minhas primeiras aulas de condução pela mão do Óscar, mas que paciência a dele e que medo o meu, mas lá levei o Land Rover por ali fora, vá que não havia mais carros e a estrada era toda nossa. Ainda cheguei a levar o tractor, mas acompanhada. Sempre tive vontade de tudo aprender, e é por isso que digo, ser surda de nada me impede, apenas de telefonar, de resto faço tudo o que os outros fazem...

Foi lá que vi as primeiras manadas de gado selvagem e vi pela primeira vez milhares de cavalos que viviam em estado selvagem, e onde o homem nem podia penetrar naquela mata cerrada e onde nem estradas havia. Fomos de avioneta com amigos nossos.
Havia elefantes, rinocerontes de grande porte, girafas, zebras, enfim, um sem fim de animais que apenas tinha visto em cativeiro.
Belissima a paisagem que se vê do ar, as copas das árvores e o habitat deles. Sinto-me priveligiada por ter de tudo isso. Há quem vive em África, apenas na Cidade. Nunca pisaram a mata com medo dos ataques que aconteciam quando alguém se aventurava por lá, ali sentíamo-nos bem, até os bosquímanes nos protegiam, aquela raça de homens pequeninos magrinhos e leais, muito leais e valentes...
Assisti ao nascimento de um bebé, numa cabana feita de folhas e de arbustos, era lindo, tenho uma foto com ele e ainda estava preso pelo cordão umbilical.
Sou grata por ter essas experiências fantásticas que tive e as devo ao casal amado Òscar e Irene, a Côca e o béquinho respectivemente...
Deixem lá, mas hoje deu-me para este recordar e matar saudades...







Comments:
Que coisa linda, por um momento levaste-me aos lugares mais lindos que conheci não fui de bicicleta fui com a alma, sentei-me e admirei tudo o que me mostraste e dou graças a Deus.
Um grande abraço



 
Lady Laura

Muito bem ..


Quero dizer que aceito o repto para a dança, nem que seja uma salsa, ou a que entender e quanto ao bacalhau, já lhe chegou a receita.


Um bjs e um abraço.



 
Ó Tiliazinha então?
Ah como seria bom sentarmo-nos a conversar e que bem nos faria...
A verdade é só uma. África é inigualável e está tudo dito, pode estar velha, destruida, abandonada, ams dentro de mim viverá sempre até aos confins, e claro, mal vá para o outro lado, procurá-la-ei ávida de a ver, de a cheirar e sentir...
Nãos ei se leste o poema que fiz para quando morrer (eu)

Quando eu morrer....
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Quando eu morrer, por favor
Não me enterrem..
Dêem-me ao fogo ardente
Que arde sem queimar
meu corpo, incandescente....

Quando eu morrer, por favor..
Não me enterrem
Peço-vos filhos queridos
E aos meus amigos....
Deixem que arda até ser pó,
depois repartam ao meio...

Deitem metade na terra que me recebeu
em seu seio!! (Valença)
E a outra metade, levem-na
Ou peçam a qualquer viandante
Que vá para a minha terra distante.. (Luanda)
E me espalhem, sobre a terra, sobre o mar...
Pois foste tu, Luanda
A única terra que mais profundamente
Me soube amar!!

Beijinho para ti linda Tilia...



 
Olá adriano, salsa só a do jardim... é que nunca dancei uma salsa a não ser de faca e na tábua...
Mas vamos esperar para não precisares de gritar ao meu ouvido, ou então teria que me afastar um metro para te entender..ehhhh. haja calma mas a dança está prometida e Deus sabe quando será...

Agora a receita do bacalhau ainda não chegou laura_vieira@portugalmail.com
e calhar o desgraçado ainda não estava bem afogado e vai daí..lançou-se ao mar de novo.
mas eu espero pela rica receita.

Beijinho moço (mais moço ou menos moço que mais faz? és um bom moço e pronto)e que bom conhecer-te...



 
gracias Laura por tus lindos saludos en Luso
un buen fin de semana
besitos



 
Hola, freyja.
Gracias a ti por vires visitar-me a mio blog.
Costumo ler-te no luso.
Falta ali o sandokan e o zeca paleca.
Sentimos a falta deles, mas...
Besitos para ti.



 
Ora vejam só ... uma moçoila destas meio "selvagem" era capaz de afugentar qtos pretendentes se aproximassem heheheh

O casal "Côca e Bequinho" é que deviam gostar de ler este texto.

Talvez imprima e um dia destes passe lá por casa e usufrua da sua companhia.
A vida é assim, agora sou eu que posso tê-los aos bocadinhos e nem sempre aproveito.
jonhos



 
É verdade pascoalita, e muitos ninos foram pedir a minha mão ao béquinho, ele chegava a casa e dizia; anda cá. Tenho ouvido dizer que andas por aí a incendiar corações... e eu muito aparvalhada..o fulano de tal foi ter comigo e pediu-me a tua mão, embora a minha vontade fosse dar-lhe com o meu pé no traseiro..(o moço tinha cabelos compridos e ele detestava na época e ainda hoje não gosta...) e continuou também falou comigo o furriel Fonseca, andou-me a rondar a ver se já me tinhas falado dele, e um dia de manhãzinha, depois de a minha Côca ir abri a janela do quarto e me dar o jinho de bons dias, fazia isso sempre tadinha, sentava-se na minha cama e falavamos do que iamos fazer nesse dia, era tão bom aquilo, depois veio o béquinho e diz (de mãos atrás das costas; tenho aqui uma visita para ti, e sai d lá com uma barata na mão a fazer de conta que era o alferes Barata outro pretendente, esse de tanto me olhar quando ia para o restaurante foi risada no meio da rua, ele subia as escadas e de tanto me olhar enquanto subia, tropeçou e caiu de bruços, claro que na altura deu riso, agora não ehhhhh..E no baile do quartel os nossos amigos do exército os mais altos pediram licença para dançar com a filha do amigo ehhhhh, mas eram gente boa e fixe, e dois deles o tal do alferes barata e o furriel Fonseca ainda se pegaram (lá fora)e queres ver que fiquei de mão na mão de cada um e cada um puxava para si (com delicadeza, parecia um troféu a ser disputado) mas que lembranças lindas para os meus 17 18 anos...

Eu bem te digo, vai lá de vez em quando, vale sempre a pena ir aos meus Paizinhos. Acredita que tinha programado ir lá passar uns dias, sózinha, as minhas férias que ando a pedir de ir para onde me apetecer sem ter a caravana familiar atrás ehhh, mas ainda não é desta...
Bons tempos ó nina, e que tempos onde naquela idade tudo é belo...



 
Juventude em pleno!
Talvez custe mais envelhecer quando se teve uma grande juventude :)



 
Olá Alkinha, envelhecer custa sempre, acho eu, não que me faça perder o sono, mas há-de haver muita gente que tem saudade dos tempos passados...
Tive uma bela juventude, e era feliz, feliz mesmo, pois sempre tive as amigas e os amigos, aos montes ehhhhh
sempre conheci pessoas a quem fiquei ligada por simpatia ou amizade ou de vista apenas.
E para mim viver feliz não se resume a viver com muito, mas em paz! Paz no lar,sem gritos sem zangas e mau ambiente. Ter o suficiente para viver, chega-me, claro que nunca é demais, mas já nem aspiro ter muito e sim muita paz e é bom ver que meus filhos embora o claudio não nascesse de mim, se dão muitíssimo bem entre eles, dá gosto vê-los a falar, já adultos e sempre educados e com maneiras. Que bom, por isso digo que tudo valeu a pena, as dores as faltas que houve por tantas vezes de alguns bens, mas nada fez com que se tornassem piores.
E sim tive uma bela vida em jovem, olhando para quela carinha de menina simples, na foto..pois parabéns à laurinha ehhhhh, que não há outra igual no mundo!...
Beijinhos a ti moça linda...



 
Tu não fazes idéia de como é gostoso ler essas suas memórias. Emocionam, fazem sorrir, distribuem variadas emoções. Beijos pra você.
Heartbreak woman.



 
Oi Alves, mas que bom que podemos ter memórias queridas e saudosas.
Nem todos podem falar assim. E tem quem me diz que não tem lembranças da juventude, ou porque foi passada a trabalhar no duro,(eu trabalhei sempre mas tinha os meus cadinhos também...)ou porque casaram cedo vieram os filhos e... Que bom que casei tarde e tive tempo para tudo ehhh. Estes recordares tão sinceros e autênticos, que bem me sabe lembrar.
Que bom que gostas ó meu amigo Alves, mais amigo agora que a minha amiga já falou contigo e contou coisas de cá e daí ehhhh. Bem pelo menos não disse o que eu nem sabia, eu conhecia a ti só aqui, mas imaginava-te o cara legal prestável e querido que tu és...Assim Fico feliz por te conhecer.Beijinho a ti e à família querida e que belas fotos da nina a experimentar o vestidinho...
Abração enorme da laura.



 
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