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quarta-feira, dezembro 31, 2008 Eterno porvir !...
Eterno porvir !...
![]() Como será o porvir Dos dias que virão Já que hoje Sinto tanta mágoa No coração Tanta mágoa E solidão !... O porvir Está no segredo dos Deuses É um silêncio dos céus Assim escusamos De sofrer sem tempo Pelo tempo que depois Sofreremos !... Porque das mágoas Nunca nos livraremos Nunca seremos capazes De ter um viver sereno Nem esta vida não foi feita Para viver em harmonia Nem disso há garantia!... O porvir, ai o porvir Que venha o futuro Que traga no sentir A alegria de amar O encanto de viver Com que possa escutar Meu coração bater !... E entretanto Vou idealizando Sonhando sem pranto E sem quimeras Tentando descortinar O que será o meu amanhã Quando acordar !... Entretanto vou prá caminha ver tv e tentar esquecer as mais belas passagens de ano que vivi... é o tempo faz-nos voltar ao passado quando o presente se mostra tão rude de afectos e compreensão!... Boas entradas para ti laurinha e, algures pelo espaço Sideral há Anjos e Arcanjos a brindar contigo. Brindemos pois meus queridos amigos! ao novo 2009... A foto dos cisnes foi-me enviada pela minha amiga Girassol, e tirada por ela no jardim das Caldas que conheço muito bem! onde tem o Museu. Está lindo o momento captado. Obrigada amiga!... ![]() ![]() ![]() terça-feira, dezembro 30, 2008 Tantos sóis, tantas luas !...Tantos sóis Tantas luas Que passaram E meus dias iluminaram E minhas noites De trevas profanaram!... Tantos sóis Nas alvoradas Tantas luas Tantas dores Misturadas Com amores e desamores !...
Tantas ruas e noitadas Iluminadas Bastava-me apenas Sentir que a chama existia E que não me abandonaria No quebranto das madrugadas !...
Tantas luas Tantos caminhos De todo desconhecidos Que surgiam pelas horas Em que as sombras abundavam E no meu ser se refugiavam !...
Tantas luas Tantos sóis Tantos lenços a acenar Tantas vidas a partir Tão poucas horas de amor Que se tornaram desamor !... Tantas luas Tantos sóis Tanta dor E raiva contida Por não chegar a ter vida E não me sentir viva !...
Tantas luas Tantos sóis Tantas horas sem faróis Tantos momentos sofridos Tantas horas perdidas Que não chegaram a nada !...
E é por isso que minha alma Só vive nas madrugadas Das luas prateadas Que mantém as ruas do meu viver De todo Iluminadas !... ![]() ![]() ![]() segunda-feira, dezembro 29, 2008 Ai as guerras Senhor!...
Dá-lhes Pai !...
Apenas um pouco ![]() Um pouco mais Senhor Um pouco de amor Apenas Dentro de cada um Para que parem E cada um possa olhar Para dentro de si E ver Que as carnificinas Que cometem São a pena mais dolorosa Que terão de pagar Amanhã Quando suas almas Mais uma vez, regressarem Ao ponto de partida! E quando olharem à sua volta E puderem ver Com olhos de ver Que não era essa a finalidade ![]() Da vida de cada um Porque esqueceram O mais importante Esqueceram que o ódio E o desamor Os levariam pelos caminhos Da dor E não aprendem ao ver O resultado das suas más escolhas E não param para pensar Que alguém vai ter de pagar A destruição do mundo E dos seres Que vieram unicamente Para se perdoar E de novo, amar!... Que os novos Lideres vão olhando para o mundo com olhos de ver!... Já não é sem tempo e nada do que têm feito até aqui resultou e assim; mudem de táctica e usem o amor em vez de armas, quem sabe, resultaria!... Sei que as raças atrasadas dos tempos Biblicos demoram a aprender o que é o amor, mas, se lhes ensinassem; quem sabe!... ![]() ![]() ![]() sábado, dezembro 27, 2008 Flores para uma querida Lady!... A D. Alice.Ora bem, ai vem mais uma histórinha da minha vida ou seja, em agradecimento a uma querida Lady, a D. Alice a senhora que trabalhava no Banco Nacional Ultramarino! Tinhamos acabado de chegar a Braga vindos de Pretória. África do Sul. Os meus conhecimentos aqui era poucos, uma vez que nas minhas férias quase anuais, fazia as minhas compras aqui enquanto ficava na casa dos meus avós em Covêlo depois da Barragem da Venda Nova! Ora não se esqueçam que gente surda precisa de criar empatia com as pessoas que vão fazer parte do seu dia a dia, ou seja; surdos gostam de ficar sempre pelos mesmos lugares, e assim vão conhecendo o homem da mercearia, a senhora da lavandaria, o talhante, etc etc supermercados e por ai fora!Senão teriamos de desfiar o rosário ou mudar de disco todas as vezes que fossemos a algum lugar e falassem connosco e não entendessemos... Como o manel trabalhava fora de Braga teria de ser a nina laura a ir tratar das coisas ao Banco! Primeiro a medo, depois fui ganhando confiança com a D. Alice (deixem-me dizer que era a funcionária mais linda do Banco) a senhora devia andar pelos seus quarentas , eu ia nos meus 36 quase, e bem, fazendo falta lá ia ao banco e quants vezes a rezar plo caminho para que a dita senhora estivesse no seu posto de trabalho para me ajudar! E pasme-se, por obra e arte de nem sei quem (ah, sei pois mas nem digo!) ela estava quase sempre lá e mal me avistava vinha ter comigo e expressava-se tão bem que eu entendia tudinho. Há pessoas que abrem demais a boca, há outras que a fecham demais, outras têm dentes tortos e tudo isso influi na forma de entendermos a leitura labial! Bem, como ia dizendo, o que eu não entendia ela explicava direitinho e chegava a escrever numa folha se eu não entendesse a coisa a preceito! Os anos passaram, o Banco fechou ou saiu dali, e a dona Alice nunca mais. Houve uma vez ou duas que a encontrei, abraçamo-nos, e falamos dos filhos, as ninas dela, duas, a acabarem os cursos e os meus ainda a ir para a Universidade. Muitas vezes me lembrei dela ao longo da vida e seu rosto e sua bondade permaneciam na minha memória! Eis que na semana anterior ao natal, andava à procura dos paus de canela no Supermercado e vejo-a acompanhada do marido, e sempre linda, elegante, apesar dos anos que já se passaram (20) Abraçamo-nos emocionadas, falamos dos filhos de novo e antes ainda lhe perguntei se ainda se lembrava de mim! Então não hei-de lembrar a senhora tão querida e simpática dizia ela e eu, idem... O marido sorria compassivo entre curioso pela minha voz, decerto, mas era uma simpatia também, até que ela diz; mas a senhora sempre ouviu um bocadinho? e eu? Um bocadinho? que bom se assim fosse... Nada D. Alice, não ouço nadinha. Então como me entende tão bem? Porque leio nos seus lábios! E já agora D. Alice (ainda bem que consegui dizer isto) Muito obrigada e que Deus a Abençoe por toda a ajuda que me dava no Banco. Quando cheguei a Braga ainda vinha aflitinha pois não conhecia ninguém na cidade e quando ia ao Banco ia pelo caminho a pedir a Deus que a tivesse sempre lá para me atender, porque a senhora me ajudava em tudo e era sempre de uma bondade incrível para comigo. Abraçamo-nos emocionadas e choramos as duas e desta vez deixei que meu pranto corresse, por ver que há mais Seres de sentimentos nobres por este mundo fora!... ![]() ![]() ![]() quarta-feira, dezembro 24, 2008 Madrugadas de amor !...São todas nossas As madrugadas passadas Entre as brumas e o luar E já nada fazemos Para disfarçar O amor que dia a dia Se está a agigantar E já nada nem ninguém Nos conseguirá Afastar !...
É nas madrugadas Ao pé do mar Que te espero Com a alma em desespero Corres para mim Fazes-me em teu corpo Resvalar Me inebrias de desejos mil E eu quase que fico, senil !...
Senil De tantas loucuras Que me fazes desejar De tanto amor e ternura Que em ti Vim encontrar E sei e sinto Que desta maneira Nunca nos iremos perder Nem jamais nos iremos afastar !...
Porque temos de procurar Nas madrugadas O abrigo para o nosso amor ? Porque não nos custa nada Fingir durante o dia Que amamos outros seres Se sabemos que naquelas horas Nossas almas de amor se inebriam Nossos corpos gritam de êxtase E nos iremos sempre pertencer !..
Ah, bendito seja o amor Que nos chega De qualquer maneira Junto da lua prazenteira Pois quando não se pode Amar à luz do dia E se o amor porfia Só há uma coisa a fazer É entregarmo-nos ao prazer Que o amor nos vem oferecer !...
Já sabemos que seremos Escravos da noite Que teremos de fingir Eternamente Que não temos coração Nem mente E que doa a quem doer Custe o que custar Passe o tempo que passar Sempre nos iremos ter!...
E no silêncio de nossas almas Em paz, iremos viver !... Porque a vida é feita de sonhos de amor E é neles que passo a vida, a reviver !... ![]() ![]() ![]() terça-feira, dezembro 23, 2008 Que nasça dentro de cada um!...Que nasça dentro de cada um, a semente que já foi lançada à terra há milénios! Que cresça no coração de todos a seiva fecundante que transforme este mundo errante, deturpado, esfacelado, num lar para todo o viandante cansado, magoado, odiado por uns e por outros, que não encontra o caminho para o LAR ... Todos sabemos como é bom regressar ao lar quando o dia finda e a noite nasce. Mas, nem todos têm o sagrado poiso onde se abrigar das intempéries que nos assolam o dia a dia. Como sou grata quando repouso minha cabeça na almofada e como penso em todos aqueles que não sabem sequer o que é ter uma almofada, uma cama, uma mesa, refeições limpas e saborosas para se alimentar! Ah, como eu peço todos os dias para que todos possam ter um lar, toda a familia deveria viver num lar apenas seu e dos seus! Ninguém devia viver na rua, no frio e no medo. Não, isso não pode estar a acontecer neste século. Não pode! É inconcebivel que nos dias de hoje ainda haja pessoas que são como nós, filhas do mesmo Pai, e estejam nas ruas a sofrer, a morrer dia a dia sem ter que vestir que comer! Por melhores que possamos ser, já mostramos que não somos capazes de cumprir a Lei do amor! Porque deixamos que isso aconteça. Porque permitimos que haja quem os magoe, os abandone, os expulse como se leprosos foram! E eles são apenas nossos irmãos que tratamos como se foram salteadores. E se salteadores são, é porque não tiveram um lar, nem pão, nem educação!... E nós que tivemos tudo isso de mão beijada, nem por eles, somos capazes de fazer nada!... Que o Novo Ano lance a nova semente, e que não caia em solo errante, mas sim que a Divina seiva o trasnforme no mais belo solo fecundante e que as flores do AMOR sejam polinizadas e multiplicadas, e delas se tirem para toda a humanidade, a Paz, a compreensão e a tolerância. Que o novo mundo que vai nascer, traga com ele e para todos, a abundância!... ![]() ![]() ![]() A MIssa do Galo!...![]() Lembro-me que quando viviamos no Entroncamento, os pais levavam-nos à Missa do Galo. Depois começamos a ir com os vizinhos, e com o tempo, foram-se acabando. Aqui sim, sabia bem aquele caminhar sobre o frio e por vezes na pouca neve que caía em flocos de seda. Mas isso foi há muito tempo, tanto que quase já nem lembrava que também tive dessas regalias!... E quando iamos aos Avós, raramente ficavamos em casa nessa noite, pois há meia noite estávamos na rua a subir aquela ladeira que nos levava à Igreja ainda hoje tão linda!... Tive pois, as regalias, as lembranças ficam retidas num qualquer cantinho da alma, e damos por nós a puxar por elas, a tentar esvaziar o cantinho, qual sótão cheio de coisas velhas. Velhas, mas boas! Costumo fazer dessas arrumações nos períodos de solidão. E encontro sempre algo que se vai avivando cá por dentro e, quase, quase que reconstruo aqueles momentos, e hoje foi mais um deles. Porque não mais voltamos a essa tradição milenar? Ah, já sei, é o frio e o bem estar, é querer ficar no conforto do lar, não apanhar frio que da janela vê-se muito bem os elementos a cair, as pessoas a passar!... E de cima dos apartamentos custa a descer, a ter de esperar pelo elevador ou descer muitos degraus e assim!... Perdemos as melhores coisas da vida, pois as noites da Missa do Galo, são as melhores lembranças que tenho, da minha meninice e mais tarde em Luanda, iamos à Missão de S. Paulo, mas era calor, muito calor e nem custava nada andar nas ruas a essa hora!... Quem dos blogues vai assistir à Missa do Galo? Haja belas recordações para enfeitar mais um Natal... e das mesas cheias de tudo, que se punham de novo ao fim do jantar, cheias de iguarias e se traziam os amigos menos afortunados para connosco passar uns momentos de convivio e encher o estomago de algo sólido para que a caminhada até suas casas, fosse mais aconchegada!... E hoje já nem à Missa vou. Tornou-se tudo uma hipocrisía, e ainda nos pedem o envelope com o que pudermos dar. Como se hoje em dia todos pudessem dar!... E raramente esses donativos vão para ajudar os mais pobres, e sim para a compra de mais um belo BMW ou Mercedes. Nanja que alguns padres não brincam em serviço!... Nem ajudam os que precisam, e ainda têm lata para pedir, sabendo que muitos nem podem dar!... ![]() ![]() ![]() domingo, dezembro 21, 2008 O meu pinheiro !...
O meu pinheiro !...
![]() O meu pinheiro Feito de restos reciclados E ornado de falso azevinho Umas estrelas cadentes Uns sinos que não tangem Bolas de cores mil Para alegrar esta quadra Que de tão pobre que anda Parece a mais desgraçada !... ![]() Muitos andam lá nas compras De sorrisos prazenteiros Presenteiam a todos Que têm mais do que eles E esquecem aqueles Que não têm nada de seu Nem lar, nem pão, nem amor Mas quem se importa com eles E para onde foi o amor? ![]() O amor agora parece Que só vive na casa dos ricos Já que o pobre fenece De fome De frio E saudade Dos tempos em que havia algum E se conseguia viver Com dignidade !... ![]() Ah, meus Irmãos Meus amigos desprezados Como gostaria de muito ter E poder ajudar-vos Mas quem sou eu Se para mim pouco tenho E o que me sobra É apenas amor Ah se eu pudesse, com ele Acabar com a vossa dor !... Que Deus dê a todos, o amparo, que nada falte no lar de cada um, e, que haja irmãos de amor que possam doar muito do que lhes sobra para acabar de vez, com tão grande dor, que é a falta de um lar, a falta do pão e a falta tão grande que há de AMOR!... ![]() ![]() ![]() sexta-feira, dezembro 19, 2008 O Roderick perguntou; como e quando fiquei surda!...![]() Respondi que com 6 anos, e que sinto que a minha voz não é feiosa de todo, que nem todos se apercebem que sou surda, bebo as palavras da boca dos outros... Falei-lhe do marido da Fernandinha a cabeleireira, me perguntar se eu ouvia a minha voz, por falar bem sem estar sempre a gritar... e ele, o roderick, fez uma história linda que vale um conto de Natal!... Leiam pois, é verdade o que aqui está, só lhe falta acrescentar um personagem que não pode faltar aqui, mas, ele prometeu que seria o próximo conto com os dados que lhe dei e assim; aguardemos pelo segundo volume! Não havia muito que fazer. Não tinha nada para ouvir, já que não ouvia desde os seus seis anos. Saudades do chilrear dos pássaros, do barulho do vento nos ouvidos do riso de uma criança, de uma canção de amor. Ainda se recordava vagamente como era. Não tinha muito que fazer. Foi visitar seus amigos do Cabeleireiro e em jeito de conversa, disse-lhes que resolveu escrever. Escrever uma carta ao Pai Natal. Àquele velho barbudo, de ar bonacheirão. Será que ele com aquela idade toda não seria, também, um pouco surdo? Não! Não lhe iria perguntar isso! Pelo menos na primeira carta. Nunca tinha escrito uma carta ao Pai Natal. Era a primeira vez. Quase a entrar na terceira década dos "entas" e só agora tomava a coragem. Mas era para uma causa nobre. Queria voltar a ouvir. Queria ouvir o som da voz dos seus queridos filhos. Queria ouvir o seu próprio som! Da sua boca. Dos membros do seu corpo. Se as mãos fazia algum barulho engraçado quando as mexia. Se fazia barulho quando arrastava os pés, quando estava indolente e preguiçosa, de chinelos, em sua casa! Queria ouvir o seu sotaque. Sotaque esse que enganava muita gente que pensava que ela era estrangeira. Professor de português nunca pensou nisso de certeza! Há imensos sotaques em Portugal, no Brasil, Angola, Moçambique, na diáspora portuguesa, mas... sotaque de surdo português nunca um professor de língua portuguesa teria adivinhado tal! Pois é! Até os eruditos teriam a aprender muito com ela! Com o seu mundo de silêncios, mas ao mesmo tempo cheio de cor, de vida,de luz, de ânsia de viver! Mas era capaz de trocar tudo isso para estar cinco minutos a ouvir os sons da natureza! Ou pelo menos da Natureza, sangue de si. Seus filhos! - Querido Pai Natal... O que escrevo? - Pergunta-se ela! - Como o pedirei? Nesses momentos uma pessoa bloqueia! Perdida em imaginações mil, sentiu uma mão tocar-lhe no ombro. Virou-se e saiu da abstracção que se encontrava! Era o Delfino, marido da Fernandinha. A Cabeleireira, dona o Salão onde se encontrava. Por debaixo de sua casa. Se não fosse a surdez, poderia jurar que muitas vezes, quando descansava à tardinha, ouvia o barulho das tesouras a cortar grandes mechas de cabelo às senhoras pinocas! Mas se nem sabia qual o barulho da tesoura a cortar! Já não se recordava! Seria idêntico ao barulho de um motor de automóvel? - Desculpe, Laurinha. Mas, gostava de lhe perguntar uma coisa! - Sim, Delfino? - Enquanto está aí a tentar escrever a tal carta, apercebi-me que falava o que pretendia escrever! - E...? - E então, perguntei para as minhas tesouras, será que a Laurinha ouve a voz dela? Naquele momento, Laura, podia jurar que conseguiu ouvir um pouco da gargalhada que deu. - Delfino! Moço tão inteligente não faz essa pergunta! Então se eu ouvisse a minha voz, também ouvia a sua!!! - Sim, claro! Que tontice a minha! Esta foi engraçadíssima. Pensou Laurinha, virando-se novamente para a carta. E começou a carta. - Querido Pai Natal. Gostava de te pedir a minha audição de volta. Se vivesses no meu bairro percebias o que quero dizer. Tenho amigos e vizinhos tão engraçados, que gostava de ouvir as suas piadas e graças! Mas principalmente... gostava de ouvir o barulho que faz o amor, que têm por mim. Obrigado, Pai Natal. Sei que vais ser um velhinho compreensivo e trazer-me de volta aquilo que eu perdi, enquanto criança! Beijos, Pai Natal E já agora! Para o ano, quando desceres a chaminé... não faças muito barulho, senão arriscas-te a acordar-me! ;-) FELIZ NATAL. (PS. o Pai Natal disse-me que ia sornar sobre a carta e depois me daria a resposta... mas, pelo ar que ele tem, parece que vai demorar a responder !) ![]() ![]() ![]() Eu vi um Anjo !...
Eu vi um Anjo
Um Anjo de asas brancas De roupagens deslumbrantes Cabelos ondulantes Que esvoaçavam ao vento ![]() Por todo o firmamento !... Era um Anjo sim Podia ser um príncipe E se Rei fora Eu saberia Porque na cabeça Uma coroa teria !... Mas a cabeça nada a cobria Apenas uma cascata de louros cabelos E na mão Grande espada trazia Que ao sol tremeluzia E eu nem sei que Anjo seria !... Mas sei que era um Anjo Pois no seu olhar muito brilho havia E a bondade sentia-se No olhar que me consumia E eu queria olhá-lo nos olhos E de todo, não conseguia !... Era um Anjo Era um Anjo sim Era o Anjo da alegria Que trazia a sua espada Para matar a tristeza Que quase me consumia !... Era um Anjo sim O Anjo mais belo Que no céu havia !... ![]() ![]() ![]() quinta-feira, dezembro 18, 2008 Obrigada amigo! pela surpresa...Abri. Uma belissima garrafa com um boneco de neve em miniatura colado ao pescoço da dita garrafa! O arranjo que está na mesa foi fotografado de mau angulo e não lhe faz jus, não faz porque são proteas da África do Sul que a minha amiga Nôr me trouxe no sábado! Ela tem arbustos no jardim dela no Porto.(É uma amiga de longa data e falarei dela mais tarde ) e visto normalmente de cima, fica lindo e assim só se vê um bocado das flores. Reparem no neco, achei-lhe uma graça que nem o tiro nem o deixo tirar. Há-de ir prá mesa no jantar da Consoada! E hei-de beber à tua saúde e à minha também, meu amigo!...E à de todos os amigos que a diário se cruzam connosco nos blogues!Palavra de laurinha. Fico-te grata pela atenção e pela amizade, tão recente ainda, é certo, mas quando cá vieres como prometido, vais ver que nos vamos rir perdidos um com o outro!... Um Bom Natal, sei que não tens a casa pronta nessa altura, mas há muito onde consoar, e, se quiseres vir até cá, apesar de não ter uma mesa muito rica, nada falta de tradicional! Assim; entra e sê bem vindo ao meu lar onde há amor em profusão, e paz, muita paz !... ![]() ![]() ![]() quarta-feira, dezembro 17, 2008 Saudade Natalícia ...![]() É saudade o que fica Nestes Natais Que vão passando E de nossos olhos Lágrimas vão rolando E quantos mais passam Maiores as saudades Vão ficando !... ![]() É o lugar do pai Que falta à mesa Para connosco jogar E aos pinhões, trapacear E para nos encantar Com histórias reais Dele e dos seus Natais Tão tristes, sem pais !... ![]() Faltam também os avós Que nunca nos deixavam a sós Junto do lume crepitante Que brilhava incandescente Nas chamas que subiam Para aquecer os Anjos Que nessa noite Desciam !... ![]() E os irmãos mai’la lembrança Que temos Das tardes percorridas P’los montes à cata de pinhas Para que a lareira Pudesse aquecer mais E que felizes e contentes estávamos Ao pé dos nossos pais !... ![]() E a saudade das tias? Que já se foram também Onde vamos agora sozinhos Apanhar o azevinho E trazer dentro dos alforges O musgo tão verdinho Para alegrar e honrar No Presépio … o Deus Menino !... ![]() ![]() ![]() terça-feira, dezembro 16, 2008 Bebamos à nossa, Xistosa!...Ora ai vai, uma Cuca geladinha para o Xistosa, e tchim tchim com ela, bebamos à minha e tua saúdinha, e dos nossos amigos que como nós, calcorrearam as ruas da minha Cidade! enquanto papamos um pratinho de tripas, feijoada ou deixa lá ver o que o Bar Cravo tem para nos oferecer. Comecemos plos camarõezitos enquanto os vamos descascando, vamos lembrando a vida ali! O meu amigo dos blogues Inseté e Xistosa! Como fez a tropa em Luanda, ah, rapaz, de certezinha que foste muito contrariado, aliás, foram todos fazer uma guerra que nem era deles! Mas o clima nem todos gostavam dele, estavam habituados ao frio, de passar os seus Natais juntos da familia e, de repente dão com eles junto de milhares de estranhos que, como eles tiveram de abalar para longe do lar! Nem todos podiam ter boa vida e nem todos recebiam uma mesada que os pais mandavam! Assim; os mais sortudos ainda se divertiam por lá quando havia com quê, tinham os seus carros e, os mais pobres passeavam pla cidade, a pé, e enchiam as praias com as suas fardas. O Clube Náutico era virado para a Baía, fui lá muitas vezes com os pais ou amigos, almoçar, jantar, o que fosse, e era ali que gostava dos chocos com tinta, e quando eramos catraios, mostravamos a boca toda azul para enojar uns e outros. Andei de barco vezes sem conta naquela baía linda ![]() Claro que é mais limpo apanhar peixe assim do que cortar cabeças a galinhas e perús, se fossem mais inteligentes faziam como o zé do cão que embebedou o perú dele com uma garrafa inteirinha de wisky, e depois admiraram-se de que o bicho nem soubesse lá muito bem depois de assado. (podem ver no blogue dele enquanto lá está) ![]() Luanda na altura era linda sim, embora houvesse Musseques na mesma e a Cidade fosse jeitosa e elegante! Havia de tudo, mas, agora degradou-se de todo. O meu querido Bairro de S. Paulo, está tudo menos bonito como antes, as ruas como já saiu o alcatrão, estão esburacadas e a construção de barracas alastrou e... é a continuação dos musseques Prenda, Cazenga, Bairro Operário e por ai fora! E dizer que estava junto às artérias mais famosas da Cidade, pode ver-se pela imagens o estado de tudo! Tenho amigos que vieram de lá há pouco e, desiludidos, claro, ouvem-nos falar daquilo, aventuram-se porque há lá negócios chorudos para quem tem massa, mas depois regressam sem fazer negócio nenhum, sentem que foram por nós, enganados. Mas não, aquilo no nosso tempo era lindo, não temos culpa que quem lá ficou e os novos inquilinos que chegaram tenham transformado aquilo numa lixeira a céu aberto, nem temos culpa dos milhares de meninos sem pais que dormem ao relento pelas praias e fazem dali as suas casas de ![]() Não quiseram que nos viessemos embora que os estavamos a explorar? E agora quem o faz? se continuam a viver cada vez pior! Claro que havia quem os explorasse, mas nós estavamos lá a trabalhar e a viver!... Bem, Xistosa, um abraço para ti e ergamos nossas Cucas ao alto e que a tua operação corra bem, tão bem que depois me vás visitar quando eu fizer a minha!... Abração da; laura!... ![]() ![]() ![]() domingo, dezembro 14, 2008 Eu e a mana Maria Clarinda, temos andado a!...![]() Desejar ardentemente visitar a nossa terra de antes! Pelos vistos ela até morou lá pró meu bairro, e se não for ali, é perto... Bem, na nossa Ilha ela andou pois conhece e descreve tudinho! Já lhe disse há dias que; deita pózinhos de perlimpimpim na sopa do manel e dos filhos e, ala que se faz tarde, e, juntas iriamos rever a nossa Cidade, a cidade onde o Natal nunca lembrou o Natal, pois ali o calor passava de 40 graus naquelas alturas e o bacalhau nem apetecia muito, e ao outro dia era cabrito assado no forno, eu nem ligava nenhuma, depois travessas de camarões, ou ![]() A passagem de ano era nos clubes ou em casa dos amigos, e, claro, mal saiamos de lá, toalhas no carro e praia connosco, montavamos a barraca, só o nosso grupo já armava barraca que chegasse, e toca a dormir ao relento e tendo o céu estrelado por cima de nós, e a lua a cobrir-nos com o seu manto!... E ah, os namorados, clarinda...coisinha boa, não era? mas que inocência !... pobre de mim, tinha-os claro, normalissimo até ai, mas nunca os levei prá Ilha, ahhh, o meu irmão ia sempre senão! e esse era pior que o meu pai e assim!... Nina Clarinda, ora conta aí bocadinhos da tua vida para eu poder relembrar...marius, podes dar um jeito e contar, ah, como amores ou sem amores, qualquer coisa que nos deixe lembrar como aquela terra nos foi mais que Mãe!... Esta poesia, é como é, mesmo inventada (não éra o pessoa que dizia que o Poeta é um fingidor?) Não tive nenhum amor que ficou lá, nem passei a noite com ninguém, mas como nem me acreditam... aí vai ela...
Noite profunda A lua que se revê no mar Vaidosa do seu manto de estrelas...
Tu e eu de mãos dadas Entrelaçadas Deitados na areia A sentir o mar enleados...
Da nossa primeira noite Com seu manto a arrastar...
Ficaste lá Eu tive de voltar Nunca me deixaram contigo ficar...
Assim, meu amor profundo acabou Acabou para o mundo Mas não para mim...
Que vou ao mar procurar-te Me deito na areia Sinto tua mão entrelaçada Na minha revejo-te...
Como naquela noite nossa única noite de amor Porque sabes bem que todas as noites vou ter contigo!… ![]() ![]() ![]() |